A.A. 2023-24

Postila   Dobson   Freire    Stelio  dicionario

 

1ª Lição: História da língua grega

Origem indo-européia da língua grega

 

 

Sabe-se da grande importância da Grécia durante a Antiguidade, como também que o grego veio a ser uma língua de prestígio e franca neste período, tendo atingido uma vasta área geográfica de atuação. Embora, posteriormente, Roma tenha suplantado o domínio helénico, a cultura grega e sua língua continuaram a exercer grande influência e fascínio sobre os romanos cultos e o latim clássico, que nos chega até os dias de hoje por meio de sua atualidade nas formações lexicais .

 

A língua grega faz parte da família das línguas indo-europei-as, ainda que em seu léxico haja muitos empréstimos que notada-mente não sejam do indo-europeu. Pode-se seguir o desenvolvimento da língua grega durante um longo período: desde os primeiros traços em sua época micénica até o grego moderno, o que fornece um percurso de mais de três mil anos de uma história política e cultural, nos quais se manteve uma língua falada, que se desenvolveu desde os seus primórdios até os dias de hoje, e ainda continua a seguir sua trajetória de desenvolvimento.

O grego, muito mais complexo em sua estrutura do que o latim, pertence à família das línguas indo-européias, que inclui, entre outras, as seguintes expressões idiomáticas:

• Indo iraniano (sânscrito ou indiano antigo; avestan ou persa antigo)

• o armênio

• o germânico

• Latim

• o Osco-Úmbria

• o Balto-eslavo

• o celta

• Albanês

• o Ilírico

• o macedônio

• o hitita

As línguas indo-européias têm características comuns tanto nas raízes nominais e verbais, quanto nas estruturas de declinação, conjugação e sintaxe do período.

 

Os primeiros gregos

Os indo-europeus, por volta de meados do terceiro milênio a.C., também chegaram à parte sul da península balcânica, onde vivia uma população diferente da sua, que falava uma língua semelhante a outras línguas pré-indo-europeias do bacia mediterrânea. Eles, que não conheciam a escrita, começaram a usar o alfabeto local para escrever sua língua, para a qual foram transferidos vários elementos da língua local. A origem do grego antigo, portanto, remonta ao indo-europeu original, que é o estágio inicial comum das línguas indo-europeias; sua herança lexical, portanto, e as formas de flexão são, em grande parte, o legado de uma época anterior à sua existência como língua por direito próprio.

Os primeiros gregos chegaram à península helénica provenientes do norte, por volta de 2.000 a. C. e lá se estabeleceram, bem como nas ilhas que a rodeiam. Entretanto, dos povos anteriores, conhecidos pelo nome de pelasgos, pouco se sabe, ainda que seus falares devam ter influenciado traços do grego e nele se contemplem como substrato. Sabe-se. entretanto, que antes da invasão da Península Balcânica, os povos que mais tarde foram chamados de gregos, situavam-se ao norte desta onde tiveram contacto com várias línguas indo-europeias. Porém, também depois da ocupação do território, limitou-se o contato com povos de línguas similares e de fronteira, ilírios e trácios. que segundo Heródoto (5. 3. 1). citado por Buck (1952. p. 16) . era o maior povo da época estendendo-se desde o mar Trácio até as vertentes meridionais dos Cárpatos e dali emigraram até a Ásia Menor dominando também sua costa. Acredita-se que mais intensa tenha sido a influência dos povos que pertenciam ao grupo hitito-luvita do indo-europeu na formação da língua grega, pois na Ásia Menor, com os avanços da colonização “grega” houve um contacto cada vez maior com os lídios, cários, lícios, cilícios e paflagões; todos pertencentes ao grupo linguístico anatólico ou hitito-luvita. conforme Os primeiros gregos chegaram à península helénica provenientes do norte, por volta de 2.000 a. C. e lá se estabeleceram, bem como nas ilhas que a rodeiam. Entretanto, dos povos anteriores, conhecidos pelo nome de pelasgos. Pouco se sabe, ainda que seus falares devam ter influenciado traços do grego e nele se contemplem como substrato. Sabe-se. entretanto, que antes da invasão da Península Balcânica, os povos que mais tarde foram chamados de gregos, situavam-se ao norte desta onde tiveram contato com várias línguas indo-europeias. As várias tribos dos indo-europeus, por volta do terceiro milénio a.C., instalaram-se numa grande área, cujas fronteiras iam do Cáucaso ao Mar do Norte, dos Urais à zona central da Alemanha. Através de várias migrações, deslocaram-se para a Ásia e Europa, entrando em contato com os povos indígenas e assimilando gradativamente também elementos de línguas pré-existentes.

Iliade e Odisseia

 

Escritas em grego estão as tábuas micênicas dos séculos XV a XII a. C.. feitas em argila, que documentam os arquivos de palácios minoico-micênicos como o Cnossos e que detêm grande interesse de linguistas e historiadores. No século VIII a. C.. introduziu-se e adotou-se o alfabeto de origem fenícia, porém ligeiramente modificado. Na mesma época, a literatura grega começou com os poemas atribuídos a Homero, que foi um grande marco, não somente grego, como da literatura ocidental com a Ilíada e a Odisseia. Desde então, as formas de expressão na cultura helénica foram sendo definidas: a épica, a lírica, a prosa historiográfica. a oratória, a filosofia e os tratados científicos, o teatro, especialmente as formas clássicas: tragédia e comédia. Entretanto, a língua grega usada nos testemunhos escritos é bastante complexa, pois houve uma grande variedade dialetal depois que os gregos se estabeleceram na península balcânica e confirmaram a separação de sua língua das demais indo-europeias.

O micênico

O micênico é um grego arcaico, ou seja, o estágio primitivo da língua grega. Contribuiu de forma importante para um conhecimento mais preciso do grego, principalmente após a decifração da chamada escrita 'linear B', utilizada em milhares de tabuinhas de argila desenterradas em Cnossos, na ilha de Creta, e também no continente (em Micenas, Tebas e Pilos).

Essa escrita, decifrada pelos ingleses Michael Ventris e John Chadwick, não é alfabética (no sentido de que cada signo corresponde a um som), mas silábica (já que cada signo corresponde a uma sílaba). Ele, composto por 89 signos, foi usado principalmente para anotações de arquivo ou inscrições, mas certamente não para a escrita de textos literários. A utilização do “linear B” atesta a presença em Creta, por volta de 1450 a.C., dos aqueus, população indo-européia, que chegou à ilha vinda do continente, conquistou-a e aprendeu a escrever com a população local.

A civilização micênica, após a destruição de Creta (1400 aC), permaneceu viva no continente, em Micenas, Tirinto e Pilos, onde o uso do 'linear B' cretense continuou por mais dois séculos. Quando, por volta de 1200 aC, Pilos e Micenas foram destruídos por algumas calamidades, até o uso da escrita foi perdido até a 9ª sé. BC, quando o alfabeto fenício foi introduzido.

Os dialetos gregos

 

podem ser distinguidos quatro grandes grupos dialetais do grego: jónico-ático  eólio, arcádio-chipriota e dòrico que engloba também o grego do noroeste. Os três primeiros são geralmente agrupados na categoria chamada grego aqueu

A área linguística grega inclui vários dialetos locais, que geralmente são divididos em sul e norte:

- dialetos do sul:

• Jônico-Ático, dividido em Ático, falado na Ática, e Jônico, usado na Eubéia, em algumas ilhas das Cíclades, em Samo, em Quios e na faixa central da microcosta asiática;

• Arcádio-cipriota, utilizado na Arcádia  e em algumas regiões do Peloponeso , o cipriota na ilha de Chipre e Panfília antes da invasão dórica e ligado ao micênico;

- dialetos do norte:

•'Eólio, falado na parte norte da costa do mar Egeu da Ásia Menor, na Tessália, na Beócia e na ilha de Lesbos;

• Dórico, usado na Lacônia, Messênia, Argos, Creta, Rodes, Cíclades do Sul, Corinto, Mégara, Corcira e Siracusa;

• Grego ocidental, falado em Phocis, Locride, Aetolia e Epirus.

Os dialetos e gêneros literários

Nem todos os dialetos gregos examinados tinham a mesma importância; alguns foram usados ​​para gêneros literários específicos:

• poesia épica: fundo principalmente iônico, com presença de arcaísmos e eolismos (Homero);

• historiografia: Jônico (Heródoto), Ático (Tucídides, Xenofonte);

• poesia elegíaca: fundo predominantemente iônico, com presença de eólios (Galino, Tirteo, Mimnermo);

• poesia iâmbica: jônica das classes educadas (Archilochus, Ipponatte);

• Lírica eólica: linguagem composta, composta de formas jônicas, lésbicas e boeóticas (Alceo, Saffo);

• lírica coral: linguagem composta, composta por Eolismos, Dorismos e Formas Homéricas (Alcmane, Bacchilide, Pindaro);

• Tragédia e comédia ática: fundo dialetal ático nas partes recitadas, fundo dialetal dórico com formas homéricas nos coros (Ésquilo, Sófocles, Eurípides, Aristófanes);

• oratório: Sótão (Lísias, Demóstenes, Isócrates);

• prosa filosófica: Sótão (Platão);

• poesia bucólica: principalmente dórica (Teócrito);

• epigrama: fundo principalmente épico-jônico, com presença de dorismos (Callimaco, Asclepiade).

O grego clássico

 

O que é chamado de grego clássico é. em geral, o grego ático dos séculos V e IV a. C.. ou seja, o que se usava em Atenas da época de Péricles. de Platão e dos oradores e dramaturgos. A variante ática teve um predominio sobre as demais devido ao papel exercido por Atenas como a cidade da democracia, do teatro e da filosofia, durante a sua hegemonia política. Mesmo depois de perder a importância política. Atenas continuou a exercer grande influência cultural. Entretanto, a épica homérica e a primeira prosa grega foram escritas em jónico.

Houve, então, uma divisão geográfica dialetal devida à distribuição dos povos gregos que colonizaram as diversas zonas helénicas. mostrada no Mapa 2. Houve também a utilização das variantes de acordo com as convenções literárias, que impuseram aos vários gêneros uma ou outra forma. Por exemplo. Hesíodo era da Beócia, mas compôs os seus poemas em jónico. Pindaro, também da Beócia, compôs suas odes em dòrico. Apesar das diferenças dialetais, a língua permitia a relação entre todos os gregos, mas. os dialetos acabaram desaparecendo com a extensão de seu uso no âmbito comercial e como veículo cultural e de expansão do Império.

últimas evoluções da língua grega

Após a derrota sofrida na batalha de Queroneia (338 aC), a Grécia caiu sob o domínio de Filipe da Macedônia. Após as conquistas de Alexandre o Grande e a disseminação da cultura helenística, nasceu uma língua comum, o κοινή διάλεκτος, que se tornou a língua nacional das monarquias helenísticas: era muito próxima do ático, mas também acolheu formas de outros dialetos, principalmente os jônicos.

Aos poucos a língua grega teve um novo arranjo e, por meio de um processo de nivelamento linguístico, todas as formas dialetais desapareceram. Com a difusão da cultura helenística, o grego tornou-se a língua comum de povos que eram diferentes uns dos outros e estranhos à civilização grega.

Sob o Império Romano, o dialeto ático foi reivindicado pelos intelectuais gregos como um sinal distintivo de sua identidade cultural em relação ao latim, que era a língua oficial do império: nos primeiros anos da era cristã, a moda do 'atticismo' nasceu'.

Na antiguidade tardia e na Idade Média, o grego bizantino (ou medieval) era falado na parte oriental do Império Romano, que nada mais era do que uma forma simplificada de koinè, do qual o grego moderno (ou neo-grego) também pode ser considerado uma continuação natural.

Cronologia Periódica da Língua Grega:

• Período de Formação; de 1.500 a.C à 900 a.C (600 anos)

• Período de Formação; de 1.500 a.C à 900 a.C (600 anos)

• Período Clássico; de 600 a.C à 300 a.C (300 anos)

• Período Koinê; de 300 a.C à 300 d.C (600 anos)

• Período Bizantino; 300 d.C à 1.500 d.C (1.200 anos)
        • Período Moderno; de 1.500 d.C até hoje.

Grego Antigo

Os indo-europeus, procedentes do norte, entraram na península Balcânica no II milênio a.C. Outros povos provenientes da Ásia setentrional e central, até as terras férteis do sul, emigraram e se assentaram em várias regiões da Grécia. Apareceram diferentes dialetos, mas os principais foram o arcádio-chipriota, o dórico, o eólico e o jônico.
O dialeto jônico deu lugar ao ático, elemento básico do grego clássico. Era a língua de Atenas e da região em volta, a Ática. O dialeto ático substituiu todos os demais e passou a ser usado na literatura. Sua influência foi ainda maior porque nele se expressaram sábios e escritores da época, como Ésquilo, Sófocles e Platão.

η κοινη διαλεκτος


No século IV a.C., graças às conquistas de Alexandre, o Grande, o dialeto ático se transformou na língua comum de todo o Oriente Médio. O ático se converteu na base de uma nova forma do grego, a koiné (a norma), e foi a língua da corte, da literatura e do comércio.
Com a destruição da Biblioteca de Alexandria, no século III, a política do imperador Teodósio e o desaparecimento das escolas atenienses de filosofia, a literatura ficou relegada apenas à igreja e a alguns estudiosos.

Sabe-se que na Antiguidade houve um período de auge helenístico com a expansão da cultura helénica e da koiné grega como língua franca, em todo o imenso domínio nas costas mediterrâneas: no norte da África, no Egito (como língua oficial) e no Oriente Médio até as fronteiras da índia, por meio das guerras de conquistas e colonizações, promovidas em sua maior parte por Alexandre, o Grande, no final do século IV a.C. e administradas, logo depois, por seus sucessores. A criação da biblioteca de Alexandria é apenas um exemplo da grande influência exercida pela cultura dos conquistadores. Ainda que o Império Alexandrino tenha sido fragmentado. a influência do grego como cultura e língua manteve-se por muito tempo nessas regiões e pode ser considerada a maior das conquistas de Alexandre, o Grande.

Língua Grega, língua do povo grego que abrange os períodos: antigo, ático, helenístico, bizantino e moderno. É o único membro da subfamília grega dentro da família das línguas indo-européias.

 

É interessante notar, que durante a colonização romana no O-riente Médio, o grego permaneceu ainda como língua franca, identificando seu poder de assimilação pelos povos que ali habitavam, já que. segundo Bassetto (2001. p. 89): “no Oriente a latinização foi bastante superficial”. Assim se explica que os livros sagrados judaicos tenham sido escritos em aramaico e hebraico, enquanto o Novo Testamento (evangelhos, cartas dos apóstolos e apocalipse), pregado pelos cristãos, tenha sido escrito na koiné grega, e não em latim. Dessa forma, a expansão do cristianismo, juntamente com a expansão do Império Romano como pode ser visto no Mapa 4. principalmente após Constantino, levou a uma forte retomada de termos do grego com o uso da bíblia mesmo depois de sua tradução para o latim. Os termos gregos foram mantidos pela Igreja Católica até hoje por intermédio do latim eclesiástico.

A koiné grega também era a língua que os filósofos, mercadores e governantes do Oriente utilizavam durante o Império Romano. Mesmo os romanos escreviam em koiné na zona oriental do Império. Em Roma, estudava-se o grego nas famílias patrícias, pois era a língua da filosofia e ciência. É curioso notar que o Imperador Romano Marco Aurélio escreveu os seus Solilóquios em grego, pois era língua de grande prestígio, mesmo no Império Romano do Ocidente.

Entretanto, não só a religião e a fraca latinização do Oriente foram os responsáveis pela importância da cultura grega. Os mais diversos fatores, como por exemplo, que muitos dos escravos feitos pelos romanos eram helénicos cultos, ajudaram nesta disseminação  de termos gregos no latim. A cultura grega aparece em todos os campos da civilização de Roma: na poesia, mitologia, oratória, escultura e arquitetura. Na filosofia romana também houve grande influência das ideias filosóficas gregas, com discípulos das suas escolas de filosofia: cínicos, epicuristas. estoicos, pitagóricos. platónicos. Os romanos mais destacados sempre viajavam à Grécia para se educar, ou tinham professores gregos, como também, estudavam as artes helénicas continuando-as em versões latinas. A própria língua latina possui uma estrutura gramatical e sintática, em casos, muito similar à grega. Então, de certa forma, os romanos souberam absorver e adaptar grande parte da cultura helénica na formação de seu Império, por isso o termo greco-latino, relativo à cultura. Apesar de não se usar o mesmo termo em relação à língua, houve também um determinado grau de absorção e adaptação do grego no latim.

Constantinopla

 

Desde que Constantino mudou a capital do Império Romano para Constantinopla, em 330. até a conquista desta pelos turcos otomanos em 1453. o centro do poder político e cultural helénico passou a ser esta capital. Depois de Teodosio, quando deixou de ser o centro de todo o Império Romano com a divisão para ser o centro do Império Oriental, a cidade de Constantino. Constantinopla. Bizâncio ou Istambul, continuou a exercer grande influência helénica na região. Ainda depois da queda de Roma e do Império Romano do Ocidente em 476. como se pode constatar no Mapa 6. o Império do Oriente ainda perdurou por quase mil anos mais, mesmo que suas fronteiras tenham sido reduzidas, suas relações com o mundo ocidental tenham sido dificultadas e a Igreja Católica, uma das fontes de irradiação do grego, tenha sido dividida em Romana e Ortodoxa.

Também o Império Árabe foi transmissor de parte do legado helénico, por meio de suas versões nos livros de medicina, astronomia. geometria, álgebra, ciências, e mesmo em meio à sua expansão com a “Guerra Santa”, ainda que com menores proporções foi mantido o Império Bizantino. Não obstante, o grego foi praticamente esquecido no Ocidente durante a Idade Média e somente relembrado no periodo do Renascimento, após a tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos.

Constantinopla, em 1204. foi alvo das Cruzadas, organizadas inicialmente para combater a “Guerra Santa” dos islâmicos, mas ainda continuou como centro de uma civilização que conservava a tradição e. principalmente, os textos gregos da Antiguidade Clássica. Após a queda de Constantinopla, tomada pelos turcos, estes textos chegaram ao Ocidente e produziram como fruto o Renascimento. Na Europa dos séculos XIV e XV d. C.. devido às traduções e estudos dos textos gregos da Antiguidade Clássica, sobretudo na Península Itálica, nasceu o movimento Humanista Renascentista, a partir dos manuscritos levados consigo pelos sábios que fugiram de Bizâncio com a ocupação turco-otomana. Entretanto, convém ressaltar que durante muitos séculos o Ocidente ignorou o grego, enquanto no Oriente se manteve como língua culta e franca do mundo bizantino.

 

Grego Moderno:

Depois que os turcos tomaram o poder político e instauraram sua língua em seu domínio, os gregos continuaram falando sua língua dialectalmente nas regiões mais pobres da antiga Hélade. sofrendo forte preconceito linguístico.
No final do século XVIII, surgiu uma burguesia que manifestou a consciência nacional baseando seus usos linguísticos e preferências culturais numa herança idealizada à antiga Atenas. No século XIX, alcançada a independência do domínio turco-otomano, os gregos tiveram que enfrentar problemas políticos mais urgentes que os estritamente linguísticos.  Somente no século XIX. o grego voltou a ser a língua oficial de uma nova nação, a nova Grécia. O grego moderno, em certa medida, é considerado a continuação da koiné que perdurou e se modificou durante o período do Império Alexandrino e do Império do Oriente, como também durante o periodo em que quase desapareceu pelas perseguições dos turcos-otomanos e outros povos.

Pode-se dizer que. dessa maneira, em última análise, o Humanismo recuperou no Ocidente a cultura helénica que culminou na corrida pelo saber, nas Universidades e na base para a tecnologia dos últimos séculos. Neste ala de estudar o panorama do grego, começaram os estudos de filologia clássica, com ensino da língua grega em  centros de excelência, analisando os termos gregos, introduzidos a- través do latim. Assim, o grego chegou aos dias de hoje sendo utilizado. muitas das vezes, como a língua da terminologia especializada e científica é imprescindível conhecê-la para real e profundamente entender, pelo menos em parte, os aspectos culturais e linguísticos das atuais línguas românicas.

Não obstante a importância da influência da língua grega na formação da latina, e esta na formação das línguas românicas veiculando-a a influência da língua grega, veiculada pelo latim, foi muito mais intensa no período Humanista e desde então, continua até os dias de hoje com vasta importância na formação lexical “sendo porventura a língua portuguesa entre as românicas a que maior rendimento tirou e continua a tirar deste inesgotável manancial que são as línguas clássicas.
No final do século XIX, escritores e professores se ocuparam em debater a sistematização da língua popular para proporcionar o tratamento adequado ao ensino e à comunicação. Aos que estavam a favor da expansão da língua popular, chamada dimotikí, opuseram-se os puristas, defensores de um grego puro, o katharévousa, que o governo adotou, mas em 1917 uma resolução do Parlamento converteu a dimotikí no idioma oficial.

 

O período moderno, iniciado em 1453, que fala o grego descendente do koinê. Foi em
1834 que os especialistas descobriram a relação entre o koinê e o grego moderno.

Nota importante: O Novo Testamento recebeu três influências culturais importantes:
1. A cultura grega e a sua língua por causa da presença grega no mundo bíblico.
2. Os hebraismos, especialmente encontrados na tradução grega dos LXX. Pois, os escritores
do N. T. usaram a Septuaginta como a sua Bíblia.
3. A cultura romana e os latinismos por causa da presença romana no mundo bíblico.
Quase num consenso unânime, acredita-se que os 27 livros do Novo Testamento foram originalmente escritos em grego.
O Grego era um idioma amplamente utilizado no Império Romano no tempo de Cristo e dos apóstolos. Já havia-se espalhado por todo o Oriente Médio ao final do século quarto a. C. com a expansão do império de Alexandre. Todos os seus sucessores eram incentivados pela governação a uniformizar as línguas com o uso da língua grega e a disseminação da cultura da Grécia. O Grego tornou-se tão conhecido e tão profundamente enraizado que os romanos - que criaram seu império no primeiro século C., desde o Atlântico até a Pérsia - não puderam removê-lo.
O Latím prevaleceu na África do Norte, Espanha e Itália, mas não teve importância no Oriente. Mesmo na Itália, onde o latim era a língua nacional, as pessoas instruídas falavam grego como segunda língua. Por exemplo, a Epístola de Clemente, o mais antigo documento cristão fora do

O Novo Testamento foi redigido em grego


“Todos os livros do Novo Testamento ( Evangelhos, Atos dos Apóstolos, Epístolas, e
Apocalipse ), à exceção do Evangelho de S. Mateus, foram redigidos primeiramente em grego.
O grego bíblico, porém, difere em muitas particularidades do grego clássico.
Com a expansão da civilização helênica pelo mundo oriental, a língua grega difundiu-se tão
universalmente através dos povos conquistados, que veio a chamar-se língua comum ou η κοινη διαλεκτος.
A κοινη era um idioma ecléctico ( vinda de várias fontes ), proveniente da fusão dos vários
dialetos. Predominava, contudo, o dialeto Ático.
Os livros do Novo Testamento foram escritos não na κοινη erudita usada pelos escritores
aticistas, como Plutarco e Luciano, mas na κοινη _ popular, bastante diferente da primeira.
Distingue-se, no uso e seleção das palavras, S. Lucas e S. Paulo. As obras de maior perfeição
estilística são a “Epístola aos Hebreus” e a “Epístola de S. Tiago; as que mais se afastam da pureza de linguagem são o Evangelho de S. Marcos e as obras de S. João, sobretudo o Apocalipse.
Entre as centenas de papiros descobertos nas ruínas da casa de um estudioso de Herculano - antiga cidade destruída pela erupção do Vesúvio em 79 dC C. - haviam menos de uma dúzia de manuscritos latinos, todos os outros eram em grego.
No entanto, para além da língua grega usada em diferentes partes do império, os judeus da Palestina falavam o aramaico, o povo de Listra, "linguagem Lycaonian" (Actos 14: 11) e, claro, as pessoas em Roma falavam latim.
Essa multiplicidade de línguas manifestou-se na inscrição trilingue colocada na cruz do Calvário (João 19:20) escrita (1) em aramaico (chamado em hebraico do Novo Testamento), a língua do país, (2) língua grega espalhados por todo o império e (3) latim, a língua oficial da administração romana.
Uma situação semelhante existia na Palestina de hoje, durante o período do mandato britânico, antes da primeira guerra árabe-judaica de 1948, quando, por exemplo, os selos foram impressos em três línguas: hebraico, árabe e Inglês. Mais do que um país no mundo tem duas ou mais línguas oficiais, o leste do Mediterrâneo não foram, ou são excepções.
Em fonética, gramática, sintaxe e vocabulário, o grego do Novo Testamento difere dos clássicos.
Nos séculos XVII e XVIII começou um árduo debate acadêmico entre aqueles que defendiam uma série de explicações a este problema.
Os Hebraístas atribuem essas diferenças à influência do hebraico, era crença generalizada de que todos os escritores do Novo Testamento eram judeus. Afirmou-se que embora esses homens poderiam ter escrito em grego, o pensamento foi influenciado pelo hebraico e pela sua mentalidade semítica. Portanto, foram classificados como Hebraismos todas as palavras e as formas do Novo Testamento que não foram encontradas em grego clássico.
Ao final do século XIX uma nova era começou com a descoberta e publicação de documentos não-literários, a maioria escritos em papiros, mas também em cerâmica (ostracon). Estes documentos eram cartas e obituários de pessoas comuns, editos, notas fiscais e, recibos e contratos de licenças.
O grego desses documentos é surpreendentemente semelhante ao do Novo Testamento. O mérito de ter feito esta descoberta foi de Adolf Deissmann , que nos 40 anos posteriores a 1895 demonstrou em numerosos artigos e livros que a linguagem dos papiros e ostracon é a mesma daquela do Novo Testamento.

Isto significa que os apóstolos escreveram na língua do povo, e não naquela dos historiadores, dramaturgos e cientistas, uma linguagem que teria sido totalmente estranha para as pessoas comuns.
A obra de Adolf Deissmann, Luz do Oriente Antigo, tem muitos exemplos para demonstrar esse facto. Porque era comum entre aqueles que falavam grego no Mediterrâneo, a linguagem do povo foi chamada η κοινη διαλεκτος [Koine dialektos] ou κοινη "koiné" (comum) em suma, para distingui-lo de vários dialectos gregos, como áctico, dórico, jônico e eólico. A koiné é uma mistura desses quatro dialectos, mas depende mais do áctico que dos outros.
 
Um estudo do Novo Testamento revela que quando o áctico foi transformado em koiné, deixou algumas das suas características. Por exemplo, como ττ áctico [tt] virou σσ [ss] (θαλαττα [Thalatta], "mar", tornou-se θαλασσα [thalassa]), e ρρ [RR] tornou-se ρσ [RS] (αρρην [leasing], "homem" deu origem a αρσεν [arsen]). Desapareceu o modo dual verbal clássica e o optativo (expressar verbalmente o desejo) e os chamados " futuro áctico", que raramente aparecem na koiné.
O dialecto da koiné tomou algumas palavras e expressões de jônico e dórico, e evoluiu criando neologismos independentemente de qualquer dialecto grego. Entre estes últimos são os imperfeitos ειχομεν [eichomen], "nós" e ειχον [eichon] ", tinha", o verbo εχω [eco] "Eu tenho ", e os imperfeitos ελεγον [elegon], "lidos "do verbo λεγω [estabelecer] ", eu digo."
Em Koine também muitos neologismos, foram formadoss pela união dos substantivos e dos verbos usados com as preposições.
O Novo Testamento revela que o idioma grego comum foi também rico em palavras de origem estrangeira.
Do latím tomou: Centurião, "capitão", que aparece como κεντυριων [kenturiôn] no Novo Testamento (Marcos 15: 39), preferido e usado em vez da legítima [hekatontarchês] εκατονταρχης grego censo, o "imposto "κηνσος KENS (Mateus 17: 25). "título" titulus, τιτλος [título] (João 19: 19, 20).
Além do latim, outras línguas emprestaram as palavras aos escritores do Novo Testamento, como Gaza, "tesouro", que vem de kúminon persa, "cominho", o malaio, bussos, "lino", do fenício, Bayonne, "folhas de palma", a egípcia, "nard", nardo ", do sânscrito, e Rhede," carruagem de quatro rodas", do Celtico.
Receberam um novo significado de muitas palavras do grego classico. Por exemplo, λαλια [lalia], que na literatura clássica significa "falatórios inúteis", "falador", recebeu a nova definição de "ditado", "linguagem" (Mateus 26: 73, João 4: 42, 8: 43) ; δαιμονιον [daemon], o "deus" dos clássicos, passou a significar "espírito maligno"e [koimesis] κοιμησις, "o sono natural ", foi dado o significado de "morte" (aparece em João 11:13 no caso genitivo της κοιμησεως [tes koimêseôs] o resto. "
No dicionário da koine entraram poucas palavras a partir da administração romana militares e civis. Entre elas, [rhabdouchos] ραβδουχος, literalmente "carregando o pau", o Litório (Actos 16:35) - acusativo caso τους ραβδουχους [tous rhabdouchous]) carregando bandeiras romanas perante os magistrados, e χιλιαρχος chiliarchos [] (João 18: 12) o comandante de mil soldados, que era o tribunus militum da hierarquia militar romana.
Embora deva ser ainda feito um estudo mais específico para entender completamente o idioma grego da koiné em todos os seus aspectos, os resultados de anos de estudo tem esclarecido muitas dificuldades.
Os seguintes itens destacam-se como fundamentais para explicar a κοινη.
O Grego Helenístico das obras escritas em prosa, de Políbio (120 aC), escritas antes do dialecto áctico foram retomadas nos círculos literários do mundo de língua grega, e ajudaram os estudiosos a entender o κοινη.
Alguns escritores do período imperial - como Deodoro (M.C 20 aC) e Plutarco (mc 120 dC) - também escreveram na língua grega do povo comum. São particularmente valiosas as obras de Philo (c. 20 aC - 50 dC), porque, como Paulo, era um judeu que adquiririu a sua formação fora da Palestina e escreveu em grego.
A carta apócrifa de Aristeu (data incerta) e as obras do historiador judeu Flávio Josefo (mc 100 dC) também são utilizadas para comparação em estudos da língua κοινη.
Além das fontes primárias da literatura há inúmeros documentos oficiais preservados em pedra ou em papiro com recursos de linguagem comum, embora apareçam alguns termos jurídicos utilizados ou expressões estereotipadas da mesma natureza.
A tradução do Antigo Testamento conhecida como Septuaginta fornece uma fonte importante para a compreensão da κοινη. Uma vez que a LXX foi uma tradução e não uma obra escrita originalmente em grego, introduziu no mundo de língua grega muitas expressões e conceitos hebraicos e aramaicos. Assim, desde o início da igreja cristã a terminologia teológica em grego já era conhecida entre os judeus helenísticos, e assim se tornou um meio nas mãos dos apóstolos para proclamar os ensinamentos de Cristo aos judeus da diáspora em palavras que eles entendiam.
Além disso, da Mesopotâmia para a Itália a LXX foi a Bíblia de milhões de judeus. Assim, a maioria das citações do Antigo Testamento que aparecem no Novo são reproduzidas da LXX. Como resultado de todos esses factores, o Antigo Testamento em grego (κοινη) exerceu uma forte influência sobre a forma linguística do Novo Testamento.
A literatura grega do século II cristão também serve como material de comparação para entender o Novo Testamento em grego. Entre as obras deste período são os escritos de alguns pais da igreja primitiva, os evangelhos apócrifos, os Actos dos Apóstolos juntamente à escritos apócrifos, e lendas sobre os mártires.
No entanto, a ajuda principal para entender as expressões do Novo Testamento foi fornecida pelos escritos sobre a vida cotidiana encontrados em papiros e ostracon que foram descobertos desde o início do nosso século.
Estes documentos descobertos em milhares no lixo do antigo Egipto e como material para pre-encher a barriga dos animais mumificados que foram adorados, eles fornecem um quadro preciso do cotidiano e da linguagem das pessoas comuns do Egipto no tempo do mundo helénico e Romano.
São decretos e regulamentos oficiais, pedidos especiais, reclamações e pedidos, registros de transações comerciais, licenças de casamento, certidões de divórcio, testamentos e cartas de todos os tipos imagináveis. Cartas escritas no estilo natural e sincera são especialmente importantes porque revelam uma multiplicidade de expressões usadas no quotidiano da Antiguidade. Muitos deles foram escritos pelos maridos ás suas esposas, pelos filhos à seus pais, amigos, escravos, soldados, funcionários e alunos.
É lamentável que esses documentos que se tornaram tesouros para uma melhor compreensão do Novo Testamento foram preservados apenas no clima seco do Egipto. Se tivéssemos um material semelhante da Ásia Menor, Síria e Grécia, não há dúvida de que teríamos mais luzes sobre as diferenças do dialecto da κοινη, pois provavelmente haviam diferenças nesses territórios.
Não podemos dizer que todas as expressões e palavras do Novo Testamento pertenceram ao idioma grego comum. Alguns são claramente provenientes do hebraico ou aramaico, outros são criações novas que só se encontram na Bíblia. Estas últimas palavras às vezes são chamados "Biblicae voces", palavras bíblicas.
No início do século XX os estudiosos as contaram por centenas, e muitas vezes achavam que eram criações do apóstolo Paulo e outros escritores bíblicos, mas, como muitos têm sido descobertos em papiros e outros documentos antigos, no Novo Testamento só ha algumas daquelas palavras que ainda não tinham sido encontradas em escritos extra-bíblicos.
Exemplos de tais palavras são:
1. O substantivo feminino: [antimisthia] αντιμισθια "recompensa." (aparece duas vezes no NT, no caso acusativo, singular: αντιμισθιαν την [ter antimisthian])
Rom. 1:27
2 Coríntios. 6:13 2. O verbo: αποκαταλλασσω [apokatallassô] "reconciliar". Aparece três vezes no NT.
a) indicativo aoristo ativo da 3 pessoa sing: apokatêllaxen αποκατηλλαξενCol. 1:21 b) o subjuntivo aoristo ativo / 3 pessoa sing: αποκαταλλαξη apokatallaxêEf. 02:16 c) aoristo de infinitivo activo: apokatallaxai αποκαταλλαξαιCol. 1:20

 

Introdução

Num período de1500 anos o N.T. foi copiado à mão em papiro e pergaminho. Temos 5500 manuscritos espalhados em museus e bibliotecas.
fragmentos de papiro  Bíblias inteiras em grego.

crítica textual

nem todos os manuscritos concordam e
1 requerem uma avaliação
2 determinar o que o autor realmente escreveu.
3 Não existe mais nenhum manuscrito original,
4 Mas somente cópias de textos-fontes de autores apostólicos.
Por isso precisamos da crítica textual.

Problemas

Gal. “Vede com que letras grande vos escrevi de meu próprio punho” (6.11).
1 infelizmente, todos os originais já desapareceram
2 o confronto da cópia de um manuscrito com o original ou com outra cópia, para escolha do texto exato é impossível.

A perca dos autógrafos é devida à durabilidade do papiro, que não durava muito mais que o papel atual.
Os cristãos primitivos leram e releram os originais até que se desfizeram por completo. Antes que desaparecessem, os copiaram. E cometeram erros durante as cópias feitas manualmente.

Aumentando as cópias cresciam divergências entre elas. cada copista acrescentava os próprios erros àqueles já cometidos pelo anterior. A Crítica Textual avalia as fontes e reconstrui o texto a procura do original.

a) distância entre as cópias mais completas e os originais.
b) O texto estava completo por volta do ano 100,
as cópias as melhores e mais importantes são do século IV.

Novo Testamento

a) Temos manuscritos do século IV, em pergaminho,
b) e um número considerável de fragmentos em papiro que nos levam até o século III, e alguns até o século II.

existem cerca de 5500 manuscritos gregos (língua em que o Novo Testamento foi escrito) completos ou fragmentos, fora aproximadamente 1300 manuscritos das versões e milhares de citações dos Pais da Igreja

Variantes

Num processo natural de multiplicação de manuscritos por um período de mais ou menos 1400 anos, foram surgindo inúmeras variações textuais

Material

até o século XV, os textos eram transmitidos a partir de cópias manuais, usando material muito rústico.

Papiro

O papiro era de junco, com caule com a grossura de um braço, com altura de 2 e 4 metros, crescia nas margens do Lago Huleh, na Fenícia, no vale do Jordão e junto Nilo (onde foram encontrados os mais antigos fragmentos de papiro conhecidos, que constam de 2850 a.C.). A folha era feita da medula do caule cortada em tiras estreitas e postas em duas camadas transversais sobre uma superfície plana. Depois eram batidas e em seguida era seca ao sol e alisada, para a escrita.

Rolo

O tamanho médio de 18 x 25cm, que podia variar de acordo com a finalidade. Na forma de um rolo, que geralmente não tinha mais do que 10 metros de
comprimento. O texto normalmente aparecia em colunas de 7 cm de altura, com intervalo de 1,5 cm ou 2 cm, com um pequeno espaço para glossas. com freqüencia, usa-se um bastão roliço, cujas pontas sobressaiam acima e abaixo.

Escritura

só se escrevia sobre um lado. A tinta era feita com fuligem, goma e água, e a escrita era feita com uma cana de 15 a 40 cm de comprimento, de uma planta vinda também do Egito. O papiro foi utilizado como material para escrita até a conquista do Egito pelos árabes, em 641, quando ficou impossível importar o material. Sendo utilizado principalmente na literatura secular a partir do século IV.

Valem, para o grego antigo, praticamente os mesmos conceitos aplicáveis às línguas em
geral e às línguas indo-européias em particular.

Bibliografia

Areán-Garcia, N. (2010). Panorama histórico da língua grega. Revista Philologus, 16(48), 124–131.

Buck, C. D. (1928). The Greek dialects: grammar, selected inscriptions, glossary. University Of Chicago Press.

Ventris, M., & Chadwick, J. (1959). Documents in Mycenaean Greeck. Cambridge University Press.

Deissmann, A. (1903). Bible Studies. T & T Clark.

 

 

 

 

 

2ª Lição Alfabeto

 

- O alfabeto

O alfabeto grego é um sistema de escrita composto por 24 letras (7 vogais e 17 consoantes) e remonta ao século IX aC; deriva do alfabeto fenício, em que cada signo estava associado a apenas um som. Por sua vez, os mesmos sinais do alfabeto fenício derivariam de uma simplificação de alguns hieróglifos egípcios que, devido ao princípio da acrofonia, perderam seu significado inicial, deixando cada signo apenas o valor fonético.

Na Grécia antiga, as letras também eram usadas para escrever números, adiando para o símbolo gráfico um sinal muito semelhante a um apóstrofo, de maneira semelhante aos números romanos usados ​​pelos latinos.

As letras do alfabeto grego são amplamente usadas hoje para vários outros propósitos: na matemática e na física para indicar ângulos e constantes, na astronomia para nomear as estrelas, e assim por diante.

Do alfabeto grego bizantino deriva o alfabeto glagolítico do qual deriva o alfabeto cirílico.

 

 

Maiusculas
Α Β Γ Δ Ε Ζ Η Θ Ι Κ Λ Μ
Ν Ξ Ο Π Ρ Σ Τ Υ Φ Χ Ψ Ω
Minusculas
α β γ δ ε ζ η θ ι κ λ μ
ν ξ ο π ρ σ τ υ φ χ ψ ω

 

 

 O Alfabeto


Vogais

 

Alfabeto

 

 

 

3ª Lição: fonética

 

A pronúncia

As letras do alfabeto grego são pronunciadas principalmente como as correspondentes do alfabeto latino e italiano. No entanto, deve-se notar que:

γ sempre tem um som gutural (hard = gh), mesmo antes das vogais ε, η, ι e das consoantes λ, v:

γέρων ('velho') é pronunciado ghéron

na frente das consoantes γ, κ, ξ, χ tem o som da nasal gutural (e se pronuncia como nosso n na palavra 'sangue'):

ανάγκη ('necessidade') também soa

- ζ sempre tem um som doce (como na palavra 'mochila');

- θ é pronunciado spirante como o inglês th:

θεός ('deus') soa theós

- κ sempre tem um som gutural (hard = eh), mesmo na frente das vogais ε, η, ι:

Κίμων ('Limão') é pronunciado Chimon

- τι é sempre pronunciado ti, mesmo quando outra vogal segue:

αιτία ('causa') soa aitia

- u tem o som de lombardo ou francês u:

λύω ('eu dissolvo') é pronunciado liio

- φ é geralmente pronunciado f ·.

φιλόσοφος ('filósofo') soa filósofos

- χ tem o som do c aspirado florentino ou do alemão eh:

χειρ ('mão') é pronunciado chéir

O sistema fonético

os sons (ou fonemas) que compõem o sistema fonético da língua grega são divididos em vogais e consoantes.

Sons de vogais

Em grego existem os mesmos sons vocálicos que encontramos nas línguas latina e italiana:

a, e, eu, o, u

A língua grega, no entanto, tem 7 sinais vocálicos (dois a mais que o latim e o italiano), pois os sons e e ou são transcritos de forma diferente, dependendo de serem curtos ou longos:

ε (e curto) η (e longo)

o (ou curto) ω (ou longo)

As vogais são divididas em vogais simples e ditongos.

•Vogais simples

As vogais simples são divididas:

-no que diz respeito à qualidade (ou seja, a parte da boca mais interessada na pronúncia), em:

«- palatais: ε, η, ι

• velar: a (assim definido pelo véu palatal ou úvula)

• labial: o, co, υ

- sobre a quantidade (ou duração) do som, em:

• «Curta (“): ε, o

• longo ('): η, ω

<ancìpiti ('): α, ι, υ

- no que diz respeito à intensidade do som, em:

«Forte (ou áspero): α, ε, η, ο, ω

- fraco (ο doce ο fraco): ι, υ

- sobre o timbre (ou cor particular do som que torna uma vogal diferente das demais), em:

«Limpar: ε, η, ι

«- significa: α

< escuro (ou escuro): o, co, υ

• Os ditongos

O ditongo é a união, na mesma sílaba, de duas vogais, das quais a primeira forte (α, ε, η, o, co) e a segunda fraca (ι, υ): são pronunciadas com uma única emissão de voz () e do ponto de vista métrico têm o valor de uma sílaba longa.

Com base na vogal fraca, que constitui o segundo elemento, os ditongos são divididos em duas séries:

- série com ι :

αι, ει, οι

série com υ

αυ, ευ, ου

Com base no comprimento do primeiro elemento (vogal forte) existe a seguinte subdivisão:

- ditongos próprios ou curtos, quando o primeiro elemento é curto (') :

de, αυ, ει, ευ, οι, ου

- impróprios ο ditongos longos (raros), se a vogal forte do primeiro elemento for longa (-):

αι, αυ, ηι, ηυ, ωι, ωυ

Nos ditongos impróprios da série com ι , este é subscrito (iota abaixo-assinado) se a vogal forte for minúscula; está escrito ao lado direito (iota atribuído) se estiver em maiúscula:

s, n, <p

Αι, Oi, Ωι

Tanto no primeiro como no segundo caso ι não é pronunciado.

Excepcionalmente, mesmo a união de υ com ι pode formar ditongo (υι , por exemplo, υιός, 'filho'). Esse ditongo, formado por duas vogais fracas, raramente é encontrado e somente na frente de outra vogal.

Os ditongos da língua grega são pronunciados como os correspondentes italianos, exceto ου (pron. U).

Mesmo duas vogais que não constituem ditongo podem ser consideradas uma única sílaba, mas a primeira delas deve necessariamente ser curta. Este fenómeno é definido como o sinizèsi ou synèresi: άνώγεων ('sala')

Sons consonanticos

Existem 17 consoantes gregas, das quais 14 são chamadas simples e 3 duplas.

Em comparação com a qualidade do som, os simples distinguem-se em mudos e sonoros. As consoantes que, para serem pronunciadas, devem ser unidas a um elemento vocálico, são chamadas mudas. Eles também são definidos como momentâneos (porque sua pronúncia termina instantaneamente) ou explosivos (porque em O alfabeto e a pronúncia O sistema fonético

Os sinais ortográficos e de pontuação

Palavras átonas · Divisão e quantidade de sílabas

pronunciá-los causa uma emissão repentina de ar). Por outro lado, aquelas consoantes que podem ser pronunciadas sozinhas, contendo em si um som de vogal, são definidas como sonoras; além disso, eles também são definidos como contínuos, pois seu som pode ser estendido.

Com base, então, no órgão articular (garganta, lábios, dentes), as mudas são divididas em: guturais (também chamadas velares, porque se articulam do dorso da língua contra o véu palatino), labiais e dentárias; quanto ao grau de articulação são divididos em tênues (ou surdos), médios (ou sonoros) e aspirados (constituídos por um tênue + aspiração).

As sonoras também são divididas em: guturais, labiais e dentários (baseadas no órgão de articulação); líquido, nasal e sibilos (dependendo do grau de articulação).

Resumindo

 

Sinais ortográficos

Os sinais ortográficos não eram usados ​​antes do III ver. BC: até então, na verdade, apenas letras maiúsculas e escrita contínua foram usadas (scriptio continua). De III sec. AC o uso de letras minúsculas se espalhou e começou-se a distinguir palavras: além dos sinais de pontuação, os gramáticos os alexandrinos também introduziram sinais ortográficos.

Os espíritos

Na língua grega existem dois sinais especiais chamados espíritos, que são encontrados nas vogais iniciais ou na segunda vogal de um ditongo no início de uma palavra:

- o espírito aspero ('), correspondente ao h da língua latina, indica que a vogal ou o ditongo inicial deve ser pronunciado com aspiração:

ύμνος ('hino', lat. hymnus)

- o espírito doce (') indica que a vogal inicial e o ditongo devem ser

pronunciada sem aspiração:

’Απόλλων ('Apolo', lat. Apolo)

O espírito aspero é sempre colocado na vogal inicial ύ :

ύδωρ ('água')

O espírito azedo sempre surge também na inicial ρ, que é transcrita em latim com rh:

ρήτωρ ('retórico', lat. Retor)

Dentro de uma palavra, dois ρs consecutivos podem trazer um o espírito doce e o outro o espírito azedo, mas o espírito também pode ser omitido:

I Πύρρος, ou Πύρρος ('Pirro', lat. Pirro)

Os espíritos são colocados da seguinte forma:

- se a inicial for minúscula, o espírito é colocado acima da vogal e acima de ρ:

Ιάνήρ ('homem') ρήμα ('palavra')

- se a inicial for maiúscula, o espírito é colocado no canto superior esquerdo:

ΙΆγάμεμνων ('Agamenon')

'Ρώμη ('Roma')

- quando no início de uma palavra há um ditongo próprio (maiúsculo e minúsculo), o espírito é colocado na segunda vogal:

Οίδίπους ('Édipo')

αίρέω ('Eu tomo')

- quando houver ditongo impróprio no início de uma palavra, o espírito é colocado no canto superior esquerdo, se a inicial for maiúscula; no próprio ditongo, se a inicial for minúscula:

Άιδης ('Hades')

άδω ('eu canto')

Os acentos

Em grego, todas as palavras, exceto proclíticos e enclíticos, são marcadas pelo acento.

O sotaque grego é qualitativamente diferente do italiano e do latim: enquanto este último, de fato, é um acento de intensidade e consiste em uma maior intensidade de voz na sílaba tônica, o da língua grega é um acento musical, pois consiste em um aumento no tom.

Em grego, distinguimos três tipos de sotaque:

- o acento agudo (') indica uma elevação do tom da voz:

αδελφός ('irmão')

- o acento grave (') indica um abaixamento do tom da voz:

καλός άνήρ ('homem bonito')

 

Alfabeto grego especificações

Observações:

1. As vogais gregas podem ser sempre breves ε, o; sempre longas η, ω ; longas ou breves: α, ι, υ.

2. Um gama seguido de γ, κ, χ pronuncia-se n. Ex: άγγελος [ânguelos].

3. Os ditongos gregos são ai, ει, οι, αυ, ευ, ου.

Ditongos

Os ditongos gregos em que o segundo elemento é “i” (αι, ει, oi) pronuncia-se como em português.

Os ditongos em que o segundo elemento é “u” (αυ, ευ) βασιλεύς

pronunciam-se au, eu; exclui- se o ditongo ου que se pronuncia como um “u” longo. São ainda ditongos ηυ, υι. Ο iota pode seguir uma vogal longa, mas neste caso ele não se pronuncia e é representado embaixo da vogal quando minúscula (iota subscrito) ou ao lado da vogal, quando maiúscula (iota adscrito). Ηι, Ωι.

Os espíritos

(lat. Spiritus = aspiração) são sinais e com que se marcam todas as palavras que começam com vogal. São dois: o espírito doce (fraco, suave) que não exerce nenhuma influência na pronúncia; e o espírito rude (forte) que marca uma aspiração inicial (h aspirado). O espírito deve ser posto antes do acento, se agudo ou grave, e embaixo do acento, se circunflexo. Nas maiúsculas iniciais o espírito se coloca à esquerda.

Nos ditongos iniciais o espírito se coloca sobre a semi-vogal.

Ο υ e p iniciais são sempre marcados com espírito rude.

Acentos:

Sem entrarmos na natureza do acento grego, diremos que são três os acentos:

Agudo que se encontra sobre vogal breve ά, longa ou ditongo.

Grave  que substitui em certas condições o acento agudo.

Circunflexo que se encontra sobre vogal longa  ou ditongo

Para efeito de ortografia e leitura diremos que toda sílaba acentuada é tônica toda a palavra grega é acentuada. Como o espírito, o acento grego do ditongo coloca-se sobre o segundo elemento.

posição do acento

Quanto à posição do acento as palavras são:

Oxítonas, se levam o acento agudo na última sílaba; καλός

Paroxítonas, se levam o acento agudo na penúltima sílaba; λόγος

Proparoxítonas, se levam o acento agudo na antepenúltima sílaba; πόλεμος

Perispômenas, se levam o acento circunflexo na última sílaba; Μουσν

Properispômenas, se levam o acento circunflexo na penúltima sílaba. θρῆνος

 

Regras Práticas:

1. O que comanda a posição e a natureza do acento é a última sílaba;

2. Para efeito de acentuação, a última sílaba vale um 1 tempo se é breve e 2 tempos se é longa. A natureza da penúltima sílaba (nas proparoxítonas) não tem importância e sempre conta 1 tempo;

3. A sílaba tônica nunca recua mais do que 3 tempos da final;

4. Os ditongos são naturalmente longos; excluem-se os ditongos oi e ai em posição final absoluta, que são sempre breves para efeito de acentuação;

5. Os substantivos e adjetivos, na declinação, tendem a manter a posição da tônica do nominativo singular;

6. Os verbos revelam uma tendência regressiva em relação à posição da tônica, isto é, a sílaba tônica se afasta o mais possível do final da palavra.

 

 

Deissmann, A. (1903). Bible Studies. T & T Clark.

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4ª Lição Casos

O artigo.

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Em português temos artigos definidos (o, a, os, as) e indefinidos (um, uma, uns, umas). Em grego existe apenas o artigo definido. Assim, uma palavra como λόγος pode ser traduzida como palavra ou como uma palavra, dependendo do contexto. Mas o uso do artigo definido em grego corresponde
em grande parte ao uso do artigo definido em português. As diferenças são poucas para serem mencionadas numa introdução.
O artigo grego geralmente funciona como o adjetivo, concordando com a
palavra que ele modifica em género, número e caso.

.

Gênero: masculino, feminino e neutro.

Número: singular, plural e dual.

O Novo Testamento grego divide o artigo, substantivos, pronomes e adjetivos em dois grupos: aqueles que se referem a uma só pessoa ou coisa, e aqueles que se referem a mais de uma pessoa ou coisa. Em outras palavras, é a mesma distinção vista no uso do número para o verbo.

 

Devido à declinação, as palavras não precisam guardar posição na oração, para que se determine a função sintática. Em português, a inversão de posição delas pode alterar o sentido: “O camponês conduz o cavalo”; “O cavalo conduz o camponês”. Embora com as mesmas palavras, o sentido se altera. Em grego, Ο γεωργός άγει τόν Ίππον”,

Tòv Ίππον άγει ò γεωργός” e “Τόν Ίππον γεωργός άγει” têm ο mesmo sentido. Para alterá-lo, será necessário mudar a declinação.

Casos

O grego tinha, praticamente, cinco casos: o nominativo, o vocativo, o acusativo, o genitivo e o dativo; o locativo e o instrumental, morfologicamente semelhantes ao dativo, existiam ainda em forma vestigial. As desinências casuais, tanto em sentido concreto como em sentido abstrato, tinham a função básica de:

  •  nominativo = identificar, nomear o ser / objeto;
  •  vocativo = interpelar, chamar;
  •  acusativo = marcar o percurso no tempo e no espaço;
  •  genitivo = marcar a origem, a separação;
  •  dativo = marcar a atribuição;
  •  locativo = marcar o lugar em que se está, no tempo ou no espaço;
  •  instrumenal = exprimir o meio / instrumento usado para um ato. 

 

O caso nominativo. A oração principal. A oração subordinada.

:

O caso nominativo é usado, sobretudo, para indicar o "sujeito" de uma oração principal ou subordinada. Ele exprime o tópico principal que é considerado, o "sujeito" do discurso, a respeito do qual se fala.

Uma "oração" é um conjunto de palavras que implicam um juízo em relação a algo, e geralmente é expressa como afirmação, questão, ordem, desejo, ou exclamação.

 

Ordinariamente, uma oração contém um sujeito e um predicado, isto é, um substantivo e uma forma verbal, que são tanto explícitos como implícitos.

 

Genitivo:

Ο caso genitivo é usado para significar posse.

ό λόγος τού θεού a palavra de Deus

O caso genitivo também pode ser regido por certas preposições:

έκ του ιερού do templo

Estes são apenas dois dos usos mais fundamentais do caso genitivo.

O caso acusativo.

Um substantivo ou pronome pode ser usado, em grego, no caso acusativo

como o objeto direto de um verbo:

ό θεός είπε τον λόγον.

Deus disse α palavra.

Um substantivo ou pronome pode ser posto no caso acusativo como objceto

regido por uma preposição:

ό Κύριος έρχεται εις τον κόσμον.

Ο Senhor vem ao mundo.

 

Dativo:

O caso dativo é usado para expressar o objeto “indireto” de um verbo, isto é, a pessoa ou coisa a quem ou a que algo é realizado:

ό Κύριος λέγει τω άγγέλω.

Ο Senhor fala ao anjo.

έχω σημεΐον τò υιώ.

Tenho um sinal para o filho.

O caso dativo também pode ser regido por uma preposição:

Ιρχεται συν τω υιώ.

Vem com ο filho.

 

Vocativo:

O caso vocativo é usado para indicar uma pessoa (ou uma coisa personificada) que está sendo invocada. Diversas vezes a interjeição ώ (Ó, Oh) é usada diante diante de uma palavra no caso vocativo. Ocasionalmente, o caso nominativo (possivelmente com o artigo) se encontra no lugar do vocativo para invocar uma pessoa.

Nota: Ο vocativo é sempre igual ao nominativo, exceto no singular dos substantivos masculinos de tema O, que é em ε: λόγε. As vezes, ele aparece precedido de ώ.

Há também substantivos femininos seguindo este modelo, tendo obviamente artigo feminino ή βίβλος ‘o livro’).

 

O artigo grego se declina do seguinte modo

Singular

 

Masculino Feminino   Neutro

N      ό                  ή                τό

G      του            της               του

D      τò              τη                 τò

A      τόν            τήν                τό

 

Plural

 

Masculino Feminino        Neutro

N        όι                 αι              τα

G       των              των             των

D       τοΐς             ταΐς             τοΐς

A       τους            τάς                τά

O substantivo λόγος

O substantivo λόγος, palavra, é um substantivo masculino da segunda declinação, isto é, da segunda das três categorias principais de substantivos gregos. É apresentado antes dos substantivos da primeira declinação, porque é semelhante na forma ao masculino do artigo, ê porque é encontrado muito frequentemente. Além disso, muitos adjetivos masculinos se declinam do mesmo modo que λόγος.

 

SINGULAR

NOM ό λόγος,

ACU τόν λόγον,

GEN του λόγου,

DAT τω λόγω

PLURAL

NOM οι λόγοι,

ACUS τούς λόγους,

GEN των λόγων,

DAT τοίς λόγοις

O Pronome relativo

 

Caso

Masculino

Feminino

Neutro

Singular

Nom.

ὅς

Gen.

οὗ

ἧς

οὗ

Dat.

Acc.

ὅν

ἥν

Plural

Nom.

οἵ

αἵ

Gen.

ὧν

ὧν

ὧν

Dat.

οἷς

αἷς

οἷς

Acc.

οὕς

ἅς

 

Em grego o pronome relativo segue em geral as mesmas regras gramaticais que em português. O pronome concorda com seu antecedente (ou seja, com a palavra à qual se refere) em género e número, mas toma o caso a partir do uso que dele é feito em sua própria frase:

 

ò λόγος õç έστιν αγαθός έστι καλός.

Α palavra que é boa é bela.

ό λόγος ôv είπεν ό θεός άγιος έστιν.

Α palavra que Deus disse é santa.

  

O substantivo έργον.

A palavra έργον, trabalho, substantivo neutro da segunda declinação,

 

Caso

Singolare

Plurale

Nominativo

Τὸ ἔργον

 Τὰ ἔργα

Genitivo

Τοῦ ἔργου

 Τῶν ἔργων

Dativo

Τῷ ἔργῳ

 Τοῖς ἔργοις

Acusativo

Τὸ ἔργον

 Τὰ ἔργα

Vocativo

 Ὦ ἔργον

  Ὦ ἔργα

 

 

 

Vocabulário.

 

ειμί  sou; existo; estou.

ειπε(ν) [do verbo λέγω:] disse; falou. A forma plural é είπον: disseram; falaram.

έρχεται [do verbo έρχομαι:] vem ou chega, está vindo, está chegando. A forma plural é έρχονται: chegam, estão vindo, estão chegando.

ò, ή, τό [Adj] o, a.

άγγελος, -ou, ό [Ν] anjo; mensageiro.

αδελφός, -οΰ, ό [Ν] irmão; parente; consanguíneo.

άνθρωπος, -ου, ό [Ν] normalmente homem no sentido de ser humano,

mas às vezes homem no sentido de varão.

θεός, -ου, ό [Ν] Deus; deus.

κόσμος, -ou, ό [Ν] mundo; universo.

κύριος, -ου, ό [Ν] Senhor, senhor, patrão [nas formas de tratamento.

λόγος, -ou, ό [Ν] palavra; discurso.

ουρανός, -ou, ό [Ν] céu; céus; firmamento.

υιός, ου, ό [Ν] filho; descendente.

αγαθός [Adj] A forma masculina deste adjetivo se declina como λόγος. bom.

άγιος [Adj] [A forma masculina deste adjetivo se declina como λόγος.] santo; consagrado.

καλός [Adj] [A forma masculina deste adjetivo se declina como λόγος.]

belo; bom.

όλος [Adj] [A forma masculina deste adjetivo se declina como λόγος.] todo; inteiro;.

όλος ό λόγος significa "o discurso inteiro" e não "o discurso (é) inteiro".

ού, ούκ, ούχ [Neg] não. Esta negação é geralmente usada com o modo indicativo,

ού se usa diante de palavras que começam por consoante;

ούκ se usa diante de palavras que começam por vogal com espírito suave;

ούχ se usa diante de palavras que começam por vogal com espírito

áspero

εις [Prep] Rege sempre o caso acusativo: em, para dentro de, em direção a, para (objetivo).

ός, ή, ó [Pro] que; quem; o qual, a qual.

δαιμόνιον, -ου, τό [Ν] demónio; espírito malvado.

έργον, -ου, τό [Ν ] obra; trabalho; ação; atividade.

εύαγγελιον, -ου, τό [Ν] evangelho; boa notícia

 

.

5 Lição: Sintaxe

Elementos essenciais da oração

 

Na oração há apenas dois elementos essenciais: o que denota o processo, a ação (predicado), e o que denota o agente do processo (sujeito):
1. Ἀχιλλεύς τρέχει.
"Aquiles corre."
No exemplo acima, τρέχει, "corre", é o processo, e Ἀχιλλεύς, "Aquiles", é o agente do processo. O elemento básico da oração é o predicado, que pode estar claramente expresso, como no exemplo acima, ou então oculto:
 

2. οὔκουν φθόγγος γ' οὔτ' ὀρνίθων οὔτε θαλάσσης.
"Nenhum ruído, nem de aves, nem do mar." 

As categorias de palavras que exercem a função de sujeito e de predicado na frase são, habitualmente, 

a) o substantivo (sujeito) e 

b) o verbo (predicado).
 

Note-se que o verbo de ligação εἰμί, "eu sou / estou / existo", em geral fica subentendido:
 

3. ἄριστον μὲν ὕδωρ (ἐστίν).
"grande coisa (é), realmente, a água." (P.O. 1.1)

 

  • substantivos

designam / identificam seres, objetos e abstrações
v.g. Ἀχιλλεύς, "Aquiles", φθόγγος, "ruído", ὀρνίθων, "aves"

  • adjetivos

 

caracterizam ou determinam os substantivos
v.g.  γαθοῖς, "bons", εὐδαίμονα, "feliz"
 

• estão incluídos os numerais, v.g. τρεῖς, "três"

  •  pronomes

desempenham a função do substantivo e/ou do adjetivo
v.g. ἐγώ, "eu", σέ, "te"
• estão incluídos os artigos definidos, v.g. τῶν, "os", τὸ, "o"

  •  verbos

indicam um processo (ação, estado ou passagem de um estado a outro)
v.g. ζηλῶ, "eu invejo" e τρέχει, "ele corre"

  •  advérbios

determinantes de local, tempo ou modo (intensificação, negação, etc.) de verbos e adjetivos
v.g. οὐκ, "não", πολλάκις, "muitas vezes", πότε, "quando?"

  • conjunções

coordenam palavras, expressões e orações, ou uma subordinação entre orações (cf. infra)
v.g. καὶ, "e", εἰ, "se", ὅτι, "que, porque"

  •  preposições

medeiam o processo de subordinação entre complemento e complementado
v.g. ὑπό, "por, sob", παρά, "junto de", περί, "em volta de"
 

O grego antigo tem, além das conjunções e preposições, numerosas outras partículas, palavras curtas e invariáveis, difíceis de agrupar:

  • partículas exclamativas ("interjeições");
  •  partículas enfáticas, explicativas e muitas outras.

 

FRASE, ORAÇÃO E SEUS ELEMENTOS

 

A frase é a unidade básica e mais elementar do discurso:
οἴμοι.
"Ai de mim!"
ἄγαγε.
"Fora!"
ζηλῶ σέ, γέρον.
"Invejo-te, meu velho."
 

Temos, acima, três frases, pois são enunciados de sentido completo acompanhados de entonação, de melodia.
A frase pode conter uma ou mais orações; fala-se em oração quando a frase tem esquema discursivo completo, com seus elementos essenciais, e se presta a uma análise de seus constituintes. Também a frase 

"ζηλῶ σέ, γέρον"  é uma oração.

 

A PALAVRA GREGA

 

Quanto à forma, as palavras gregas podem ser variáveis ou invariáveis, exatamente como nas demais línguas indo-européias; mas, por se tratar de língua muito antiga, de estrutura próxima à do tronco indo-europeu, as variações morfológicas das palavras gregas são bem mais complexas do que as das línguas mais modernas.
Há pequena quantidade de palavras invariáveis: são os advérbios, as preposições, os conetivos e uma série de partículas de difícil classificação que emprestavam tonalidade e ênfase variadas aos enunciados.
As palavras com formas variáveis, muito numerosas, são os substantivos, adjetivos e pronomes, nestas sinopses chamados coletivamente de nomes, e os verbos.
O reconhecimento de palavras invariáveis é questão de léxico; as mais freqüentes estão listadas no Vocabulário Fundamental. Quanto às palavras variáveis, além da noção básica transmitida pela palavra em si (informada pelo dicionário), é preciso identificar a forma sob a qual se apresenta e assim determinar sua função sintática nos enunciados.

PALAVRAS VARIÁVEIS

 

As palavras variavéis têm uma parte mais ou menos fixa, o radical, e outra que varia consideravelmente, a desinência. O radical contém a noção nominal ou verbal; a desinência marca o gênero, o número e outras categorias gramaticais da palavra.
κόρακ-ας

RADICAL

 

(noção nominal: "corvo")

DESINÊNCIA

(masculino, singular, acusativo)

No exemplo acima, se assinala o radical do substantivo κόρακας; e em
letras negras, a desinência. O radical é em geral representado sem os acentos, seguido de um traço e muitas vezes entre colchetes: [κορακ-]. A desinência costuma ser precedida por um traço: -ας.
Eis um panorama das noções informadas pelo radical e pelas desinências:

RAIZ E AFIXOS DO RADICAL

 

Diz-se que o radical é "mais ou menos fixo" porque há, freqüentemente, variações significativas na sua forma entre as palavras de uma mesma família e, também, nas diversas formas de uma única palavra.
Os radicais gregos são em geral constituídos por dois elementos básicos, a raiz e os afixos. A raiz é a parte do radical que contém o significado básico da palavra; os afixos (prefixos, infixos e sufixos, conforme a posição) especificam ou determinam certas nuances da noção nominal ou verbal contida na raiz. Algumas palavras têm radical formado unicamente pela raiz.
Considere-se, por exemplo, a raiz δο-, que contém a noção geral de "dar":

  •  na palavra δοτήρ, -τηρ é um sufixo de agente que especifica o valor da raiz; daí a tradução, "aquele que dá", "doador";
  • em δόσις, -σις é um sufixo de ação, isto é, que indica uma ação; a tradução, nesse caso, é "aquilo que é dado", "doação" (daí, "dose" — algo que é dado em certas
    quantidades);
  •  na forma verbal δίδομεν, δι- é um prefixo especial, conhecido por redobro em -ι-,que nesse caso marca o aspecto durativo da ação verbal; -μεν não faz parte do
    radical, é a desinência da 1ª pessoa do plural. Tradução: "nós damos".

ALTERNÂNCIAS VOCÁLICAS

A parte mais estável do radical é, em geral, o arcabouço consonântico; as variações mais freqüentes ocorrem em determinadas vogais e são chamadas de alternâncias vocálicas — ou apofonia.
Considere-se, por exemplo, algumas formas ativas do verbo λείπω, "eu deixo":

    ἔλιπον = aoristo, indicativo, 1ª sg.

    λείπω = imperfectivo, indicativo presente, 1ª sg.

    λέλοιπα = perfectivo, indicativo presente, 1ª sg.
 

As sutis alterações no grupo vocálico do radical primitivo (λιπ-, radical do aoristo), constituídas pela inserção das vogais -ε- e -ο-, indentificam uma nuance do ato verbal conhecida por "aspecto verbal" (imperfectivo, aoristo, perfectivo) para cada uma dessas
formas. Os lingüistas chamam essa vogal variável de "vogal alternante" e as alternâncias são chamadas de graus. Neste caso, temos:

  •  o grau zero (λιπ-);
  •  o grau pleno (λειπ-);
  •  o grau fletido (λοιπ--).

Nos radicais nominais, a apofonia é mais evidente na vogal temática, sufixo posicionado no fim do radical de algumas palavras. Essa vogal sofre, notadamente, alterações no timbre.
Considere-se, por exemplo, algumas formas do substantivo λύκος, "lobo":

1. λύκε = vocativo sg.: grau -ε-
2. λύκος = nominativo sg. :: grau -ο-
 

É costume representar graficamente a vogal temática assim: -ε/ο-. No exemplo acima, portanto, o radical é λυκε/ο-.
Alguns verbos também têm uma vogal alternante -ε/ο-, muito semelhante à dos nomes, entre o radical e a desinência de certas formas verbais. Vejamos, por exemplo, duas formas ativas do verbo λύω-, "eu desato":
 

1. λύ-ο-μεν = imperfectivo, indicativo presente, 1ª pl. :: grau -ο-
2. λύ-ε-τε = imperfectivo, indicativo presente, 2ª pl. :: grau -ε-
 

Há divergências quanto à etimologia dessa vogal alternante dos verbos. Quase todos os gramáticos chamam-na de "vogal temática" e, de acordo com sua presença nas formas do sistema do imperfectivo, agrupam os verbos gregos em verbos temáticos e verbos atemáticos. Murachco, por outro lado, considera-a apenas uma "vogal de apoio ou de ligação", recurso fonético criado para acomodar problemas de pronúncia.
Do ponto de vista prático, independentemente da nomenclatura, trata-se de vogal alternante... E, como se verá, a terminologia verbos temáticos e verbos atemáticos é inadequada de qualquer ponto de vista.

DESINÊNCIAS E TERMINAÇÕES

 

A parte final, flexível, das palavras variáveis — nomes e verbos — recebe diversas denominações.  Para diferenciar "desinência" de "terminação".
Eis um exemplo tirado do verbo λυ-, "desatar":

 

λύετε
λύομεν

RADICAL

λύ (noção verbal),

DESINÊNCIA

 

ετε (pessoa, aspecto número)
 

VOGAL
ALTERNANTE
TERMINAÇÃO

 

Desinência é um sufixo colocado depois do radical das palavras variáveis para marcar as categorias gramaticais (gênero, número, caso, pessoa do discurso, etc.).
Terminação é o conjunto de "letras móveis" do fim da palavra e que geralmente engloba a desinência, eventuais letras móveis do fim do radical e certos infixos colocados entre o radical e a desinência.
No substantivo κορακ-, "corvo", a forma κόρακ-ας pode ser decomposta em κόρακ-, radical, e -ας, desinência. A desinência e a terminação neste caso são a mesma coisa.
No verbo λύομεν, que acabamos de ver, λυ- é o radical, -ο- é a vogal alternante, -μεν é a desinência; -ομεν, portanto, é a terminação.
No substantivo δοτηρ-, "doador", δοτηρ- é o próprio radical e não há desinência visível.
Neste caso, diz-se que a palavra tem desinência "zero", representada pelo sinal -ø.

  Agente da passiva: complemento verbal sobre o qual recai o processo indicado pelo verbo na voz passiva
v.g. τινος, "alguém", na frase φιλοῦμαι ὑπὸ τινος, "sou amado por alguém"
substantivos

 complemento circunstancial: especifica as circunstâncias envolvidas no processo verbal, ou intensifica o sentido de verbos e adjetivos
v.g. Λήδαι, "de Leda" (exemplo 4) e πᾶσίν  γαθοῖς, "para coisas boas"
(exemplo 5) 

 vocativo: invocação ou interpelação do ouvinte com entoação exclamativa
v.g. Αγάμεμνον, "Agamêmnon" (exemplo 5)

TIPOS DE ORAÇÃO


Assim como no português, no grego existe a oração independente, com sentido completo:
ὁρῶ τὴν σὴν οἰκίαν.
"estou vendo a tua casa."
Para exprimir pensamentos mais complexos, orações independentes podem ser colocadas lado a lado, em sucessão, sem dependerem formalmente umas das outras.
A primeira possibilidade é o assíndeto (gr.  σύνδετος, "não unido"):
 

οὗτος  πήγγειλε τὰ ψεύδὴ, ὑμεῖς ἐπιστεύσατε, οἱ Φοκεῖς ἐπύθοντο,
ἐνέδωκαν ἑαυτοὺς,  πόλοντο.
"ele transmitiu falsidades, vós acreditastes, os Focídios tomaram conhecimento, entregaramse, foram aniquilados"
ἕλκε, τίλλε, παῖε, δεῖρε, κόπτε πρώτην τὴν χύτραν.
"Puxa, arranca, bate, esfola, quebra primeiro a panela" (Ar.Av. 365)
 

A segunda possibilidade é o processo de justaposição através de partículas de coordenação, a parataxe (gr. παράταξις):
ὁι μέν τινες  πέθανον, ὁι δ' ἥκουσιν.
"uns estão mortos, porém outros estão aqui" (And. 1.25)
τῆς παιδείας τὰς μὲν ῥίζας εἶναι πικράς, γλυκεῖς δὲ τοὺς καρπούς
"as sementes da educação são amargas, mas os frutos (são) doces" (D.L. 5.18)
 

Os dois membros da frase, nos exemplos acima, estão coordernados pela partículas μέν (1º membro) e δέ (2º membro), nem sempre traduzíveis.
Enunciados ainda mais complexos dependem do uso de orações subordinadas a uma oração principal (gr. ὑπόταξις). As orações subordinadas podem estar ligadas ao verbo da oração principal pelos conectivos de subordinação; do ponto de vista sintático, representam um dos elementos da oração principal, da qual dependem.
O grego tem os mesmos tipos de oração subordinada que o português:

  •  orações subordinadas substantivas

constituem o sujeito, o objeto, o predicativo, o complemento nominal ou o aposto da oração principal;

  •  orações subordinadas adjetivas

constituem um complemento nominal que determina um dos elementos da oração principal, da mesma forma que um adjetivo o faria;

  •  orações subordinadas circunstanciais (adverbiais)

exprimem diversas circunstâncias que afetam o verbo da oração principal.
Nos exemplos abaixo, a oração principal está sublinhada:

λέγεται αὐτὸν εἶναι εὐδαίμονα.
"Ele diz ser (= que é) feliz."
 

  • Oração subordinada substantiva objetiva, não introduzida por conetivo.

πάντα ἃ βούλει ἔξεις.
"Terás tudo o que queres"

  • Oração subordinada adjetiva, introduzida por conetivo (o pronome relativo ἃ).

εἰ οἱ θεοί εἰσι κακοί, οὐκ εἰσὶ θεοί.
"Se os deuses são maus, eles não são deuses."

  • Oração subordinada circunstancial condicional, introduzida por conetivo (a conjunção εἰ).

Substantivos, adjetivos, pronomes, verbos e advérbios formam o arcabouço das orações e cabe às partículas o  importante papel relacional, pois são elas que conectam os elementos da oração entre si (v.g. preposições, conjunções) e as orações coordenadas e subordinadas à oração principal (v.g. conjunções).
N.b.: os pronomes relativos, embora não sejam partículas, têm igualmente função conectiva, pois subordinam orações adjetivas à oração principal.

RADICAIS NOMINAIS

 

A flexão nominal compreende o conjunto de variações morfológicas assumidas por substantivos, adjetivos, pronomes e formas participiais do verbo em diferentes situações.
Considemos a oração

 

ὁ ἵππος τὸν ἵππον βλέπει. "o cavalo olha o cavalo"

Observe-se a palavra "cavalo", cujo radical, neste exemplo, tem a forma ἵππο-; ela aparece em dois formatos, ἵππος e ἵππον. O radical encerra a noção nominal, "cavalo"; a forma ἵππος, que é um nominativo masculino singular, marca o gênero, o número e a função de "sujeito" da frase; a forma ἵππον, um acusativo masculino singular, assinala a função de "objeto" do verbo βλέπει, além do gênero e do número. A diferença entre as duas formas da palavra "cavalo" reside na terminação: -ος no primeiro caso, -ον no segundo.
 

Os radicais nominais dos substantivos costumam ser agrupados de acordo com a última letra do radical em três grandes grupos ou declinações:
1. Radicais em -α(η)
2. Radicais em -ε/ο-
3. Radicais em consoante / sonante
 

a. em -γ, -κ, χ (guturais) 

b. em -δ, -τ, -θ (dentais)
c. em -β, -π, -φ (labiais)
d. em -μ, -ν (nasais)
e. em -λ, -ρ (líquida)
f. em -σ (sibilante)
g. em -ι, -υ, -F (sonantes)
 

A morfologia nominal básica é a dos substantivos; adjetivos e pronomes podem ter o radical classificado mais ou menos do mesmo modo. Ver paradigmas nominais.
Dá-se o nome de "declinação" ao conjunto das formas flexionais que os nomes podem assumir no enunciado. Declinar uma palavra é enunciar, de forma sistemática, suas diferentes formas.
A noção contida no radical nominal é informada pelo dicionário. Veja as formas dicionarizadas dos nomes no léxico.

Desinências nominais básicas

 

O substantivo κορακ-, "corvo ", por exemplo, pode assumir as seguintes formas:
κόραξ (< κόρακς)
κόρακα
κόρακος
κόρακι
κόρακες
κόρακας
κοράκων
κόραξι (< κόρακσι)
κόρακε
κοράκοιν
Compare-se κόραξ [κορακ-] com o substantivo português "mesa" [mesa-], por exemplo, que tem apenas as seguintes flexões para exprimir gênero e número: mesa-a (> mesa),
mesa-s.
As desinências nominais acrescentam ao radical dos substantivos, adjetivos, pronomes e particípios as noções gramaticais de gênero, de número e de caso.

 


Complementos nominais e verbais

4. ἐγένοντο Λήδαι Θεστιάδι τρεῖς παρθένοι·
"nasceram de Leda, filha de Téstio, três donzelas:" (E.IA. 49)
5. οὐκ ἐπὶ πᾶσίν σ' ἐφύτευσ'  γαθοῖς, Αγάμεμνον, Ατρεύς.
"Atreu não te engendrou para todas as boas coisas, Agamêmnon." (E.IA. 29-30
Na primeira oração, o núcleo do sujeito é παρθένοι, "donzelas", e o verbo é ἐγένοντο,
"nasceram". Na segunda, o sujeito é Ατρεύς, "Atreu" e o verbo é ἐφύτευσα, "engendrou".
As outras palavras são complementos que qualificam, especificam ou delimitam
circunstancialmente esses e outros elementos das orações.
Existem, em grego, praticamente os mesmos complementos do português; por razões
estritamente didáticas, no entanto, nestas sinopses eles serão simplificados da seguinte
forma:

complemento nominal:

completa ou especifica, na acepção mais ampla do termo, o sentido dos substantivos
v.g. ὀρνίθων, "de aves" e θαλάσσης, "do mar" (exemplo 2)
substantivos, adjetivos, pronomes, advérbios
aposto: explicação ou apreciação que se junta a um substantivo ou pronome; não
completa o sentido dele, só explica
v.g. Θεστιάδι, "filha de Téstio" (exemplo 4)
substantivos predicativo:
completa o sentido dos verbos de estado ("verbos de ligação")
v.g.  γαθός, "bom", na oração ὁ πατήρ  γαθός ἐστίν, "meu pai é bom"
substantivos, adjetivos
objeto: complemento verbal, completa a noção contida na ação verbal
v.g. παῖδας, "crianças", na oração διδάσκω τοὺς παῖδας, "eu ensino as
crianças", e o pronome σ' (σέ) no exemplo 5
substantivos, pronomes, adjetivos numerais
N.b.: no grego, como se verá, não faz o menor sentido usar as nomenclaturas "objeto
direto", "objeto indireto" e "objeto direto preposicionado"

 

RADICAIS NOMINAIS

A flexão nominal compreende o conjunto de variações morfológicas assumidas por
substantivos, adjetivos, pronomes e formas participiais do verbo em diferentes situações.
Considemos a oração
ὁ ἵππος τὸν ἵππον βλέπει. "o cavalo olha o cavalo"
Observe-se a palavra "cavalo", cujo radical, neste exemplo, tem a forma ἵππο-; ela aparece
em dois formatos, ἵππος e ἵππον. O radical encerra a noção nominal, "cavalo"; a forma
ἵππος, que é um nominativo masculino singular, marca o gênero, o número e a função de
"sujeito" da frase; a forma ἵππον, um acusativo masculino singular, assinala a função de
"objeto" do verbo βλέπει, além do gênero e do número. A diferença entre as duas formas
da palavra "cavalo" reside na terminação: -ος no primeiro caso, -ον no segundo.
Os radicais nominais dos substantivos costumam ser agrupados de acordo com a última letra do radical em três grandes grupos ou declinações:
1. Radicais em -α(η)
2. Radicais em -ε/ο-
3. Radicais em consoante / sonante

a. em -γ, -κ, χ (guturais)
b. em -δ, -τ, -θ (dentais)
c. em -β, -π, -φ (labiais)
d. em -μ, -ν (nasais)
e. em -λ, -ρ (líquida)
f. em -σ (sibilante)
g. em -ι, -υ, -F (sonantes)

A morfologia nominal básica é a dos substantivos; adjetivos e pronomes podem ter o radical
classificado mais ou menos do mesmo modo. Ver paradigmas nominais.
Dá-se o nome de "declinação" ao conjunto das formas flexionais que os nomes podem
assumir no enunciado. Declinar uma palavra é enunciar, de forma sistemática, suas
diferentes formas.
A noção contida no radical nominal é informada pelo dicionário. Veja as formas
dicionarizadas dos nomes no léxico.
Desinências nominais básicas
O substantivo κορακ-, "corvo ", por exemplo, pode assumir as seguintes formas:
κόραξ (< κόρακς)
κόρακα
κόρακος
κόρακι
κόρακες
κόρακας
κοράκων
κόραξι (< κόρακσι)
κόρακε
κοράκοιν
Compare-se κόραξ [κορακ-] com o substantivo português "mesa" [mesa-], por exemplo,
que tem apenas as seguintes flexões para exprimir gênero e número: mesa-a (> mesa),
mesa-s.
As desinências nominais acrescentam ao radical dos substantivos, adjetivos, pronomes e
particípios as noções gramaticais de gênero, de número e de caso.

 

letra β

βαβυλων [babulôn] - Babilônia = "confusão"
βαπτιζω [baptizô] - Submergir, mergulhar, imergir. Batizar, lavar
βαπτισμα [baptisma] - Imersão, submersão, batismo
βαπτισμος [baptismos] - O ato de lavar ou de submergir em água. Lavamento, ablução, batismo
βαρβαρος [barbaros] - Alguém que não é grego, estrangeiro
βῆμα [bêma] - Passo, pisada; um lugar elevado: degrau, assento, plataforma, estrado, tribuna, tribunal
βιβλος [biblos] - A camada interna do papiro, um livro, livro escrito, rolo
βρωμα [brôma] - O que se come, comida, alimento
βρωσιμος [brôsimos] - Comestível
βρωσις [brôsis] - O ato de comer, alimentação, comida; corrosão

 

 

 

6ª Lição O verbo

 

 

O verbo

.

O verbo ser em grego é usado como em português, tanto para indicar existência (Deus existe) quanto para ligar um sujeito a um adjetivo como predicativo (Deus é bom).
No tempo presente do modo indicativo, ele é conjugado assim:

                

.

                 Singular                     Plural

Ia pessoa είμί sou                      εσμεν
2a pessoa εί  és                          έστέ
3a pessoa έστί(ν) è                    είσί(ν)

O tempo presente è usado para simples enunciados

.

DESINÊNCIAS E TERMINAÇÕES

A parte final, flexível, das palavras variáveis — nomes e verbos — recebe diversas
denominações. Nestas sinopses, adoto os critérios discutidos por Freire (p. 15 e 60-61) para
diferenciar "desinência" de "terminação".
Eis um exemplo tirado do verbo λυ-, "desatar":
λύετε
λύομεν

RADICAL

λύ (noção verbal),

DESINÊNCIA

ετε (pessoa, aspecto número)

VOGAL
ALTERNANTE
TERMINAÇÃO

Desinência é um sufixo colocado depois do radical das palavras variáveis para marcar as
categorias gramaticais (gênero, número, caso, pessoa do discurso, etc.).
Terminação é o conjunto de "letras móveis" do fim da palavra e que geralmente engloba a
desinência, eventuais letras móveis do fim do radical e certos infixos colocados entre o
radical e a desinência.
No substantivo κορακ-, "corvo", a forma κόρακ-ας pode ser decomposta em κόρακ-,
radical, e -ας, desinência. A desinência e a terminação neste caso são a mesma coisa.
No verbo λύομεν, que acabamos de ver, λυ- é o radical, -ο- é a vogal alternante, -μεν é
a desinência; -ομεν, portanto, é a terminação.
No substantivo δοτηρ-, "doador", δοτηρ- é o próprio radical e não há desinência visível.
Neste caso, diz-se que a palavra tem desinência "zero", representada pelo sinal -ø.
agente da passiva: complemento verbal sobre o qual recai o processo indicado pelo
verbo na voz passiva
v.g. τινος, "alguém", na frase φιλοῦμαι ὑπὸ τινος, "sou amado por alguém"
substantivos
complemento circunstancial: especifica as circunstâncias envolvidas no processo
verbal, ou intensifica o sentido de verbos e adjetivos
v.g. Λήδαι, "de Leda" (exemplo 4) e πᾶσίν  γαθοῖς, "para coisas boas"
(exemplo 5)
substantivos, advérbios
vocativo: invocação ou interpelação do ouvinte com entoação exclamativa
v.g. Αγάμεμνον, "Agamêmnon" (exemplo 5)
substantivos, pronomes

 

O - ν móvel.

.

Na terceira pessoa do singular e do plural, o ν entre parênteses indica que
a forma completa pode ser tanto εστί / εισί quanto εστίν / είσίν. As formas
sem o ν normalmente são usadas se a palavra que segue é iniciada por consoante;
formas com o ν são normalmente usadas se a palavra que segue é iniciada
por vogal, ou se a forma verbal finaliza o enunciado. Mas o uso não é rígido:
há muitas exceções,

 

O Presente Indicativo

Os verbos no presente-ω é caracterizada pela inserção na raiz do verbo, de uma vogal temática, à qual por sua vez, se encaixam as terminações. Na forma ativa: vogal temática se apresenta como o ου ω antes do ν (embora mais tarde, este ν caíu) e μ, enquanto apresenta-se como ε ει η antes dental (σ e τ); Ass principais desinências (típicas do presente indicativo e conjuntivo), da conjugação temática são: singular I, II e III pers, ω ς -dual II e III, pers. Τον τον, plural, I, II, III pers, μεν, τε, (ν), σι;

o final das 3ª pess. plur. é formada assim: * λύ-ο-ντσι; o τ, se assibila ao σ na criação do grupo σσ que simplifica-se em σ;

queda de ν e compensação de alongamento do ο: λύουσι.
Terminações secundárias (típicas no optativo presente) são:
singular I, II e III pers, (ν) ς
-dual II e III, pers. Τον την,
plural, I, II, III pers, μεν, τε, ν

Na forma ativa: vogal temática se apresenta como o ου ω antes do ν (embora mais tarde, este ν caíu) e μ, enquanto apresenta-se como ε ει η antes dental (σ e τ);

As principais desinências (típicas do presente indicativo e conjuntivo), da conjugação temática são:
singular I, II e III pers, ω ς
-dual II e III, pers. Τον τον,
plural, I, II, III pers, μεν, τε, (ν), σι;

o final das 3ª pess. plur. é formada assim:
* λύ-ο-ντσι; o τ, se assibila ao σ na criação do grupo σσ que simplifica-se em σ;
queda de ν e compensação de alongamento do ο: λύουσι.

o final das 3ª pess. plur. é formada assim: * λύ-ο-ντσι; o τ, se assibila ao σ na criação do grupo σσ que simplifica-se em σ; queda de ν e compensação de alongamento ο: λύουσι.
Desinências secundárias (típicas no optativo presente) são:
singular I, II e III pers, (ν) ς
-dual II e III, pers. Τον την,
plural, I, II, III pers, μεν, τε, ν

o paradigma típico dos modos finitos do presente de um verbo em ω combina de acordo com a declinação do verbo 'desligo' λύω,

paradigma do presente tematico ativo e passivo

Ativo

 

Indicativo Conjuntivo Otativo Imperativo
singular λύω λύω λύοιμι -
2º singular λύεις λύῃς λύοις λῦε
3º singular λύει λύῃ λύοι λυέτω
2º dual λύετον λύητον λύοιτον λύετον
3º dual λύετον λύητον λυοίτην λυέτων
1º plural λύομεν λύωμεν λύοιμεν -
2º plural λύετε λύητε λύοιτε λύετε
3º plural λύουσι λύωσι λύοιεν λυόντων

λυέτωσαν

 

desinências do participio e do infinito são iguais

Forma do participio

Infinito participio
λύειν masc. λύων fem. λύουσα neu. λῦον

 

conjugação médio - passiva

 

Indicativo Conjuntivo Otativo Imperativo
singular λύομαι λύωμαι λυοίμην -
2º singular λύει oppure λύῃ λύῃ λύοιο λύου
3º singular λύεται λύῃται λύοιτο λυέσθω
2º dual λύεσθον λύησθον λύοισθον λύεσθον
3º dual λύεσθον λύησθον λυοίσθην λυέσθων
1º plural λυόμεθα λυώμεθα λυοίμεθα -
2º plural λύεσθε λύησθε λύοισθε λύεσθε
3º plural λύονται λύωνται λύοιντο λυέσθω(σα)ν

 

Infinito participio
λύεσθαι masc. λυόμενος fem. λυομένη neu. λυόμενον

 

declinação do participio presente

O participio segue o terceira declinação dos temas em-ντ no masculino e no neutro e conformam-se com a primeira declinação em alfa impuro no feminino. Em todo o paradigma, o nominativo e o vocativo são idênticos.

singular

nom. masc. λύων fem. λύουσα neu. λῦον
gen. masc. λύοντος fem. λuούσης neu. λύοντος.
dat. masc. λύοντι fem. λυούσῃ neu. λύοντι
ac. masc. λύοντα fem. λύουσαν neu. λῦον

plural

nom. masc. λύοντες fem. λύουσαι neu. λύοντα
gen. masc. λυόντων fem. λυουσῶν neu. λυόντων.
dat. masc. λύουσι fem. λυούσαις neu. λύουσι
acc. masc. λύοντας fem. λυούσας neu. λύοντα

 

βλέπο - vejo
γινώσκω - conheço
γράφω - escrevo
διδάσκω - ensino
λαμβάνω - tomo, recebo
λέγω - digo
λύω - solto, destruo
έχω - tenho

A conjugação do presente indicativo do verbo λύω é:
1. λύω - eu solto ou eu estou soltando
2. λύεις - tu soltas ou tu estás soltando
3. λύει - ele/ela solta ou ele/ela está soltando
4. λύομεν - nós soltamos ou nós estamos soltando
5. λύετε - vós soltais ou vós estais soltando
6. λύουσι(ν) - eles/elas soltam ou eles/elas estão soltando
A diferença entre primeira, segunda e terceira pessoa, bem como se plural ou singular é definido pelas terminações dos verbos. O grego não costuma usar pronomes. A parte constante dos verbos são os radicais. O radical de λύω é λύ-. Os verbos no presente do indicativo são conjugados adicionando-se ao radical, as desinências: 1. -ω, -εις, -ει, -ομεν, -ετε, -ουσι(ν). Assim, nós temos seria έχομεν.

λύω - ligo

•1. λύ-ω,
•2 λύ-εις,
•3 λύ-ει,
•4 λύ-ομεν,
•5 λύ-ετε,
•6 λύ-ουσι(ν).

βλέπο - vejo

•1. βλέπ-ω,
•2 βλέπ-εις,
•3 βλέπ-ει,
•4 βλέπ-ομεν,
•5 βλέπ-ετε,
6 βλέπ-ουσι(ν).

γιgνώσκω - conheço

•1. γιgνώσκ-ω,
•2 γιgνώσκ-εις,
•3 γιgνώσκ-ει,

•4 γιgνώσκ-ομεν,
•5 γιgνώσκ-ετε,
•6 γιgνώσκ-ουσι(ν).

γράφω - escrevo

•1. γράφ-ω,
•2 γράφ-εις,
•3 γράφ-ει,

•4 γράφ-ομεν,
•5 γράφ-ετε,
•6 γράφ-ουσι(ν).

διδάσκω - ensino

•1. διδάσκ-ω,
•2 διδάσκ-εις,
•3 διδάσκ-ει,
•4 διδάσκ-ομεν,
•5 διδάσκ-ετε,
•6 διδάσκ-ουσι(ν).

λαμβάνω - tomo, recebo

•1. λαμβάν -ω,
•2 λαμβάν-εις,
•3 λαμβάν-ει,

•4 λαμβάν-ομεν,
•5 λαμβάν-ετε,
•6 λαμβάν-ουσι(ν).

λέγω - digo

•1. λέγ -ω,
•2 λέγ-εις,
•3 λέγ-ει,
•4 λέγ-ομεν,
•5 λέγ-ετε,
•6 λέγ-ουσι(ν).

œχω - tenho

•1. œχ-ω,
•2 œχ-εις,
•3 œχ-εi,
•4 œχ-ομεν,
•5 œχ -ετε,
•6 œχ-oυσι (ν).

 

O infinitivo. O infinitivo "de complemento".

O infinitivo em grego corresponde aproximadamente ao infinitivo em português (e.g., ver), ou ao gerúndio (e.g., vendo). O infinitivo grego é considerado substantivo verbal. Como verbo, possui voz, modo e tempo. Estas são as categorias sob as quais ele é normalmente tratado. Ocasionalmente, sua categoria como substantivo também deve ser analisada.

Um uso comum é o infinitivo "de complemento", em que o infinitivo "complementa" ou "completa" o sentido de um verbo, como em português:

Θέλω einai αγαθός. [Θέλω, "desejo"]

Desejo ser bom.

 

O infinitivo presente de ειμί.

O infinitivo presente do verbo ειμί é einai.

O imperativo.

O modo imperativo é usado para expressar uma ordem. É encontrado apenas na segunda e terceira pessoas.

Imperativo de ειμί.

O imperativo do verbo ειμί é como segue

Singular

ϊσθι                sê

έστω /ήτω   seja

Plural

έστε                    sede

έστωσαν/ήτωσαν sejam

 

Exemplos

ϊσθι αγαθή.

Sê boa.

έστω αγαθή.

Seja boa.

έστε αγαθοί.

Sede bons.

έστωσαν αγαθοί.

Sejam bons.

Verbo εἰμί

 

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

1° singular

εἰμί

εἴην

-

2º singular

εἶ

ἦς

εἴης

ἴσθι

3º singular

ἐστί

εἴη

ἔστω

1º plural

ἐσμέν

ὦμεν

εἶμεν

-

2º plural

ἐστέ

ἦτε

εἶτε

ἔστε

3º plural

εἰσί

ὦσι

εἶεν

ἔστων / ἔστωσαν / ὄντων

O participio e o infinitivo:

Infinitivo

Participio

εἶναι

masc. ὤνfem. οὖσαneu. ὄν

 

Imperfeito de εἰμί

 

Indicativo attivo

1º singular

ἦν / ἦ

2º singular

ἦσθα / ἦς

3º singular

ἦν

1º plural

ἦμεν

2º plural

ἦστε / ἦτε

3º plural

ἦσαν

Deriva do tema ἐσ- que tornou-se ἠσ- por efeito do aumento vocalico. Na segunda singolar se conserva a desinencia arcaica -θα, perto da mais recente -ς.


 

7ª Lição Os pronomes

 

 

Pronomes pessoais

Já vimos que o N.T., assim como o grego clássico, usa αύτός, αύτή, αυτό como um pronome pessoal de terceira pessoa.

Para a primeira e segunda pessoa, os formulários são, em vez disso, aqueles indicados na figura a seguir.

  • O NOM. sing, é equivalente a 'eu, você'. Os outros casos são equivalentes ao nosso 'eu, você', precedido, conforme a necessidade, pelas preposições correspondentes à sua função na frase. O dativo, bem como as formas 'para mim'; «Para você» (sing); «Para nós»; «Para você» (plur.), Corresponde às partículas pronominais «me, te, nos, vos».
  • As formas μοΰ, μοί, μέ; σοϋ, σοί, σέ; οΰ, οί, ε são também encontrados sem sotaque, porque estão fechados (ver § 37). Em comparação com as formas com o acento correspondentes, essas enclíticas pouco menos enfática: o uso da forma acentuado sublinha à importância da pessoa de quem (ou sobre a qual) se diz, ou se faz algo.
  • O GEN. do pronome pessoal é usado como nós usamos o pronome possessivo (cfr Mt 2.6 ο λαός μου = meu povo; Jo 15,10: έν τη άγάπη μου - no meu amor..).
  • Além disso, o artigo, ao nomivo e usado, nos evangelhos como pronome da terceira pessoa, seguido por δέ (= «e ele», «mas ele ...»). Um caso particolar é representado pela expressão ou μέν ... ou δέ ..., equivalente ao português 'ou um ... ou outro ...'. é uma forma usada para contrapor uma ou outra pessoa

ou coisas (cfr At 14,4;.. 17,32; 28,24; έκαστος ίδιον έχει χάρισμα έκ θεοϋ, ό μεν ούτως, ό δέ ούτως = cada um tem o seu próprio dom de Deus , um de uma maneira, outro em outra, I Cor 7,7;. και αύτός έδωκεν τούς μέν άποστόλους, τούς δέ προφήτας ..., = é ele quem deu alguns como apóstolos, e outros como profetas ... Ef 4,11)..

 

Pronome pessoal recíproco

 

pelo redobrar do tema άλλο-, do pronome-agg. indefinito άλλος (outro), deriva o pronome recíproco άλλήλων que, com seu significado (um ao outro), não tem o significado nem o nominativo. De fato, indica uma relação recíproca entre pessoas de número plural.

 

Pronome reflexivo

 

 

 

a) Como são pronomes usados ​​apenas como complementos, não há forma para o nominativo (ver, em português, as formas pronominais me,  etc., usadas apenas em casos diferentes do NOM).

Ex.: Έάν έγώ μαρτυρώ περί έμαυτοϋ ... = Se eu der testemunho para mim mesmo ..., Jn. 5,31; cfr. também Gv. 8,54; 10:33; Ou Tm. 4.16.

b) O pronome de III pers. contraiu formulas (entre parênteses), que podem ser confundidas com as de αυτός, αυτή, αυτό. Mas o reflexivo tem o espírito agudo, enquanto αυτός, -ή, -ó tem o espírito doce.

 

βασιλεύω

reino, dominio

έξεστι

è licito

θέλω

quero

θεραπεύω

curo (terapeutico)

κρύπτω

escondo

μισέω

odio (misoginia, misoneismo)

όμολογέω

reconheço, proclamo(omologar). ’

παραγγέλλω.................

comando

πίνω

bebo

ό ’Αβραάμ

Abramo

ή Άγάρ

Agar

ή αδελφή, fjç

A irma

ήδιαθήκη, ης

o pacto, a aliança, o testamento (Ebr 9,16)

ò διάκονος, ου

o servo, o ministro, o diacono

ή ευδοκία, ας

a boa vontade, o agradecimento

ό Ιορδάνης, ου

o rio Jordão

ò Ισαάκ

Isaco

è Ισραήλ

Israel

ή Σάρρα, ας

Sara

ή σοφία, ας

la sabedoria

δ σπόρος, ου

a semente

δ φθόνος, ου

a inveja

δ Χριστός, οϋ

Cristo

έλεύθερος, α, ον

livre

μακάριος, α, ον

bemaventurado

σοφός, ή, όν

sabio

άμήν (voce ebraica)

amen

δέκα

dez

έκέΐ (avv.)

ώδε (avv.)

aqui

 

c) Para o plural da pessoa I e II, são usados ​​pronomes pessoais (§72), seguidos de αυτός, no mesmo gênero e caso.

Ex .: ύμών αύτών = de vocês mesmos.

 

Pronome adjectivo possessivo

 

 

a) Os pronomes e adjetivos possessivos são declinados como adjetivos da primeira classe com três saídas (M.-F.-N.) e na realidade são, sendo derivados dos pronomes pessoais correspondentes, a cuja raiz os sufixos foram adicionados -o / -à (Sing.) e -τερο / -τερα (Plur.).

b) Os possessivos são usados ​​na posição atributiva (ver §50): ó έμός φίλος; ó φίλος ό έμός = meu amigo.

c) O artigo pode estar faltando algumas vezes, como em Mc. 10.40, onde o valor tem predicado ou em Fil. 3,9, onde έμήν é acompanhado por um substantivo indeterminado: έμήν δικαιοσύνην = minha justiça.

 

 

 

8ª Lição ainda sobre O verbo

 

O verbo

Não pode haver frase completa sem verbo. Portanto, pode-se dizer que o verbo é a parte mais importante do discurso em qualquer língua. Será bom, portanto, que o aluno aprenda algo do Verbo Grego no início de seus estudos, pois assim ele poderá, desde o início, expressar idéias completas em grego, mesmo que sejam simples.

Apresentaremos primeiro o Presente Indicativo Ativo (ou seja, o Presente do Modo Indicativo na Voz Activa) do tipo mais simples de verbo grego. Mas será necessário, preliminarmente, entender o que significam os termos Voz, Modo e Tempo

Voz

Em grego, o verbo pode ter três vozes: activa, média e passiva. As Vozes são formas do verbo usadas para denotar diferentes relações entre a ação descrita pelo verbo e seu sujeito.

1. A voz ativa é usada para expressar a ideia de que o sujeito do verbo é o real executor da ação descrita, por exemplo. ele perde, eles mataram. É a Voz Ativa que nos interessa em primeiro lugar.

2. A Voz Média expressa a ideia de que a ação descrita é de especial vantagem ou significado para o sujeito. Não há voz média em inglês, e um exemplo grego deve ser dado: λύεται τόν õvov pode ser traduzido como ele solta o burro, mas o verbo λύεται, estando na voz média, implica que ele o faz por si mesmo, talvez para para montá-lo. O iniciante está apto a concluir que a Voz Média Grega é reflexiva. Isto não é assim. Denota que o sujeito realiza a ação para si mesmo, mas não para si mesmo.

3. A voz passiva expressa a ideia de que o sujeito do verbo é passivo em relação à ação descrita; o sujeito é o destinatário da ação: e.g. ele está sendo solto, eles foram mortos.

Modo

Os modos são diferentes formas do verbo que denotam os modos em que a ideia do verbo é empregada.

Indicativo

1. O Modo Indicativo (ou seja, o modo “apontar”) é usado para fazer uma declaração no presente, no futuro ou no passado. Também é geralmente usado para fazer perguntas diretas. Assim, as palavras em itálico nos exemplos a seguir são todos verbos no Modo Indicativo:                                  •1. λύ-ω,
•2
λύ-εις,
•3
λύ-ει,
•4
λύ-ομεν,
•5
λύ-ετε,
•6
λύ-ουσι(ν).

É o Modo Indicativo que nos interessará primeiro.

Imperativo

2. O Modo Imperativo (latim, impero, “comando”) é usado quando uma ordem é dada, por exemplo. por favor, vá, corra rapidamente.

Conjuntivo

3. O Modo Conjuntivo assume duas formas:

(a) O Subjuntivo, empregado quando a ideia do verbo está subordinada a algum outro verbo e expressa contingência (ou seja, que uma coisa pode ou não acontecer). Nas frases “Venho para ver por mim mesmo”, “Se invadirem, lutaremos”, os verbos em itálico seriam colocados no Subjuntivo Grego.

(b) O Optativo, usado principalmente para expressar um desejo: “Ó, que eu possa morrer”.

Infinitivo

4. O Modo Infinitivo, descrito em algumas gramáticas como o Verbo Infinito, expressa a ideia do verbo sem limitá-lo especificando pessoa ou número, por exemplo. perder, estar prestes a perder, ter perdido.

Pertencendo também ao Verbo Infinito estão o Particípio e o Adjetivo Verbal, que serão descritos mais adiante.

 

pessoa

Indicativo

Conjuntivo

Otativo

Imperativo

1º singular

λύω

λύω

λύοιμι

-

2º singular

λύεις

λύς

λύοις

λε

3º singular

λύει

λύ

λύοι

λυέτω

2º dual

λύετον

λύητον

λύοιτον

λύετον

3º dual

λύετον

λύητον

λυοίτην

λυέτων

1º plural

λύομεν

λύωμεν

λύοιμεν

-

2º plural

λύετε

λύητε

λύοιτε

λύετε

3º plural

λύουσι

λύωσι

λύοιεν

λυόντων

λυέτωσαν

 

Tempo

Os tempos verbais (do latim tempus, “tempo”) são formas do verbo usadas para denotar o momento em que a ação é considerada como ocorrendo. Os tempos no grego do Novo Testamento são Presente, Futuro, Imperfeito, Aoristo, Perfeito e Mais Perfeito, cujos equivalentes usuais em inglês são os seguintes:

 

O tempo presente nos interessa primeiro.

Podemos, é claro, lidar apenas com o verbo grego aos poucos, tomando uma voz, modo e tempo verbal de cada vez. Referência constante deve, portanto, ser  o verbo λύω em todas as suas vozes, modos e tempos está definido. Ao fazê-lo, sempre que uma nova parte do verbo for alcançada no texto do livro, o aluno adquirirá gradualmente uma valiosa familiaridade com todo o paradigma.

O verbo ser em grego é usado como em português, tanto para indicar existência (Deus existe) quanto para ligar um sujeito a um adjetivo como predicativo (Deus é bom).

No tempo presente do modo indicativo, ele é conjugado assim:

 

      Singular                     Plural

 

Ia  είμί sou                      εσμεν

2a εί  és                          έστέ

3a έστί(ν) è                    είσί(ν)

 

As raízes dos verbos

Teremos ocasião de falar muito frequentemente do radical de um verbo. Por este termo entende-se a parte da palavra (pode ser uma sílaba ou mais) que expressa a ideia raiz e à qual várias adições podem ser feitas, como o aumento ou a reduplicação na frente dela usada em certas partes do o verbo; ou as desinências que podem ser adicionadas (sufixos), que ajudam tanto a denotar o tempo verbal quanto a(s) pessoa(s) que executa(m) a ação. No caso do verbo grego λύω o radical é λυ-.

Muitos verbos têm um radical verbal e um radical presente: a forma simples do radical é encontrada no segundo (ou forte) aoristo indicativo ativo (verbos cujas raízes terminam em uma vogal não possuem este tempo), enquanto o presente do indicativo mostra uma forma alongada dele. Isso é verdade para βάλλω (ver p. 44). O radical do verbo é βαλ- que se encontra no 2º aor. indic, agir. ê-βαλ-ου, enquanto o presente do indicativo tem o βαλλ- alongado. É conveniente, portanto, em tais casos falar de radical verbal (a partir do qual todos os tempos são formados, exceto o pres e imperf.) e radical presente. O radical verbal de βάλλω é βαλ-.Sua raiz actual é βαλλ-. Mas no caso de λύω (e de muitos outros verbos) não há tal alongamento do radical no pres, indic., e λυ- é sua radical em todo o paradigma.

Teremos ocasião mais tarde para notar que em alguns verbos uma mudança de vogal no radical é encontrada em alguns dos tempos: por exemplo, πείθω persuadir, aconselhar tem um 2º perf.         πέ-ποιθ-α (πέ- não faz parte do radical: é a reduplicação - veja acima).

O Presente Indicativo Ativo

Estamos agora em posição de apresentar o Presente Indicativo Activo do verbo. Como nosso modelo tomamos λύω, um dos verbos mais simples cuja primeira pessoa do singular no acto pres, indic. tem o sufixo-ω adicionado ao radical. (Os verbos -μι mais difíceis deixamos los mais tarde.)

βλέπο - vejo


•1. βλέπ-ω,
•2
βλέπ-εις,
•3
βλέπ-ει,
•4
βλέπ-ομεν,
•5
βλέπ-ετε,
6
βλέπ-ουσι(ν).


γιgνώσκω - conheço

•1. γιgνώσκ-ω,
•2
γιgνώσκ-εις,
•3
γιgνώσκ-ει,
•4
γιgνώσκ-ομεν,
•5
γιgνώσκ-ετε,
•6
γιgνώσκ-ουσι(ν).


γράφω - escrevo

 

•1. γράφ-ω,
•2
γράφ-εις,
•3
γράφ-ει,
•4
γράφ-ομεν,
•5
γράφ-ετε,
•6
γράφ-ουσι(ν).


διδάσκω - ensino

•1. διδάσκ-ω,
•2
διδάσκ-εις,
•3
διδάσκ-ει,
•4
διδάσκ-ομεν,
•5
διδάσκ-ετε,
•6
διδάσκ-ουσι(ν).


λαμβάνω - tomo, recebo

•1. λαμβάν -ω,
•2
λαμβάν-εις,
•3
λαμβάν-ει,
•4
λαμβάν-ομεν,
•5
λαμβάν-ετε,
•6
λαμβάν-ουσι(ν).


εχω - tenho

•1. εχ-ω,
•2
εχ-εις,
•3
εχ-εi,
•4
εχ-ομεν,
•5
εχ -ετε,
•6
εχ-oυσι (ν).

λύω - ligo

•1. λύ-ω,
•2
λύ-εις,
•3
λύ-ει,
•4
λύ-ομεν,
•5
λύ-ετε,
•6
λύ-ουσι(ν).

I. Outras traduções permitidas do Tempo Presente são o contínuo estou perdendo e o enfático eu perco.

2. O radical é λυ-, que permanece inalterado por toda parte. As terminações variam de acordo com a pessoa e o número do sujeito. Essa mudança de terminação nos tempos é conhecida como Inflexão ou Flexão.

3. O pronome pessoal não é necessariamente escrito em grego. A terminação do verbo indica claramente a pessoa: λύομεν significa u>e solto: não há necessidade do pronome “nós” (ήμεϊς), mas pode ser escrito se for necessária ênfase. No caso da 3ª pessoa do singular, o contexto geralmente decide se λύει significa que ele perde, ela perde ou se perde. O verbo pode, no entanto, ter um pronome como sujeito quando necessário: assim, ούτος λύει este homem está perdendo.

4. O verbo grego pode ter um substantivo como sujeito, assim como no português. Assim δνΘρωπΟξ λύει um homem perde; δνδρωποι λύουσιν homens soltos.

5. Na 3ª pessoa do plural, λύουσΐ geralmente é escrito se a próxima palavra em

6. O pres, indic., λέγω de outros verbos em -ω podem ser facilmente formados no modelo de λύω adicionando as desinências pessoais como acima ao radical presente. Assim, o pres, indic. da falo λέγω (radical λεγ-) é a seguinte:

λέγω - digo

•1. λέγ -ω,
•2
λέγ-εις,
•3
λέγ-ει,
•4
λέγ-ομεν,
•5
λέγ-ετε,
•6
λέγ-ουσι(ν).

 

Generalidades

1. Há dois grupos de verbos: verbos um em -ω _ e outro em -μι;

2. Apesar das aparências, as diferenças na flexão não são muitas;

3. O verbo grego possui:

- tempo: presente, passado e futuro (no modo indicativo);

- modo: indicativo, subjuntivo, imperativo, optativo, infinitivo e particípio;

- voz: ativa, média e passiva;

- aspecto: inacabado (infectum), aoristo (pontual) e acabado (perfectum).

 

1. O radical é λυ-, que permanece inalterado por toda parte. As terminações variam de acordo com a pessoa e o número do sujeito. Essa mudança de terminação nos tempos é conhecida como Inflexão ou Flexão.

2. O pronome pessoal não é necessariamente escrito em grego. A terminação do verbo indica claramente a pessoa: λύομεν significa soltamos: não há necessidade do pronome “nós” (ήμεϊς), mas pode ser escrito se for necessária ênfase. No caso da 3ª pessoa do singular, o contexto geralmente decide se λύει significa que ele solta, ela solta ou se solta. O verbo pode, no entanto, ter um pronome como sujeito quando necessário: assim, ούτος λύει este homem está soltando.

3. O verbo grego pode ter um substantivo como sujeito, assim como no português. Assim aνΘρωπoς λύει um homem perde; aνΘρωποι λύουσιν homens soltos.

4. Na 3ª pessoa do plural, λύουσΐ geralmente é escrito se a próxima palavra em

5. O pres, indic., λέγω de outros verbos em -ω podem ser facilmente formados no modelo de λύω adicionando as desinências pessoais como acima ao radical presente. Assim, o pres, indic. da falo λέγω (radical λεγ-) é a seguinte:

λέγω - digo

•1. λέγ -ω,
•2 λέγ-εις,
•3 λέγ-ει,
•4 λέγ-ομεν,
•5 λέγ-ετε,
•6 λέγ-ουσι(ν).

 

Generalidades

1. Há dois grupos de verbos: verbos um em -ω _ e outro em -μι;

2. Apesar das aparências, as diferenças na flexão não são muitas;

3. O verbo grego possui:

- tempo: presente, passado e futuro (no modo indicativo);

- modo: indicativo, subjuntivo, imperativo, optativo, infinitivo e particípio;

- voz: ativa, média e passiva;

- aspecto: inacabado (infectum), aoristo (pontual) e acabado (perfectum).

4. As vozes ativa e passiva não apresentam dificuldades; mas o grego possui a voz média,

cujo significado é:

- o sujeito pratica a ação para si mesmo, ou no seu interesse, isto é, ele está

subjetivamente interessado na ação, da qual pode sofrer consequências.

5. Formalmente não há distinção entre voz média e voz passiva – a não ser no tempo futuro e

no aspecto aoristo; nestes dois casos há formas distintas para a voz ativa, média e passiva.

 6. Os verbos em ω, no sistema do infectum, possui uma vogal de ligação que se insere entre o

radical e a desinência. Essa vogal ora é o se a desinência começa por m ou n, ora é e nos

outros casos. Em consequência, se o radical verbal terminar por uma vogal haverá contração

com a vogal de ligação.

O tempo presente è usado para simples enunciados

.

DESINÊNCIAS E TERMINAÇÕES

A parte final, flexível, das palavras variáveis — nomes e verbos — recebe diversas denominações.
Eis um exemplo tirado do verbo λυ-, "desatar":
λ
ετε
λ
ομεν

RADICAL

λ (noção verbal),

DESINÊNCIA

ετε (pessoa, aspecto número)

VOGAL
ALTERNANTE
TERMINAÇÃO

Desinência é um sufixo colocado depois do radical das palavras variáveis para marcar as categorias gramaticais (gênero, número, caso, pessoa do discurso, etc.).
Terminação é o conjunto de "letras móveis" do fim da palavra e que geralmente engloba a desinência, eventuais letras móveis do fim do radical e certos infixos colocados entre o radical e a desinência.
No substantivo κορακ-, "corvo", a forma κ
ρακ-ας pode ser decomposta em κρακ-, radical, e -ας, desinência. A desinência e a terminação neste caso são a mesma coisa.
No verbo λ
ομεν, que acabamos de ver, λυ- é o radical, -ο- é a vogal alternante, -μεν é a desinência; -ομεν, portanto, é a terminação.
No substantivo δοτηρ-, "doador", δοτηρ- é o próprio radical e não há desinência visível. Neste caso, diz-se que a palavra tem desinência "zero", representada pelo sinal -ø.

 

 

O - ν móvel.

.

Na terceira pessoa do singular e do plural, o ν entre parênteses indica que

a forma completa pode ser tanto εστί / εισί quanto εστίν / είσίν. As formas

sem o ν normalmente são usadas se a palavra que segue é iniciada por consoante; formas com o ν são normalmente usadas se a palavra que segue é iniciada por vogal, ou se a forma verbal finaliza o enunciado. Mas o uso não é rígido: há muitas exceções,

 

 

 

 

Indicativo

Conjuntivo

Otativo

Imperativo

1º singular

λύω

λύω

λύοιμι

-

2º singular

λύεις

λύς

λύοις

λε

3º singular

λύει

λύ

λύοι

λυέτω

2º dual

λύετον

λύητον

λύοιτον

λύετον

3º dual

λύετον

λύητον

λυοίτην

λυέτων

1º plural

λύομεν

λύωμεν

λύοιμεν

-

2º plural

λύετε

λύητε

λύοιτε

λύετε

3º plural

λύουσι

λύωσι

λύοιεν

λυόντων

λυέτωσαν

 

desinências do participio e do infinito são iguais

Forma do participio

 

Infinito

participio

 

λύειν

masc. λύων fem. λύουσα neu. λον

 

conjugação médio - passiva

 

 

Indicativo

Conjuntivo

Otativo

Imperativo

singular

λύομαι

λύωμαι

λυοίμην

-

2º singular

λύει oppure λύ

λύ

λύοιο

λύου

3º singular

λύεται

λύται

λύοιτο

λυέσθω

2º dual

λύεσθον

λύησθον

λύοισθον

λύεσθον

3º dual

λύεσθον

λύησθον

λυοίσθην

λυέσθων

1º plural

λυόμεθα

λυώμεθα

λυοίμεθα

-

2º plural

λύεσθε

λύησθε

λύοισθε

λύεσθε

3º plural

λύονται

λύωνται

λύοιντο

λυέσθω(σα)ν

 

 

Infinito

participio

 

λύεσθαι

masc. λυόμενος fem. λυομένη neu. λυόμενον

 

declinação do participio presente

O participio segue o terceira declinação dos temas em-ντ no masculino e no neutro e conformam-se com a primeira declinação em alfa impuro no feminino. Em todo o paradigma, o nominativo e o vocativo são idênticos.

singular

nom. masc. λύων fem. λύουσα neu. λον
gen. masc. λύοντος fem. λuούσης neu. λύοντος.
dat. masc. λύοντι fem. λυούσ
neu. λύοντι
ac. masc. λύοντα fem. λύουσαν neu. λ
ον

plural

nom. masc. λύοντες fem. λύουσαι neu. λύοντα
gen. masc. λυόντων fem. λυουσ
ν neu. λυόντων.
dat. masc. λύουσι fem. λυούσαις neu. λύουσι
acc. masc. λύοντας fem. λυούσας neu. λύοντα

 

βλέπο - vejo
γινώσκω - conheço
γράφω - escrevo
διδάσκω - ensino
λαμβάνω - tomo, recebo
λέγω - digo
λύω - solto, destruo
έχω - tenho

A conjugação do presente indicativo do verbo λύω é:
1. λύω - eu solto ou eu estou soltando
2. λύεις - tu soltas ou tu estás soltando
3. λύει - ele/ela solta ou ele/ela está soltando
4. λύομεν - nós soltamos ou nós estamos soltando
5. λύετε - vós soltais ou vós estais soltando
6. λύουσι(ν) - eles/elas soltam ou eles/elas estão soltando
A diferença entre primeira, segunda e terceira pessoa, bem como se plural ou singular é definido pelas terminações dos verbos. O grego não costuma usar pronomes. A parte constante dos verbos são os radicais. O radical de λύω é λύ-. Os verbos no presente do indicativo são conjugados adicionando-se ao radical, as desinências: 1. -ω, -εις, -ει, -ομεν, -ετε, -ουσι(ν). Assim, nós temos seria έχομεν.

 

O infinitivo. O infinitivo "de complemento".

O infinitivo em grego corresponde aproximadamente ao infinitivo em português (e.g., ver), ou ao gerúndio (e.g., vendo). O infinitivo grego é considerado substantivo verbal. Como verbo, possui voz, modo e tempo. Estas são as categorias sob as quais ele é normalmente tratado. Ocasionalmente, sua categoria como substantivo também deve ser analisada.

Um uso comum é o infinitivo "de complemento", em que o infinitivo "complementa" ou "completa" o sentido de um verbo, como em português:

Θέλω einai αγαθός. [Θέλω, "desejo"]

Desejo ser bom.

 

O infinitivo presente de ειμί.

O infinitivo. O infinitivo “de complemento”.

O infinitivo em grego corresponde aproximadamente ao infinitivo em português (e.g., ver), ou ao gerúndio (e.g., vendo). O infinitivo grego é considerado substantivo verbal. Como verbo, possui voz, modo e tempo. Estas são as categorias sob as quais ele é normalmente tratado. Ocasionalmente, sua categoria como substantivo também deve ser analisada.

O infinitivo tem certa variedade de usos que irá sendo explicada nas lições seguintes. Um uso comum é o infinitivo “de complemento”, em que o infinitivo “complementa” ou “completa” o sentido de um verbo, como em português:

Θέλω einvai αγαθό?. [Θέλω, “desejo”] Desejo ser bom.

O infinitivo presente de είμί.

O infinitivo presente do verbo eipi é eivai.

O imperativo.

O modo imperativo é usado para expressar uma ordem. E encontrado apenas na segunda e terceira pessoas.

Imperativo de elpt.

O imperativo do verbo

O infinitivo presente do verbo ειμί é einai.

O imperativo.

O modo imperativo é usado para expressar uma ordem. É encontrado apenas na segunda e terceira pessoas.

Imperativo de ειμί.

O imperativo do verbo ειμί é como segue

Singular

ϊσθι                sê

έστω /ήτω   seja

Plural

έστε                    sede

έστωσαν/ήτωσαν sejam

 

Exemplos

ϊσθι αγαθή.

Sê boa.

έστω αγαθή.

Seja boa.

έστε αγαθοί.

Sede bons.

έστωσαν αγαθοί.

Sejam bons.

Verbo εμί

 

 

Indicativo

Subjuntivo

Optativo

Imperativo

1° singular

εμί

εην

-

2º singular

ε

ς

εης

σθι

3º singular

στί

εη

στω

1º plural

σμέν

μεν

εμεν

-

2º plural

στέ

τε

ετε

στε

3º plural

εσί

σι

εεν

στων / στωσαν / ντων

O participio e o infinitivo:

 

 

Infinitivo

Participio

εναι

masc. ν

 fem. οσα

neu. ν

 

 

 O INDICATIVO IMPERFEITO E FUTURO DE λύω

Imperfeito Indicativo Ativo

 

 

                                                           Singular

                                   Plural

 

ε-λυ-ον Eu soltava

έ-λύ-ομεν nós soltávamos

έ-λυ-ες tu soltavas,

έ-λύ-ετε vós soltáveis

ε-λυ-ε(υ) ele soltava

έ-λυ-ον eles soltavam

 

1. O Imperfeito é um pretérito, denotando ação contínua, ação repetida ou ação tentada. Eu estava soltando, costumava soltar, tentei soltar, são todas as traduções permitidas de έλυον.

2. O grego marca o tempo passado nos tempos históricos do modo indicativo pelo aumento. Esta é normalmente a vogal έ colocada na frente do radical presente.

3. As desinências do Imperfeito Indicativo Ativo são

-ον, -ες, -ε(ν), -ομεν, -ετε, -ον. Essas terminações são adicionadas diretamente ao radical.

Existem, portanto, três partes constituintes do Imperfeito, 1) o aumento, 2) a radical e 3) a final pessoal.

4. Assim como com λύουσΐ (3ª pess. plur. pres, indic.) assim com έλυε, o v pode ser adicionado para facilitar a pronúncia. É quase sempre adicionado quando uma segue vogal, e muitas vezes no final de uma frase.

5. A 3ª pess. pl. é escrita como a 1ª pers. sing. O contexto quase sempre deixará claro qual é a intenção.

6. O imperf, indic, act. de outros verbos em -ω podem ser facilmente encontrados no modelo de

λυον prefixando o aumento ao radical presente e adicionando as terminações pessoais. Por isso:

 

ε-λεγ-ον Eu falava         έ-λέγ-ομεν

έ-λεγ-ες                           ε-λέγ-ετε

έ-λεγ-ε(ν)                                έ-λεγ-ον

 

Imperfeito de εμί

 

 

Indicativo attivo

1º singular

ν /

2º singular

σθα / ς

3º singular

ν

1º plural

μεν

2º plural

στε / τε

3º plural

σαν

Deriva do tema σ- que tornou-se σ- por efeito do aumento vocalico. Na segunda singolar se conserva a desinencia arcaica -θα, perto da mais recente -ς.

 

O Aumento

O aumento é o prefixo έ  colocado nos tempos históricos do modo indicativo, e significa tempo passado. Mas quando o radical de um verbo começa com uma vogal, o aumento geralmente causa um alongamento da vogal inicial

 

ακούω hear;

imperf. indic, act.: ήκουον

(α lengthening

to η).

άγω guio;

ήγον

» η).

εσθίω como ;

ήσθιον

(ε

» η).

εγείρω levanto;

ήγειρον

». η).

όνομάξω nomeio;

ώνόμαζον

„ ω).

ισχύω estou forte ;

Ισχυον

.. ï). '

ύβρίζω insulto;

ύβριζον

.. ϋ).

 

 

O Futuro Indicativo Activo

                                                                       Singular

                                          Plural

 

λύ-σ-ω    eu soltarei

λύ-σ-ομεν  nós soltaremos

λύ-σ-εις  tu soltarás

λύ-σ-ετε vós soltareis

λύ-σ-ει   ele soltará

λύ-σ-συσι(ν) eles soltarão

 

1. O futuro grego também pode representar uma ação contínua no futuro. Assim, λύσω pode ser traduzido corretamente como “eu soltarei” assim como “eu vou soltar”.

2. As finais pessoais são as mesmas do presente indicativo activo.

3. Não há aumento, pois o aumento é o signo de um tempo histórico.

4. O σ está escrito entre o radical do verbo e a desinência. Isso pode ser considerado um sinal especial do futuro.

Quando o radical termina em consoante, o σ do futuro que se segue causa certas mudanças. Nesta fase, deve-se notar o seguinte:

(a) Quando o radical termina em um gutural (γ, κ, χ) o σ coalesce para formar ξ

άγω guio; fut.: άξω Irei guiar (γ + σ torna-se ξ).

άρχω Eu governo; fut.: άρξω (não se encontra no N.T.) (χ+σ se torna ξ).

(b) Quando o radical termina em uma labial (β, π, φ) o σ coalesce para formar ψ

τρίβω esfrego; fut.: τρίψω Vou esfregar (β, π, σ se tornam ψ).

βλέπω Eu olho, vejo; fut. : βλέψω Verei (π-φ- σ se torna ψ).

γράφω Escrevo; fut. γράψω Escreverei (φ+σ se torna ψ).

(c) Quando a final termina em uma dental (δ, τ, Θ), a dental decai

σ (ver pág. 7).

πείθω eu persuadi; fut.: πεισω Vou persuadir (0 antes de σ cair fora).

 

5. O futuro. indic, agir. de verbos em -co podem ser facilmente encontrados adicionando σ e as desinências pessoais ao radical, tomando-se o cuidado de observar as regras em 4 acima. Assim o fut. indie, agir. de γράφω é:

γράψω      γράψομεν

γράψεις     γράψετε

γράψει      γράψουσι(ν)

Pratique isso com θύω sacrifíco, κελεύω ordeno, ανοίγω abro, στρέφω virar, πέμπω enviar

 

9 Lição: As declinações

 

Pai nosso” Mt 6,9-13

 

Πάτερ ἡμῶν ὁ ἐν τοῖς οὐρανοῖς
ἁγιασθήτω τὸ ὄνομά σου·
ἐλθέτω ἡ βασιλεία σου·
γενηθήτω τὸ θέλημά σου,
ὡς ἐν οὐρανῷ καὶ ἐπὶ τῆς γῆς·
τὸν ἄρτον ἡμῶν τὸν ἐπιούσιον δὸς ἡμῖν σήμερον·
καὶ ἄφες ἡμῖν τὰ ὀφελήματα ἡμῶν,
ὡς καὶ ἡμεῖς ἀφίεμεν τοῖς ὀφειλέταις ἡμῶν·
καὶ μὴ εἰσενέγκῃς ἡμᾶς εἰς πειρασμόν,
ἀλλὰ ῥῦσαι ἡμᾶς ἀπὸ τοῦ πονηροῦ.
[Ὅτι σοῦ ἐστιν ἡ βασιλεία καὶ ἡ δύναμις καὶ ἡ δόξα εἰς τοὺς αἰῶνας·]
ἀμήν.

 

1. απόστολος

2. upερ

3. ρύομαι

4. Αίτέο

5.Ιησούς

 

 

                                2ª mas

                               

                         1ª  fem.

                                     

nom sg

λόγος

έργον

acc sg

λόγον

έργον

nom pl

λόγοι

έργα

acc pl

λόγους

έργα

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O apóstolo envia o apóstolo”

ó απόστολός πέμπει τόν απόστολοv

ό άπόστολo ς —► nominativo —► subjecto

πέμπει τόν απόστολο ν —► accusativo —► complemento objecto

 

 

 

la DECLINAÇÃO em -a

 

Femininos

Masculinos

Ν

σοφία (sabedoria)

θάλασσα (mar)

αρχή (poder)

ποιητής (poeta)

νεανίας (mozo)

V

σοφία

θά/\λασσα

αρχή

ποιήτα

νεανία

A

σοφίαν

θάλασσαν

αρχήν

ποιητήν

νεανίαv

G

σοφίας

θαλάσσης

αρχής

ποιητοΰ

νεανίου

D

σοφία

θαλασσή

αρχή

ποιητή

veavig

N-V

σοφίαι

θάλασσαι

άρχαί

ποιταί

νεανίαι

A

σοφίας

θάλασσας

αρχάς

ποιητάς

νεανίας

G

σοφίων

θαλασσών

αρχών

ποιητών

νεανιών

D

σοφίαις

θάλασσαις

άρχαϊς

ποιηταΐς

νεανίαις

 

2a DECLINAÇÃO OU DECLINAÇÃO. TEMÁTICA

SUBSTANTIVOS

ADJECTIVOS DE 3 TERMINAÇÕES

 

masculinos

neutros

masculino -2-

feminino -1- η

neutro -2-

Ν

βίος (vida)

έργον (trabalho)

κακός (mau)            κακή                           κακόν

V

βίο

έργον

κακέ                           κακή                           κακόν

A

βίον

έργον

κακόν                         κακήν                        κακόν

G

βίου

έργου

κακοΰ                         κακής                        κάκου

D

βίώ

έργω

κακω                          κακή                           κακω

N-V

βίοι

έργα

κακοί                         κακαί                         κακά

A

βίους

έργα

κακούς                       κακός                        κακά

G

βίων

έργων

κακών                        κακών                        κακών

D

βίοις

εργοις

κακοΐς                       κακαΐς                       κακοΐς

ADJECTIVOS DE 3 TERMINAÇÕES

ADJECT. DE 2 TERMINAÇÕES

 

masculinos- 2-

femininos-1-α

neutros -2-

mas-fem.- 2-

neutros- 2-

Ν

μικρός (pequeno)    μικρά                          μικρόν

άδικος (injusto)      άδικον

V

μικρέ                         μικρά                         μικρόν

άδικε                         άδικον

A

μικρόν                       μικράν                       μικρόν

άδικον

G

μικρού                       μικρός                       μικρού

αδίκου

D

μικρώ                         μικρά                         μικρώ

άδίκω

N-V

μικροί                        μικραί                        μικρά

άδικοι                        άδικα

A

μικρούς                     μικράς                       μικρά

αδίκους                     άδικα

G

μικρών                       μικρών                       μικρών

αδίκων

D

μικροΐς                      μικραΐς                      μικροΐς

άδικοι ς

 

3a DECLINAÇÃO OU DECLINAÇÃO ATEMÁTICA

 

TEMAS EM OCLUSIVA (β, γ, δ/ π, κ, τ/ φ, χ, θ)

Ν

φλέψ (ή) (vea)

φύλαξ (ό) (guarda)

παΐς (ό) (filho)

ποίημα (τό) (poema)

V

φλέψ

φύλαξ

πάί

ποίημα

Α

φλέβα

φύλακα

πάί δα

ποίημα

G

φλεβός

φύλακος

παιδός

ποιήματος

D

φλεβί

φύλακι

παιδί

ποιήματι

N-V

φλέβες

φύλακες

παίδες

ποιήματα

Α

φλέβας

φύλακας

πάίδας

ποιήματα

G

φλεβών

φυλάκων

παίδων

ποιημάτων

D

φλεψί(ν)

φύλαξι(ν)

παισί(ν)

ποιήμασι(ν)

 

 

Temas em nasal (ν)

Temas em ντ

Temas em liquida(A, ρ)

Ν

ήγεμών (ό)    (cefe)

άρχων (ό) (gobernante)

γίγας (ό) (gigante)

μητήρ (ή) (nai)

άνήρ (ό)   (home)

V

ήγεμών/ήγεμόν

άρχον

γίγαν

μήτερ

άνερ

Α

ηγεμόνα

άρχοντα

γίγαντα

μητέρα

άνδρα

G

ήγεμόνος

άρχοντος

γίγαντος

μητρός

ανδρός

D

ήγεμόνι

άρχοντι

γίγαντι

μητρί

άνδρί

N-V

ηγεμόνες

άρχοντες

γίγαντες

μητέρες

άνδρες

Α

ηγεμόνας

άρχοντας

γίγαντας

μητέρας

άνδρας

G

ηγεμόνων

αρχόντων

γιγάντων

μητέρων

ανδρών

D

ήγεμόσι(ν)

άρχουσι(ν)

γίγασι(ν)

μητράσι(ν)

άνδράσι(ν)

 

 

Temas em sibilante (σ)

Τ. em vogal pura

Τ. em vogal mixta

Τ. em ditongo

Ν

Σωκράτης (ό)

γένος (τό) (xénero)

ιχθύς (ό) (peixe)

φύσις (ή) (natureza)

Ίππεύς (ό) (xinete)

V

Σώκρατες

γένος

ίχθύ

φύσι

Ίππεΰ

Α

Σωκράτη

γένος

ίχθύν

φύσιν

'ιππέα

G

Σωκράτους

γένους (γένεσσς)

ιχθύος

φύσεως

Ίππέως

D

Σωκράτει

γένει (γενέσει)

ίχθύϊ

φύσει

Ίππεΐ

N-V

 

γένη (γένεσα)

ίχθύες

φύσεις

Ίππεΐς

Α

 

γένη (γένεσα)

ιχθύς

φύσεις

'ιππέας

G

 

γενών (γένεσων)

ιχθύων

φύσεων

'ιππέων

D

 

γένεσι (γένεσσι)

ίχθύσι(ν)

φύσεσι(ν)

Ίππεΰσι(ν)

 

SUBSTANTIVOS

IRREGULARES

Ν

Ζευς (ό) (Zeus)

γυνή (ή) (muller)

ναΰς (ή) (nave)

χείρ (ή) (man)

V

Ζεΰ

γύναι

ναΰ

χείρ

Α

Δία

γυναίκα

ναΰν

χεΐρα

G

Διός

γυναικός

νεώς

χειρός

D

Διί

γυναικί

νηί

χειρί

N-V

 

γυναίκες

νήες

χείρες

Α

 

γυναίκας

ναΰς

χείρας

G

 

γυναικών

νεών

χειρών

D

 

γυναιξί(ν)

ναυσί(ν)

χερσί(ν)

 

 

10ª Lição: O Imperfeito

 

 O INDICATIVO IMPERFEITO DE λύω

O imperfeito é um tempo histórico derivado do tema do presente. Sua função é trazer o imperfeito do presente para o passado: consequentemente, seu significado é o de um passado em andamento ou de uma ação repetida ou duradoura no passado, exatamente como o imperfeito português. O imperfeito é um tempo histórico que apresenta apenas o modo indicativo. Pertence, em termos morfológicos, ao sistema do presente. Isso significa que o tema usado para a conjugação do imperfeito é o mesmo do presente. O que o caracteriza especificamente são os finais aumentados e secundários; também deve ser notado que no imperfeito o acento se retrai tanto quanto possível dentro dos limites das regras de acento. Do ponto de vista do aspecto, o imperfeito considera a ação em seu desenvolvimento e em sua duração ou em sua repetição (impf. iterativo).

 

O aumento

O aumento é o elemento morfológico típico dos tempos históricos que situa a ação verbal no passado (como tal o encontraremos no aoristo, apenas no modo indicativo, e no mais que perfeito).

 

O aumento pode ser silábico ou temporal.

 

O aumento silábico corresponde ao prefixo - colocado antes do radical do verbo; é típico de verbos que começam com uma consoante.

 

παιδεύω educar > παίδευον

λύω desligar > λυον

Verbos começando com ρ dobram a consoante.

 

ίπτω lançar > ρριπτον

Em alguns casos, o aumento também pode ser em -.

 

μέλλω estar para, estou na situação de > μελλον/μελλον

βούλομαι querer > βουλόμην/βουλόμην

δύναμαι poder > δυνάμην/δυνάμην

 

A variação θελον/θελον è devida à variação do presente θέλω /θέλω, “volere”.

 

O aumento temporal é típico de verbos que começam por vogal e consiste em un acréscimo da vogal inicial do  tema. Nesse caso, o aumento temporal equivale a todo o pulmão da voz aspra.

O aumento temporal é típico de verbos que começam com uma vogal e consiste em um alongamento da vogal inicial do radical. No caso dos ditongos, o aumento temporal muitas vezes equivale ao alongamento da vogal áspera.

γω conduzir > γον

αρω levantar > ρον

λπίζω esperar, atender > λπιζον

εκάζω descrever com imágens, comparar, reflectir > καζον

κω chegar > κον

ρύττω escavar > ρυττον

οκτίρω avere pietà > κτιρον

δρύω costruire > δρυον

βρίζω insultar” > βριζον

O aumento

O aumento é a principal característica dos tempos passados, ou seja, o imperfeito, o aoristo indicativo e o mais que perfeito. Consiste, em radicais começando com uma consoante, em adicionar - ao radical verbal. Como uma sílaba é adicionada ao radical verbal, essa forma é chamada de aumento silábico: λύω λυον. Os temas que começam com uma vogal não podem adicionar uma sílaba ao tema e, em vez disso, alongar a vogal inicial; esta forma é chamada de aumento temporal. O alongamento ocorre das seguintes maneiras:

 

  • α > η (λλάσσω > λλασσον)
  • αι/ > (δω > δον; αρέω > ρεον)
  • αυ > ηυ (αλίζομαι > ηλιζόμην)
  • ε > η (ρίζω > ριζον)
  • ει > ει, κάζω > εκαζον, καζον)
  • ευ > ηυ, ευ (ερίσκω > ηρισκον, ερισκον)
  • ο > ω (ρύσσω > ρυσσον)
  • οι > (οκίζω > κιζον)
  • ου > ου (οτάζω > οταζον)
  • ι > (σχύω > σχυον)
  • υ > (βριζω > βριζον)
  • η > η (δύνω > δυνον)
  • ω > ω (ρύω > ρυον)

 

Imperfeito indicativo de γράφω “escrever”

 

 

Attivo

Medio-passivo

Is.

-γραφ-ο-ν

-γραφ-ό-μην

IIs.

-γραφ-ε-ς

-γράφ-ου (< *-εσο)

IIIs.

-γραφ-ε

-γράφ-ε-το

Ip.

-γράφ-ο-μεν

-γραφ-ό-μεθα­

IIp.

-γράφ-ε-τε

-γράφ-ε-σθε

IIIp.

-γραφ-ο-ν

-γράφ-ο-ντο

IId.

-γράφ-ε-τον

-γράφ-ε-σθον

IIId.

-γραφ-έ-την

-γραφ-έ-σθην

 

Imperfeito indicativo de δείκνυμι “mostrar”

 

 

Activo

Medio-passivo

Is.

-δείκν

-δεικνύ-μην

IIs.

-δείκν

-δείκνυ-σο

IIIs.

-δείκν

-δείκνυ-το

Ip.

-δείκνυ-μεν

-δεικνύ-μεθα

IIp.

-δείκνυ-τε

-δείκνυ-σθε

IIIp.

-δείκνυ-σαν

-δείκνυ-ντο

IId.

-δείκνυ-τον

-δείκνυ-σθον

IIId.

-δεικνύ-την

-δεικνύ-σθην

Na conjugação, o acento se retrai o máximo possível, mas permanece no verbo sem ultrapassar o aumento (nunca vai para o pré-verbo no caso de verbos compostos).

As duas conjugações são idênticas com exceção da II pers. s. do meio passivo (-ου [< -εσο] para o temático, -σο para o atemático) e do III pers. pl. do ativo (-ον para o temático, -σαν para o atemático).

Imperfeito indicativo de εμί “ser”

 

Is.

ν,

IIs.

σθα

IIIs.

ν

Ip.

μεν

IIp.

τε

IIIp.

σαν

IId.

στον

IIId.

στην

 

Imperfeito indicativo de φημί “dizer”

 

Is.

φην

IIs.

φησθα

IIIs.

φη

Ip.

φαμεν

IIp.

φατε

IIIp.

φασαν

IId.

φατον

IIId.

φάτην

 

Peculiaridades do aumento

 

Existem algumas peculiaridades em relação à formação do aumento, que são explicadas a seguir.

 

Verbos começando em - dobrá-lo antes do aumento: ίπτω ρριπτον. Isso acontece porque originalmente esses verbos começavam com um espiralante (σ-, ϝ-, σϝ-, j-) que é assimilado a -ρ-, tornando-o duplo.

 

Alguns verbos que começam com - têm o aumento em ε-. Todos os 9 verbos estão listados abaixo:

 

  • άω > εων (<*.έαον <*.σέϝαον)
  • θίζω > εθιζον (<*.έθιζον <*ϝέθιζον)[1]
  • λίσσω > ελισσον (<*.λισσον <*.ϝέλισσον)[2]
  • λκω > ελκον (<*.λκον <*.σελκον)[3]
  • πομαι > επόμην (<*.πόμην <*.σεπόμην)[4]
  • ργάζομαι > εργαζόμην (<*.εργαζόμην <*.ϝεργαζόμην)[5]
  • ρπω > ερπον (<*.ρπον <*.σερπον)[6]
  • στιάω > εστίων (<*.στίαον <*.ϝεστίαον)[7]
  • χω > εχον (<*.χον <*.χον <*.σεχον)[8]

 

Conjugagação

Verbos em -ω

O imperfeito temático si compõe com o tema aumentado  e seguido pela vogal temática acrescentando as desinências:

aumento silabico

tema do presente

vogal tematica

Terminação

-

-λυ-

-ο-

-ν

 

Imperfeito de λύω

 

Indicativo activo

Indicativo medio-pasivo

singolare

λυον

λυόμην

2º singolare

λυες

λύου (<*λύεο <*λύεσο)

3º singolare

λυε(ν)

λύετο

2º duale

λύετον

λύεσθον

3º duale

λυέτην

λυέσθην

1º plurale

λύομεν

λυόμεθα

2º plurale

λύετε

λύεσθε

3º plurale

λυον

λύοντο

 

Verbi contractos

Como no presente

Imperfeito de τιμάω

 

 

Indicativo activo

Indicativo medio-passivo

singolare

τίμων < τίμαον

τιμώμην < τιμαόμην

2º singolare

τίμς < τίμαες

τιμ < τιμάου

3º singolare

τίμ < τίμαε

τιμτο < τιμάετο

2º duale

τιμτον < τιμάετον

τιμσθον < τιμάεσθον

3º duale

τιμάτην < τιμαέτην

τιμάσθην < τιμαέσθην

1º plurale

τιμμεν < τιμάομεν

τιμώμεθα < τιμαόμεθα

2º plurale

τιμτε < τιμάετε

τιμσθε < τιμάεσθε

3º plurale

τίμων < τίμαον

τιμντο < τιμάοντο

 

Imperfetto di φιλέω

 

 

Indicativo attivo

Indicativo mediopassivo

singolare

φίλουν < φίλεον

φιλούμην < φιλεόμην

2º singolare

φίλεις < φίλεες

φιλο < φιλέου

3º singolare

φίλει < φίλεε

φιλετο < φιλέετο

2º duale

φιλετον < φιλέετον

φιλεσθον < φιλέεσθον

3º duale

φιλείτην < φιλεέτην

φιλείσθην < φιλεέσθην

1º plurale

φιλομεν < φιλέομεν

φιλούμεθα < φιλεόμεθα

2º plurale

φιλετε < φιλέετε

φιλεσθε < φιλέεσθε

3º plurale

φίλουν < φίλεον

φιλοντο < φιλέοντο

 

Imperfetto di δηλόω

 

 

Indicativo activo

Indicativo mediopassivo

singolare

δήλουν < δήλοον

δηλούμην < δηλοόμην

2º singolare

δήλους < δήλοες

δηλο < δηλόου

3º singolare

δήλου < δήλοε

δηλοτο < δηλόετο

2º duale

δηλοτον < δηλόετον

δηλοσθον < δηλόεσθον

3º duale

δηλούτην < δηλοέτην

δηλούσθην < δηλοέσθην

1º plurale

δηλομεν < δηλόομεν

δηλούμεθα < δηλοόμεθα

2º plurale

δηλοτε < δηλόετε

δηλοσθε < δηλόεσθε

3º plurale

δήλουν < δήλοον

δηλοντο < δηλόοντο

 

 

 

                                                       Singular

                                   Plural

ε-λυ-ον Eu soltava

έ-λύ-ομεν nós soltávamos

έ-λυ-ες tu soltavas,

έ-λύ-ετε vós soltáveis

ε-λυ-ε(υ) ele soltava

έ-λυ-ον eles soltavam

 

1. O Imperfeito é um pretérito, denotando ação contínua, ação repetida ou ação tentada. Eu estava soltando, costumava soltar, tentei soltar, são todas as traduções permitidas de έλυον.

2. O grego marca o tempo passado nos tempos históricos do modo indicativo pelo aumento. Esta é normalmente a vogal έ colocada na frente do radical presente.

3. As desinências do Imperfeito Indicativo Ativo são

-ον, -ες, -ε(ν), -ομεν, -ετε, -ον. Essas terminações são adicionadas diretamente ao radical.

Existem, portanto, três partes constituintes do Imperfeito, 1) o aumento, 2) a radical e 3) a final pessoal.

4. Assim como com λύουσΐ (3ª pess. plur. pres, indic.) assim com έλυε, o v pode ser adicionado para facilitar a pronúncia. É quase sempre adicionado quando uma segue vogal, e muitas vezes no final de uma frase.

5. A 3ª pess. pl. é escrita como a 1ª pers. sing. O contexto quase sempre deixará claro qual é a intenção.

6. O imperf, indic, act. de outros verbos em -ω podem ser facilmente encontrados no modelo de

λυον prefixando o aumento ao radical presente e adicionando as terminações pessoais. Por isso:

 

ε-λεγ-ον Eu falava         έ-λέγ-ομεν

έ-λεγ-ες                           ε-λέγ-ετε

έ-λεγ-ε(ν)                              έ-λεγ-ον

 

Imperfeito de εμί

 

 

Indicativo attivo

1º singular

ν /

2º singular

σθα / ς

3º singular

ν

1º plural

μεν

2º plural

στε / τε

3º plural

σαν

 

Deriva do tema σ- que tornou-se σ- por efeito do aumento vocalico. Na segunda singolar se conserva a desinencia arcaica -θα, perto da mais recente -ς.

 

O Aumento

O aumento é o prefixo έ  colocado nos tempos históricos do modo indicativo, e significa tempo passado. Mas quando o radical de um verbo começa com uma vogal, o aumento geralmente causa um alongamento da vogal inicial

 

ακούω hear;

imperf. indic, act.: ήκουον

(α lengthening

to η).

άγω guio;

ήγον

» η).

εσΟίω como ;

ήσθιον

(ε

» η).

εγείρω levanto;

ήγειρον

». η).

όνομάξω nomeio;

ώνόμαζον

„ ω).

ισχύω estou forte ;

Ισχυον

.. ï). '

ύβρίζω insulto;

ύβριζον

.. ϋ).

 

 

 

 

11ª Lição: Preposições

 

As preposições e seus significados

De acordo com um desenvolvimento que também é encontrado em outras línguas indo-européias, no grego da 'koiné' as preposições têm um uso muito mais amplo que no grego clássico, mas sofrem uma redução no número, devido a processos sincréticos. Na tradução da LXX e NIT, o uso muito amplo da preposição também é devido a ressonâncias semíticas. Abaixo apresentamos uma breve discussão sobre o uso de algumas preposições, especificando que outras, amplamente utilizadas na língua grega, serão consideradas em lições posteriores.

 


•  ανά + acusativo: sobre, em cima ( lugar); contra, para; durante, por ( tempo); com, a (modo); a (distributivo).
•  αντί + genitivo: em vez de, a frente de, em troca de.
•  από + genitivo: de (proveniencia: lugar, tempo, origem); com, por meio de (meio).
 διά + genitivo: atravês, ao longo (lugar), durante (tempo); por, por meio (modo). + acusativo: por, a causa de (causa).
 ἐκ + genitivo: de (lugar , tempo, orígem, agente), de, com (materia); transforma-se em ἐξ a frente de vogal.
 εἰς + acusativo: em (lugar); até, aos (tempo); para (fim); acerca de (com os numerais
 ἐν + dativo: em (lugar, tempo).
 ἐπί + genitivo: sobre, em cima de (stato em lugar); ao tempo de (tempo); para, em (distributivo).
       + dativo (raro na prosa): sobre, em cima (stato em lugar); durante, depois, depois de (tempo); a condição de.
       + accusativo: contra, sobre (moto a lugar); durante, por (tempo); para (fim).
 κατά + genitivo: de baixo, sob (lugar); sobre, ao redor, contra (senso figurado e de relação). ´+acusativo: por, ao longo, segundo (lugar); em, durante (tempo); (distributivo), por (fim, causa, conformidade); em (modalidade).
 μετά + genitivo: com (companhia, modo). + dativo (poético): entre, perto, no meio. + acusativo: depois, atrás (tempo).
 παρά + genitivo: de, por parte de (moto a lugar, proveniencia, com nome de pessoas); + dativo: perto de (lugar).

            + acusativo: para, ao longo de (moto a lugar); por, durante (tempo); além, contra, em relação a
 περί + genitivo: ao redor (lugar); em torno a, ao respeito de (argumento); por (fim) + dativo (raro): acerca de, ao respeito,     por. + acusativo: ao redor (lugar); acerca, para (tempo); ao respeito de, por, contra
 πρό + genitivo: a frente, face a, ( lugar); antes ( tempo); por ( favor); preferivelmente, em lugar de.
 πρός + genitivo: na parte de (lugar); a favor de, por parte de (relação); do lado de (origem, proveniência); de (agente).
            + dativo: por (nos juramentos); ao lado, perto, na presença de (lugar); além de
           + accusativo: em direcção a (lugar); aos (tempo); para, concernente a, em comparação a (relação).
 σύν + dativo: com (companhia e união); com, segundo (modalidade).
 ὑπέρ + genitivo: sobre, em cima, além ( lugar); por, em defesa de, no interesse de (vantagem); por (causa); para (fim);

           por,   acerca de (argumento). + accusativo: sobre, em cima (lugar); além (tempo).
 ὑπό + genitivo: sob (lugar); de (agente, causa eficiente). + dativo: por, a causa de (causa); abaixo (lugar e dependência).
          + acusativo: abaixo (lugar); durante, para, acerca (tempo); sob (dependência). 

1 - O Uso de άπό

άπό indica especialmente remoção, em um sentido local (movimento de lugar), mas também no sentido temporal (cfr Mt. 9,22;. Άπό κτίσεως κόσμου = desde a criação do mundo, Rm 1,20;.. Lc 1,48) . É também para indicar a origem, onde o uso de έκ seria clássico (ver, por exemplo, Jo 1, 44s:..... Φίλιππος άπό Βηθσαϊδά - Philipe de Betsaida, Atos 21:27); Causa: κοιμωμένους άπό της λύπης = adormecido por tristeza. Act. 22,45; às vezes o complemento de agente: ένοχλούμενοι άπό πνενμάτων άκαθάρτων = atormentados por espíritos imundos, At. 2,22; At. 6,18; 17.25;II Cor. 7,13; mas às vezes é confusão dos copistas e a documentação textual é incerta. Em Gal. 2,12; 3,2; I Cor. 11,23; Jo. 3,2; 13,3; 16,30 pode significar 'por ...'.

 

2 - Uso de είς

είς indica o movimento no lugar (a direcção, ou a entrada em um determinado local), mas também pode ser utilizado como tempo: είς εκείνην την ημέραν = até esse dia, II Tm. 1:12; com o propósito ou fim: είς την έμήν άνάμνησιν = em memória de mim / para me lembrar, I Cor. 11,24. Uma utilização típica é a uma chamada predicativa: um acusativo precedido por είς, em lugar de um predicado de um complemento nominal ou predicativa do sujeito; p. . Por exemplo: καί έσομαι ύμϊν είς πατέρα = e vos amarei como pai (II Co 06:18; 3,5 I Ts; cf. 19,5; 21,42; 13,19 Le.. ). Provavelmente (em N.T., é um semitismo, e είς corresponde à preposição hebraica le.

 

3 - Uso de έχ / έξ

έκ (na frente da vogal se torna έξ) indica movimento, no sentido de origem ou proveniência ou fora de algo (lugar); falando de tempo, indica o começo: έκ νεότητάς μου = desde minha juventude, Mc. 10.20 (veja também Le. 23.8, Jo 6:64). Corresponde utilização clássica ao expressar o complemento da matéria: σκεύος έκ ξύλου τιμιωτάτου = vasos de madeira preciosa, Ap. 18.12 (veja também Mt 27.29) e de origem (veja Mt 1.3, Jo 1:13). Às vezes indica a causa ou o instrumento: livesή έκ δυνάμεως θεού = vive para (ou graças ao) poder de Deus, II Cor. 13,4 (veja também IP 2:12, Rev. 16,10.21).

 

4  - Uso de έv

έv é usado para indicar o status no lugar. Mas também é encontrado para indicar o complemento de tempo determinado: έν τη έσκάτη ημέρα = no último dia, Jn. 6,44; entretanto, nesse sentido, também pode ser omitido (ver Jo 6:54). Com nomes coletivos e o plural, pode ter a nuance do significado 'no meio': έν τοϊς 'έθνεσιν - entre os pagãos, Gl. 1.16. Um uso particular é o instrumental, freqüente em N.T., que reflete um dos significados da preposição judaica bf. Assim, pode indicar instrumentos ou meios de morte (veja Mt 26,52, Le. 22,49), condimentos (veja Mt 5, 13), fogo (veja Apocalipse 14.10, 16.8), a água e o fogo do batismo (Mt 3,11), os meios de justificação (ver Gálatas 5: 4, Romanos 5: 9) etc. No N.T. encontramos, às vezes, εις em vez de εν, para indicar o estado em vigor, como no grego moderno (ver Me 1.9, Leu 11.7, Atos 8:40, Jo 1,18). Mais raro é έν em vez de εις, para indicar a moção para colocar (ver Le. 4,1).

5 - Uso de κατά

κατά Esta proposição pode ser usado com o genitivo e com a ACC.

Com GEN., Tem significados relacionados com a idéia de 'baixo' e 'contra'. No sentido de 'para baixo', está presente especialmente em compostos de verbos de movimento, como καταβαίνω, desço, e outros. Além disso, ver. Mt. 8:32: ώρμησεν κάσα ή αγέλη κατά τού κρημνού εις την θάλασσαν = todo o rebanho se jogou do precipício no mar; I Cor. 11,4: πας άνηρ προσευχόμενος κατά κεφαλής = Todo homem que reza tendo um chapéu para baixo na sua cabeça - ou seja, para cobrir o cabelo, e não apenas colocados no topo.

No sentido de 'contra' é o uso muito frequente, p. es. Após os seguintes verbos: acusar (τίς έγκαλέσει κατά έκλεκτών θεού; = quem lançar acusações contra os eleitos de Deus, Rom 8:33.), Murmurar (έγόγγυζον κατά τού οικοδεσπότου = murmuravam contra o dono da casa Mc 3.6.. ), tem alguma coisa contra alguém (o αδελφός σου εχει τι κατά σου = teu irmão tem alguma coisa contra ti, Mt. 05:23; cf. também Ap 2,4.14.20).

Com o ACC, serve para indicar o tempo, muitas vezes em um sentido distributivo. Nesse sentido, encontra-se em Mt 27.15: κατά δέ εορτήν = em cada Festa (isto é, cada Páscoa); Lc. 11.3: καθ 'ημέραν = todos os dias. É usado, no entanto, também no sentido local; cfr. Mc. 13,8: ε'σονται σεισμοί κατά τόπους = haverá terremotos em todos os lugares.

Em um sentido traduzido, implica (como nos exemplos anteriores) uma conexão muito próxima: κατά σάρκα = de acordo com a carne; κατά φύσιν = de acordo com a natureza; κατά θεόν - de acordo com Deus, de acordo com o pensamento de Deus, etc .; κατά τάς γραφάς = de acordo com as Escrituras; κατά Μαθθαΐον, Μάρκον etc. = de acordo com Mateus, Marcos etc.

 

 

6 - Apontamentos de sintaxe - Uso de διά

διά No N.T. A preposição διά e usada com frequência, seguida, como em grego clássico, pelo genitivo e acusativo.

No primeiro caso (com o Gen), o valor instrumental, que é predominante, é alcançado através de «através», «por meio de», «operar»:

Ele é aquele, que foi anunciado διά Ήσαΐου τού προφήτου τού λέγοντος ... = através do profeta Isaías quando ele diz. (Mt. 3,3).

Regista-se também o valor local: Ele (Jesus) passou διά των Σπoριμων = para os campos de grãos (Me. 2.23); o valor temporal: os discípulos de Jeus fatigaram δι 'όλης νυκτός = a noite toda (Lc 5.5).

7 - Uso de διά

 

Com o ACC, a preposição διά indica a causa (ver o latim propter): Paulo teve que ser levado de peso pelos soldados διά τήν βίαν τοϋ oχλου = pela violência da multidão

Às vezes no conjunto a frase toma o tom de causa final: διά τούς εκλεκτούς a causa dos eleitos, aqueles dias serão encurtados (Mt 24,22). Frequente é também a expressão διά τί como interrogativa = por quê? (veja Mt 10, 22; 13.11, etc.).

 

8 - Uso de μετά

μετά No N.T. a preposição μετά é seguida pelo genitivo e pelo acusativo. Com o genitivo, assume valores de complemento de companhia ou de união, juntamente a valores e tons de modo:

Jesus estava no deserto quarenta dias e vivia μετά τών θηρίων = com animais selvagens (Mc 1.13.); dirigido aos fariseus, Jesus olhou para eles μετ 'οργής - com desdém (Me 3.5).

Com o acusativo, μετά significa 'depois' no tempo e no espaço: μεθ 'ημέρας οκτώ - oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomás estava μετ 'αύτών com eles (Jo. 20,26)

 

9 - Uso de σύν

Também a preposizione συν significa «em companhia de », «com »; sim, mas sempre seguida pelo DAT. Em particular, Paolo e Luca (Actos) preferem usar essa preposição. Ess.: Paolo escreve para os Filipenses que estão na cidade συν έπισκόποις καί διακόνοις = com bispos e diáconos (Fil 1.1); na mesma carta, exprime o desejo de «essere συν Χριστώ - em Cristo» (1.23).


 


 

 

VOCABOLARIO 11°

άγω conduzo

κράζω grito, exclamo

αναγιγνώσκω ler (clasico)

λύω desligo

άναγινώσκω ler (Gr. biblico)

πείθω persuado

άποκτείνω Mato

πέμπω mando

απολύω mando embora, liberto

περιπατέω passeio, caminho

βαπτίζω batizo

πίπτω caio

διαφέρω levo, difundo.

συνάγω reuno,

ύπάγω coloco abaixo, ,

δοξάζω glorifico

έκβάλλω  deito fora

φέρω  trago

κηρύσσω proclamo, prego

χαίρω  ralegro-me

 

 

12 Lição: pronomes demonstrativos

 

Os pronomes demonstrativos ούτος e εκείνος.

O grego possui dois pronomes demonstrativos principais, ou seja, pronomes que "apontam" ou "indicam" uma determinada realidade. Podem ser usados como adjetivos, concordando com um substantivo em género, número e caso, ou podem ser usados como substantivos, ούτος significa este, e è usado para indicar alguém ou algo próximo; εκείνος significa aquele, e è usado para indicar alguém ou algo distante.

Singular Masculino

Plural Masculino

ούτος

ούτοι

τούτου

τούτων

τούτω

τούτοις

τούτον

τούτους

 

Singular Feminino

Plural Feminino

αύτη

αύται

ταύτης

τούτων

ταύτη

ταύταις

ταύτην

ταύτας

  

Singular Neutro

Plural Neutro

τούτο

ταύτα

τούτου

τούτων

τούτω

τούτοις

τούτο

ταύτα

  

Singular Masculino

Plural Masculino

εκείνος

εκείνοι

εκείνου

εκείνων

έκείνω

έκείνοις

εκείνον

εκείνους

 

Singular Feminino

Plural Feminino

εκείνη

έκεΐναι

εκείνης

εκείνων

εκείνη

έκείναις

έκείνην

έκείνας

 

 

Singular Neutro

Plural Neutro

εκείνο

έκεΐνα

εκείνου

εκείνων

έκείνω

έκείνοις

έκεΐνο

έκεΐνα

 

 

 

 

13 Lição: Acerca da história da língua grega

 

 

História da Língua Gréga

Origem da língua gréga

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A língua grega faz parte da família das línguas indo-europeias. Pode-se seguir o desenvolvimento da língua grega durante um longo período: desde os primeiros traços em sua época micênica até o grego moderno, o que fornece um percurso de mais de três mil anos de uma história política e cultural, nos quais se manteve uma língua falada, que se desenvolveu desde os seus primórdios até os dias de hoje.

 

Os primeiros gregos chegaram à península helênica provenientes do norte, por volta de 2.000 a. C. e lá se estabeleceram, bem como nas ilhas que a rodeiam.

 

Acredita-se que mais intensa tenha sido a influência dos povos que pertenciam ao grupo hitito-luvita do indo-europeu na formação da língua grega, pois na Ásia

Menor, com os avanços da colonização “grega” houve um contacto cada vez maior com os lídios, cários, lícios, cilícios e paflagões, todos pertencentes ao grupo linguístico anatólico.

 

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Primeiros escritos em grego

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Escritas em grego estão nas tábuas micênicas dos séculos XV a XII a. C., feitas em argila, que documentam os arquivos dos palácios minoico-micênicos como o de Cnossos e que è de grande interesse para os linguistas e historiadores.

 

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Alfabeto e literatura

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No século VIII a. C., introduziu-se e adoptou-se o alfabeto de origem fenícia, modificado. Na mesma época, a literatura grega começou com os poemas atribuídos a Homero, a Ilíada e a Odisseia.

 

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Formas literárias

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As formas de expressão na cultura helênica foram sendo definidas: a épica, a lírica, a prosa historiográfica, a oratória, a filosofia e os tratados científicos, o teatro, especialmente as formas clássicas: tragédia e comédia.

 

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Dialéctos

.

Houve uma grande variedade dialetal depois que os gregos se estabeleceram na península balcânica com a separação das demais línguas indo-europeias. Podem ser distinguidos quatro grandes grupos dialetais do grego:

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  • jônico-ático,
  • eólio,
  • arcádio-chipriota e
  • dórico

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Onde eram falados

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Os três primeiros são geralmente agrupados na categoria chamada grego aqueu.

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  • O jônico era falado na Ásia Menor, nas ilhas Cícladas e na ilha Eubeia;
  • o ático na Ática;
  • o eólio na Tessália, Beócia, na ilha de Lesbos e no litoral da Ásia Menor;
  • o arcádio na Arcádia e em algumas regiões do Peloponeso;
  • o chipriota na ilha de Chipre;
  • o dórico na maior parte do Peloponeso, nas ilhas colonizadas pelos dórios: Creta, Rodes, Cós, Terá e outras, bem como em muitas regiões do Sul da Itália, ou Magna Grécia, e na Sicília;
  • o grego do noroeste era falado na região mais próxima ao mar Adriático, no Epicuro e zonas próximas.

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Grégo clássico

O que è chamado de grego clássico é, em geral, o grego ático dos séculos V e IV a. C., ou seja, o que se usava em Atenas da época de Péricles, de Platão e dos oradores e dramaturgos. A variante ática teve um predomínio sobre as demais devido ao papel exercido por Atenas como a cidade da democracia, do teatro e da filosofia, durante a sua hegemonia política.

 

A koiné

Apesar das diferenças dialetais, a língua permitia a relação entre todos os gregos, mas, os dialetos acabaram desaparecendo com a extensão de seu uso no âmbito comercial e como veículo cultural e de expansão do Império.

Essa língua comum grega, ou koiné , que havia sido formada sobre o ático, mas com características do jônico e dórico, se consolidou como uma língua franca da época e do então Império Helênico.

 

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Expansão da koiné: Alexandre o Grande

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Na Antiguidade houve um período de auge helenístico com a expansão da cultura helênica e da koiné  grega como língua franca, em todo o imenso domínio nas costas mediterrâneas, no norte da África, no Egito (como língua oficial) e no Oriente Médio até as fronteiras da Índia, por meio das guerras de conquistas e colonizações, promovidas em sua maior parte por  Sabe-se que na Antiguidade houve um período de auge helenístico com a expansão da cultura helênica e da koiné  grega como

língua franca, em todo o imenso domínio nas costas mediterrâneas: no norte da África, no Egito (como língua oficial) e no Oriente Médio até as fronteiras da Índia, por meio das guerras de conquistas e colonizações, promovidas em sua maior parte por Alexandre Magno

 

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O Novo Testamento

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Durante a colonização romana no Oriente Médio, o grego permaneceu ainda como língua franca, identificando seu poder de assimilação pelos povos que ali habitavam, já no Oriente a latinização foi bastante superficial. Assim se explica que os livros sagrados tenham sido escritos em aramaico e hebraico, enquanto o Novo Testamento (evangelhos, cartas dos apóstolos e apocalipse), pregado pelos cristãos, tenha sido escrito na koiné  grega, e não em latim.

 

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Koiné lingua filosófica, de comercio e política

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A koiné  grega também era a língua que os filósofos, comerciantes e governantes do Oriente utilizavam durante o Império Romano. Mesmo os romanos escreviam em koiné  na zona oriental do Império. Em Roma, estudava-se o grego nas famílias patrícias, pois era a língua da filosofia e ciência. É curioso notar que o Imperador Romano Marco Aurélio escreveu os seus Solilóquios  em grego, pois era língua de grande prestígio, mesmo no Império Romano do Ocidente.

 

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O elenismo

.

A religião e a fraca latinização do Oriente foram os responsáveis pela importância da cultura grega. Os fatores da expansão, foram que muitos dos escravos feitos pelos romanos eram helênicos cultos, ajudaram nesta disseminação

A cultura grega aparece em todos os campos da civilização de Roma: na poesia, mitologia, oratória, escultura e arquitetura. Na filosofia romana também houve grande influência das ideias filosóficas gregas, com discípulos das suas escolas de filosofia: cínicos, epicuristas, estoicos, pitagóricos, platônicos. Os romanos mais destacados sempre viajavam à Grécia para se educar, ou tinham professores gregos, como também, estudavam as artes helênicas continuando-as em versões latinas. A própria língua latina possui uma estrutura gramatical e sintática, em casos, muito similar à grega. Então, de certa forma, os romanos souberam absorver e adaptar grande parte da cultura helênica na formação de seu Império, por isso o termo greco-latino, relativo à cultura. Apesar de não se usar o mesmo termo em relação à língua, houve também um determinado grau de absorção e adaptação do grego no latim.

 

 

14 Lição: Acerca da cronologia e da periodização

 

Cronologia grega

A Civilização Grega desenvolveu-se a partir de 800 a.C. e viveu o seu auge no chamado período clássico, entre 500 e 300 a.C. O período de formação da pólis grega é conhecido como Período Arcaico e compreende uma extensão de dois séculos, indo de 800 a 500 a.C. Antes desse período, houve outros dois, que serviram de base para o florescimento das principais cidades gregas: Período pré-homérico, de 2.000 a 1.100 a.C., e o Período homérico, de 1.100 a 800 a.C. No primeiro, prevaleceram na região banhada pelo Mar Egeu as civilizações micênica e minoica (essa última desenvolveu-se na ilha de Creta). Já no Período homérico, houve a formação dos genos, isto é, dos clãs familiares que seriam a base para o surgimento das poleis.

As principais cidades formadas na Hélade foram AtenasEsparta e Tebas. Os povos que formaram essas cidades vieram de migrações do Norte da Europa e eram chamados de povos indo-europeus. Os principais povos indo-europeus eram: aqueusdóriosjônios e eólios. Cada cidade possuía características próprias, desde a forma de governo até o padrão militar. O que as unificava eram os aspectos culturais, como a língua, cujo alfabeto foi desenvolvido no Período Arcaico.

A partir de 500 a.C., teve início o Período Clássico, caracterizado por ser a fase do desenvolvimento do sistema filosófico de Sócrates, Platão e Aristóteles; do teatro, com grandes dramaturgos, como Eurípedes, Sófocles e Aristófanes; das chamadas Guerras Médicas, ou Guerras Greco-Persas, travadas contra os persas; e da rivalidade entre Atenas e Esparta com a formação das Ligas do Peloponeso e de Delos, cujo desfecho foi a Guerra do Peloponeso.

Cronologia Periódica da Língua Grega:

• Período de Formação; de 1.500 a.C à 900 a.C (600 anos)

• Período de Formação; de 1.500 a.C à 900 a.C (600 anos)

• Período Clássico; de 600 a.C à 300 a.C (300 anos)

• Período Koinê; de 300 a.C à 300 d.C (600 anos)

• Período Bizantino; 300 d.C à 1.500 d.C (1.200 anos)
• Período Moderno; de 1.500 d.C até hoje.

Cronologia Periódica da Língua Grega

 

• Período de Formação;

 

de 1.500 a.C à 900 a.C (600 anos) 

O período formativo, que vai desde a chegada de algumas tribos indo-europeias à península grega, cerca de  1500 a. C., que ali desenvolveram o segundo ramo do sanscrito

 

• Período Clássico

de 600 a.C à 300 a.C (300 anos)

  O período clássico, que começou com a literatura de Homero, cerca de 900 a. C. Vem a
  seguir o grego Ático, que é o mais literário das línguas antigas. Pertence a esta classe a
  grande quantidade de literatura que está à disposição dos estudiosos.

 

• Período Koinê

de 300 a.C à 300 d.C (600 anos)

O período koinê, que provém do Ático, e começou com as conquistas de Alexandre Magno, cerca de 330 a. C. As suas conquistas e a colonização das costas do Mediterrâneo contribuíram para que o grego comum fosse falado no império grego, assim como o latim foi no romano. Foi nesta classe de grego que o Novo Testamento foi escrito, poi  era a língua internacional daquela época. É esta linguagem popular que vamos estudar

 

• Período Bizantino

 

300 d.C à 1.500 d.C (1.200 anos)

 

O período bizantino, que começou com a divisão do império romano em 330 d. C. prolongando-se até à queda de Constantinopla em 1453. O grego deste período deixou também as suas marcas nas cópias das Escrituras com algumas variantes

 

• Período Moderno

 

de 1.500 d.C até hoje

 

O período moderno, iniciado em 1453, que fala o grego descendente do koinê. Foi em
1834 que os especialistas descobriram a relação entre o koinê e o grego moderno.

 

 


A história grega e seus períodos

"A periodização é uma estratégia utilizada pelos historiadores para facilitar-se a assimilação e a organização do conhecimento histórico. No caso de civilizações da Antiguidade, como os gregos, datações aproximadas foram criadas levando-se em consideração determinadas características ou acontecimentos que são estudados.

 

No caso dos gregos, a datação estipulou a divisão em cinco períodos, que são:

 

Período pré-homérico

(2000-1100 a.C.)

período de formação do povo grego. Marcado pela existência de duas grandes civilizações — minoica e micênica.

 

 

Período homérico

(1100-800 a.C.)

o “mundo grego” passa por uma grande ruralização com a invasão dórica, e existem pouquíssimos registros sobre essa fase. A vida gira em torno do genos, e há um grande recuo civilizacional

 

Período arcaico

 

(800-500 a.C.)

 

marcado pelo surgimento da pólis, o modelo da cidade-estado da Grécia. O aumento populacional leva os gregos a mudarem-se à procura de novos locais. O alfabeto fonético surge.

 

Período clássico

 

(500-338 a.C.)

 

período de maior desenvolvimento dos gregos, marcado pelo florescimento da cultura grega, como a filosofia. Esse período presenciou a rivalidade entre duas grandes cidades-estado gregas: Atenas e Esparta

 

Período helenístico

 

(338-136 a.C.)

 

a Grécia foi conquistada pela Macedônia, iniciando-se a fase da difusão da cultura grega pelo Oriente. Seu fim ocorreu quando a Grécia converteu-se em um protetorado dos romanos."

 

Cronologia histórica Grega de 500 aC a 1dC

 

Período (a.C.)

Tema

Evento

c. 500 a 400

China

Período provável em que Lao Tsé (Lao Zi), filósofo chinês, teria escrito o livro "Tao Te Ching", obra fundamental do Taoísmo.

496 a 405

Grécia Antiga

Vida de Sófocles, poeta trágico grego, cujas principais obras foram "Antígona"; "Electra"; "Édipo Rei".

494

Pérsia

Persas destroem a cidade de Mileto, importante colônia grega na Ásia Menor.

494

Roma Antiga

Revolta do Monte Sagrado: provavelmente, a primeira greve registrada na História. Através desse movimento, os plebeus conseguem a aprovação de mais um cargo de magistratura, voltado para defender os interesses da sua classe junto ao Senado: os tribunos da plebe.

Revoltas da Plebe: assim foram chamadas as cinco rebeliões da camada mais baixa da população (os plebeus) contra a aristocracia romana (os patrícios). Essas revoltas ocorreram em um período de, aproximadamente, 200 anos (entre os séculos V e III a.C.), possibilitando aos plebeus melhorias em sua posição social.

490 a 431

Grécia Antiga

Vida de Fídias, expoente máximo da arquitetura grega. Sua obra-prima foi a Estátua de Zeus, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Essa monumental estátua ficava dentro do templo dedicado a Zeus, na cidade de Olímpia. Acredita-se que tenha sido levada para Constantinopla e lá destruída em um incêndio, por volta de 450 d.C.

490 a 480

Grécia Antiga / Pérsia

Guerras Greco-Pérsicas (ou Guerras Médicas): após a vitória sobre Creso, rei da Lídia, o expansionismo persa atinge as colônias gregas da Ásia Menor. Dario I, o Grande exige a submissão das cidades gregas, mas essas se rebelam. Mileto é arrasada. Atenas e Esparta passam a apoiar a luta contra a dominação persa. Ocorrem duas guerras entre a Grécia e a Pérsia, guerras essas relatadas por Heródoto de Halicarnasso (484 a 425 a.C.), considerado o "Pai da História", em sua obra denominada "História".

490

Grécia Antiga / Pérsia

Primeira Guerra Greco-PérsicaDario I, rei da Pérsia, desembarca seu exército na região da Ática, próximo a Atenas. Na Batalha de Maratona, o ateniense Milcíades, à frente de pouco mais de 10 mil soldados gregos, derrota as tropas persas muito mais numerosas, comandadas por Mardônio.

Conta-se que após a vitória, Milcíades ordenou a um soldado, Fidípedes, que levasse a notícia até Atenas distante 40 quilômetros. Lá chegando, o mensageiro só teve forças para dizer "Vencemos" e caiu morto.

490 a 356

Grécia Antiga

O período da história grega que se estende do início das guerras Greco-Pérsicas em 490 a.C. até a conquista Macedônica em 356 a.C é denominado Grécia Clássica.

486 a 465

Pérsia

Reinado de Xerxes I, filho de Dario I.

485 a 406

Grécia Antiga

Vida de Eurípides, poeta trágico grego, cujas principais obras são "Alceste" e "Medéia".

480

Grécia Antiga / Pérsia

Segunda Guerra Greco-PérsicaXerxes I envia um exército e uma esquadra muito mais poderosos contra os gregos (alguns falam em cerca de 250 mil soldados e 1200 navios). Depois de derrotarem os gregos na Batalha das Termópilas, os persas conquistam Atenas. Mas, em seguida, na Batalha naval de Salamina a esquadra persa acaba aniquilada pelos navios gregos.

480

Grécia Antiga / Pérsia

Batalha das TermópilasLeônidas, rei de Esparta, à frente de um pequeno exército grego, sendo 300 espartanos, tenta retardar o avanço dos persas no desfiladeiro das Termópilas. Ao final, são totalmente massacrados, mas esse ato heróico possibilita que Atenas seja evacuada. Quando os persas chegam, a cidade se encontra vazia. Atenas é conquistada e incendiada. Seus muros são derrubados e a Acrópole é destruída.

480

Grécia Antiga / Pérsia

Batalha Naval de Salamina: os gregos, comandados pelo ateniense Temístocles, atraem a esquadra persa para o estreito canal de Salamina. Os pesados navios persas não encontram espaço de manobra naquele local e são facilmente derrotados pelos ágeis navios gregos.

c. 475 a 221

China

Período dos Estados Guerreiros: com o enfraquecimento da dinastia Zhou, sete reinos rivais passam a lutar entre si pela supremacia. Este período termina em 221, quando Qin Shi Huangdi consegue vencer os outros seis e unifica o país, dando início à Dinastia Qin.

474

Civ. Etrusca / Grécia Antiga

Siracusa, colônia grega na Sicília, destrói a frota etrusca dando início ao seu declínio.

470 a 399

Grécia Antiga

Vida de Sócrates, famoso filósofo grego fundador da filosofia humanista. Nada deixou escrito. Suas idéias foram passadas oralmente para seus discípulos. Foi acusado de renegar os deuses de Atenas e de corromper a juventude, sendo obrigado a se suicidar tomando cicuta.

461 a 429

Grécia Antiga

Governo de Péricles, célebre líder da democracia ateniense. Esse período marca o auge do esplendor cultural de Atenas, sendo conhecido como "Era de Péricles". Morreu de uma peste (possivelmente, febre tifoide) que dizimou cerca de um quarto da população ateniense.

O famoso Parthenon, templo dedicado à deusa Atena localizado na Acrópole de Atenas, foi construído nesse período.

460 a 377

Grécia Antiga

Vida de Hipócrates, considerado o "Pai da Medicina".

445

Grécia Antiga / Pérsia

Tratado de Susa (também conhecido como Paz de Kallias) estabelece o fim das hostilidades entre gregos e persas e reconhece a hegemonia grega na Ásia Menor e nos mares Egeu e Negro. Atenas passa a ser a mais poderosa cidade grega, o que gera forte rivalidade com Esparta e Corinto.

431 a 404

Grécia Antiga

Guerra do Peloponeso põe frente a frente a Confederação de Delos, liderada por Atenas e a Liga do Peloponeso, comandada por Esparta. Foi motivada pelo choque de interesses políticos e econômicos das duas principais cidades gregas. O conflito durou 27 anos e terminou com a vitória de Esparta. Na última batalha, uma frota espartana, sob o comando de Lisandro, derrotou a esquadra ateniense em Egos-Pótamos (local da antiga Trácia, atual Turquia). Em março de 404, Atenas foi conquistada.

A guerra entre Esparta e Atenas foi descrita pelo historiador Tucídides (c. 460 a 400 a.C.) no livro "História da Guerra do Peloponeso".

427 a 347

Grécia Antiga

Vida do filósofo Platão, principal discípulo de Sócrates. Fundador da Academia de Atenas, também conhecida como Academia de Platão, primeira escola de filosofia de que se tem notícia. Entre suas principais obras, destacam-se: "O Banquete" e "A República".

413 a 323

Grécia Antiga

Vida de Diógenes de Sínope, principal filósofo grego da corrente do Cinismo, doutrina segundo a qual a felicidade não depende de nada externo à própria pessoa. Vivia em um tonel e só possuía uma túnica em farrapos e um cajado. Procurava imitar a vida simples dos animais e comia o que encontrava. Conta-se que, às vezes, andava com uma lanterna na mão, em plena luz do dia, dizendo que "estava à procura de um verdadeiro Homem".

Ficou famosa a história de que um dia, em Corinto, Alexandre, o Grande, postou-se diante do filósofo que se aquecia ao sol, fazendo-lhe sombra. Então, como prova de sua admiração pelo filósofo, teria dito: "Pede o que quiseres que eu te concederei", ao que Diógenes respondeu: "Peço-te que não me tires o que não podes me conceder: saia da frente do meu Sol". Essa resposta ilustra bem o pensamento cínico: Diógenes estava feliz com o que tinha, nada mais desejando.

404 a 371

Grécia Antiga

Período de supremacia de Esparta.

404 a 398

Antigo Egito

Reinado de Amirteu, único faraó da XXVIII dinastia. Assumiu o trono ao liderar uma revolta contra os persas e sair vitorioso.

396

Civ. Etrusca / Roma Antiga

Após um cerco de dez anos, Veii, uma das principais cidades etruscas, é tomada pelos romanos. A partir deste ponto, inicia-se o processo de absorção dos etruscos pelos romanos.

387

Roma Antiga

Roma é saqueada pela tribo celta dos gauleses comandada por Breno.

Esse foi o primeiro dos inúmeros ataques de povos bárbaros praticados contra Roma. Conta-se que os romanos aceitaram em pagar um resgate em ouro para que os gauleses libertassem a cidade. Contudo, na hora da pesagem, os romanos discordaram da correção da balança utilizada por Breno, ao que esse teria jogado sua pesada espada no contrapeso e dito a célebre frase "Vae victis" ("Ai dos vencidos"!).

Eram considerados bárbaros todos os povos que habitassem fora das fronteiras do Império Romano ou que não falassem latim ou grego. A grande maioria desses povos era de origem germânica, embora alguns, bastante conhecidos e temidos não o fossem, como é o caso dos hunosalanoseslavos e ávaros. Os principais povos bárbaros que assolaram, em diferentes graus de intensidade, os territórios que formavam o Império Romano foram: alamanos, alanos, anglos, ávaros, bávaros, burgúndios, eslavos, francos, frisões, gépidas, godos (visigodos e ostrogodos), hunos, jutos, lombardos, saxões, suevos, turíngios, vândalos. Cabe também acrescentar os celtas e os vikings. Esses dois povos, embora não pertencendo aos grupos que devastaram o Império Romano no período compreendido entre os séculos III e V d.C., são também considerados bárbaros, tanto pelos romanos do período republicano (caso dos celtas), como posteriormente pelas populações do início da Europa medieval (caso dos vikings).

384 a 322

Grécia Antiga

Vida do filósofo grego Aristóteles, fundador do Liceu, uma escola de filosofia localizada em um bosque nos arredores de Atenas. Deixou uma vastíssima obra (cerca de 40 de seus livros chegaram até os dias de hoje), abrangendo quase todo o conhecimento de sua época: Lógica, Física, Metafísica, Biologia, Psicologia, Ética, Política, Estética, Poética, etc.

380 a 343

Antigo Egito

XXX dinastia: última dinastia verdadeiramente egípcia, constituída por apenas três faraós: Nectanebo ITeôs e Nectanebo II. Em 343 a.C., Nectanebo II é derrotado pelo imperador persa Artaxerxes III, caindo novamente o Egito sob o jugo persa.

371 a 362

Grécia Antiga

Período de supremacia de Tebas. Ao derrotar Esparta na Batalha de Leuctras (371 a.C.), Tebas assume a posição de mais poderosa cidade grega. Contudo esta supremacia só dura até 362 a.C., quando Atenas e Esparta, agora aliadas, derrotam Tebas na Batalha de Mantinéia.

Os longos anos de guerra deixaram as cidades gregas extremamente enfraquecidas, facilitando a conquista da Grécia pela Macedônia, um reino ao norte da Grécia de população indo-européia, mas que, por muito tempo, foi considerada bárbara pelos gregos. Após conquistar a Grécia, a Macedônia absorveu a cultura grega e a disseminou por grande parte do mundo, através de Alexandre e seus exércitos. A difusão da cultura grega pelos vastos territórios dominados por Alexandre recebeu o nome de "Helenismo".

365 a 300

Grécia Antiga

Vida de Euclides, pai da Geometria Euclidiana. Escreveu "Elementos de Geometria" em 13 volumes. Nasceu em Alexandria, Egito.

c. 350

Ásia Menor

Época em que foi construído o suntuoso túmulo para o rei Mausolo da Cária, conhecido como Mausoléu de Halicarnasso, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

O túmulo se situava em Halicarnasso, atual Bodrum, na Turquia. Foi mandado construir por Artemísia, esposa e irmã de Mausolo. Destruído por terremotos provavelmente no século XIII d.C. Em 1494, os Cavaleiros Hospitalários usaram as pedras remanescentes dessa obra para reforçar seu castelo em Bodrum.

343 a 332

Antigo Egito

Segundo Período de Domínio Persa: este novo período de domínio persa é denominado por alguns historiadores de XXXI dinastia. Foram três os imperadores persas que governaram o Egito nesta ocasião: Artaxerxes IIIArsés e Dario III.

341 a 270

Grécia Antiga

Vida de Epicuro de Samos, filósofo grego fundador do Epicurismo, doutrina que apregoa que o objetivo da vida é a busca do prazer obtido pela eliminação do medo (medo dos deuses e da morte) e pelo controle sobre as emoções e objetos de desejo.

Muitas vezes, o Epicurismo é confundido com o Hedonismo que preconiza que o prazer individual e imediato é o supremo bem da vida.

338

Grécia Antiga

Filipe II conquista a Grécia, vencendo atenienses e tebanos na Batalha de Queronéia.

336

Grécia Antiga

Filipe II é assassinado. Assume o poder seu filho Alexandre, que ficou conhecido como Alexandre Magno ou Alexandre, o Grande.

336 a 330

Pérsia

Reinado de Dario III, último rei da dinastia aquemênida. Derrotado por Alexandre, o Grande em três batalhas: Rio Grânico (334 a.C.), Issus (333 a.C.) e, finalmente, em Gaugamela no ano de 331 a.C.

334 a 264

Grécia Antiga

Vida de Zenão de Cítio, filósofo grego fundador do Estoicismo, doutrina que afirma que o ser humano só atinge a felicidade quando abandona as paixões e se torna indiferente às dores e coisas externas. Para Zenão, o homem deve viver impassivamente, nada receando e nada esperando.

332

Antigo Egito

Alexandre, o Grande conquista o Egito e funda a cidade de Alexandria que vem a se tornar famosa pela sua biblioteca (a maior da Antiguidade) e pelo seu farol, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. De 332 até sua morte, em 323 a.C., Alexandre foi considerado faraó do Egito.

Farol de Alexandria foi construído em torno de 280 a.C. Ao longo do tempo, sofreu diversas avarias causadas por terremotos, sendo que um deles o destruiu totalmente (c. 1323 d.C.)

327 a 326

Índia

Campanha de Alexandre, o Grande: ao se dirigir para o vale do Rio Indo com o objetivo de conquistar o país, Alexandre enfrenta um motim de suas tropas que, totalmente exaustas, se recusam a continuar a campanha. Em vista disso, Alexandre retorna à Babilônia, pois lá pretendia estabelecer a capital de seu império.

323

Mesopotâmia

Alexandre, o Grande morre na Babilônia, aos 33 anos, acometido por uma forte febre que durou cerca de dez dias. Nunca se soube qual foi o motivo real de sua morte: malária, envenenamento ou até mesmo, consequência de uma formidável bebedeira.

305

Antigo Egito

Ptolomeu, general do exército de Alexandre, o Grande, assume o trono egípcio como faraó Ptolomeu I Sóter, dando início à dinastia ptolomaica. Os reis ptolomaicos se mantiveram no poder por cerca de trezentos anos até o suicídio de Cleópatra VII em 30 a.C. Não foi uma dinastia egípcia legítima, pois foi fundada e constituída por macedônios que cultivavam a língua e os costumes gregos.

dinastia ptolomaica apresentou diversos reis com o nome de Ptolomeu (15), Cleópatra (7) e Berenice (4). A famosa rainha Cleópatra era Cleópatra VII.

301

Império de Alexandre

Batalha de Ipsus, na Frígia (atual Turquia), envolvendo os diversos generais pretendentes ao trono de Alexandre, o Grande, define a partilha do império em quatro partes: Cassandro ficou com a Macedônia e Grécia; Lisímaco com a Ásia Menor e Trácia (parte das atuais Grécia, Bulgária e Turquia); Seleuco com a Mesopotâmia e Pérsia e Ptolomeu com o Egito, Fenícia e Judéia.

Embora a partilha tivesse concedido a Judéia a Ptolomeu, a região tornou-se, ao longo dos séculos seguintes, palco de intensas lutas entre as dinastias selêucida e ptolomaica, pelo fato de ser uma importante passagem entre o Egito e a Mesopotâmia.

c. 300

Japão

Termina a primeira fase da civilização japonesa, o Período Jomon, no qual as atividades básicas ainda eram a pesca, a caça e a coleta de frutos. A partir de então, tem início o Período Yayoi (c. 300 a.C. a 300 d.C.), no qual é introduzida a cultura do arroz proveniente da China e Coréia.

287 a 212

Grécia Antiga

Vida de Arquimedes, matemático e inventor grego.

Nascido em Siracusa, na Sicilia, Arquimedes fez importantes contribuições à Matemática e à Física. Definiu um método para calcular o número Pi (razão entre o perímetro de uma circunferência e seu diâmetro). Autor da célebre frase: "dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo". No seu Tratado dos Corpos Flutuantes, estabeleceu as leis fundamentais da estática e da hidrostática. Conseguindo solucionar um dos problemas principais da hidrostática enquanto se banhava, Arquimedes teria saído à rua, nu, gritando "Eureka! Eureka!" (Encontrei!)

281

Roma Antiga

Os romanos atacam o sul da Itália, então dominada pelos gregos. A cidade de Tarento pede auxílio ao rei Pirro do reino de Épiro (atual Albânia) que derrota os romanos em duas batalhas: Heracléia e Ásculo. Nesta última batalha, a vitória de Pirro foi muito difícil.

Dizem que quando Pirro foi cumprimentado pelo resultado, teria dito "mais uma vitória como esta e estarei perdido". Daí surgiu a expressão "vitória de Pirro", ou seja, uma vitória a um preço altíssimo; aquela em que as perdas do vencedor se equivaleriam às do derrotado.

c. 280

Grécia Antiga

Época em que teria sido construído o Colosso de Rodes, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Colosso era uma enorme estátua do deus Hélios que marcava a entrada do porto da ilha grega de Rodes. Foi destruído por um terremoto em 226 a.C.

275 a 272

Roma Antiga

Romanos derrotam Pirro e ocupam Tarento.

273 a 232

Índia

Reinado de Asoka, o mais importante imperador da Dinastia Mauria (322 a 185). Converteu-se ao Budismo e enviou várias missões para pregar esta nova fé em outros países da Ásia. Foi através de uma destas missões que o Budismo chegou à China (c. 250).

c. 272

Roma Antiga

Roma já domina toda a Península Itálica com exceção da região norte.

264 a 146

Roma Antiga / Cartago

Guerras Púnicas: Depois do domínio da Península Itálica, Roma parte para as conquistas externas. Seu primeiro alvo foi a cidade de Cartago, antiga colônia fenícia no norte da África, que despontava como uma potência militar e econômica no Mediterrâneo. Sobrevieram, então, as três guerras púnicas que se estenderam por mais de cem anos (264 a 146 a.C.)

O termo "púnico" deriva da palavra latina "poenicus" (mais tarde, "punicus") que era como os romanos chamavam os cartagineses em referência à origem fenícia ("poeni") de Cartago.

264 a 241

Roma Antiga

Primeira Guerra Púnica: a causa principal desta disputa foi o domínio da ilha da Sicília. Em 241 a.C., Amilcar Barca, comandante cartaginês, assina a rendição que, além de indenização de guerra, exige a evacuação da Sicilia que passa para o controle de Roma. Com a vitória, os romanos assumem a supremacia naval no Mediterrâneo, aí incluindo as ilhas da Córsega e Sardenha.

Com a perda das ilhas mediterrâneas, Cartago desvia sua atenção para a Península Hispânica, que passa a ser uma importante fonte de recursos, principalmente minerais, para os cartagineses.

c. 250

Índia

Época provável em que o "Dhammapada", um dos principais livros sagrados do Budismo, teria sido escrito. O texto em páli (língua derivada do sânscrito) é composto de 423 versos.

c. 250

Egito Antigo / Civ. Hebraica

Ptolomeu II Filadelfo, faraó do Egito de 288 a 246 a.C., encomenda a sábios judeus a tradução da Torá (cinco primeiros livros do Velho Testamento) para o grego a fim de constar da famosa biblioteca de Alexandria. A versão ficou conhecida como "septuaginta" (setenta, em latim) por ter sido elaborada por cerca de setenta rabinos.

Diz a tradição que teriam sido 72 rabinos, ou seja, seis rabinos de cada uma das doze tribos judaicas. A Septuaginta foi usada por judeus que falavam grego e serviu de base para muitas traduções da Bíblia.

c. 221 a 206

China

Qin Shi Huangdi torna-se o primeiro imperador de uma China unificada após vencer seis reinos rivais que lutavam pela supremacia (Período dos Estados Guerreiros), dando início à dinastia Qin.

c. 220

China

Começa a construção da Grande Muralha da China com objetivo de proteger a fronteira norte do país totalmente exposta aos ataques dos mongóis.

Muralha da China é constituída por vários segmentos construídos por diferentes dinastias ao longo de quase dois mil anos.

218

Espanha

Anibal Barca, general cartaginês filho de Amilcar Barca, ataca e sitia a colônia grega de Sagunto, no leste da Espanha, cidade aliada de Roma. Esse fato vem a desencadear uma nova guerra entre Roma e Cartago: a Segunda Guerra Púnica (218 a 202).

Esse novo conflito teve origem na Espanha (então chamada de Hispânia) e por causa dela: os romanos, após a vitória obtida na Primeira Guerra Púnica, consideraram uma afronta a tentativa dos cartagineses de reconstituírem o seu império a partir daquela província. Essa segunda guerra, que durou mais de 16 anos, teve como fato mais marcante a célebre campanha militar do general cartaginês Anibal Barca se deslocando da Península Ibérica até a Itália.

abril, 218

Roma Antiga / Cartago

Tem início a famosa campanha de Anibal Barca rumo à Península Itálica. Partindo da cidade de Cartagena, na Espanha, com um exército de infantaria, cavalaria e um contingente de elefantes, Anibal atravessa a Gália e os Alpes e penetra em território italiano, onde sai vitorioso em muitas batalhas contra os romanos, sendo as principais: Trébia (dezembro de 218); Lago Trasimeno (junho de 217) e Canas (agosto de 216).

204

Roma Antiga / Cartago

General romano Públio Cipião, depois chamado de Cipião, o Africano parte para o norte da África com objetivo de atacar Cartago e assim atrair Aníbal.

outubro, 202

Roma Antiga / Cartago

Batalha de Zama: Anibal, retornando à África para reforçar a defesa de Cartago, acaba derrotado por Cipião. Aos cartagineses é imposta uma paz humilhante: são obrigados a entregarem sua esquadra e a província da Espanha aos romanos, além de terem de pagar pesada indenização.

201

Roma Antiga

Após derrotarem Cartago pela segunda vez, os romanos empreendem campanha para a conquista de toda a Península Ibérica, mas encontram feroz resistência por parte dos povos locais: celtiberos e lusitanos.

Não se conhece muito sobre a história da Península Ibérica nos séculos anteriores à era cristã. Sabe-se que, inicialmente, era habitada pelos iberos, povo pacífico dedicado à agricultura. Em um dado momento (possivelmente entre os séculos 8 e 6 a.C.), os iberos passaram a conviver com tribos celtas que chegaram à região em grande quantidade. A fusão dos dois grupos deu origem aos chamados celtiberos, os quais compartilhavam o território com os lusitanos, outro povo celta. Até a chegada dos romanos, a Península, principalmente seu litoral, foi colonizada por povos navegadores como feníciosgregos e, mais tarde, cartagineses. Sob o domínio romano, toda a Península Ibérica passou a ser a denominada Hispânia.

c. 210

China

Época em que foram esculpidas e enterradas as mais de 8 mil figuras, em tamanho natural, de homens e cavalos do chamado Exército de Terracota, também conhecidas como Guerreiros de Xian ou Exército do Imperador Qin. Estão localizadas próximo ao mausoléu do imperador Qin na cidade de Xian.

200 a 31

Roma Antiga

Roma conquista todos os antigos reinos e territórios que faziam parte do império de Alexandre.

197 a 158

Pérgamo

Reinado de Eumenes II: entre suas realizações está a construção de uma fabulosa biblioteca na cidade de Pérgamo que só perdia em importância para a biblioteca de Alexandria.

Pérgamo era uma cidade de cultura grega localizada na Anatólia (atual Turquia), próximo ao mar Egeu, sendo a capital do reino de mesmo nome. No início do Cristianismo, Pérgamo abrigava uma promissora comunidade cristã destinatária de uma das sete cartas enviadas pelo apóstolo João e registradas no livro de Apocalipse (as outras são: ÉfesoEsmirnaFiladélfiaLaodiceiaSardes e Tiatira)

Conta-se que o faraó Ptolomeu VI temendo que a biblioteca de Pérgamo pudesse vir a ofuscar o brilho da de Alexandria teria mandado suspender a exportação de papiro, o material mais usado na época para a confecção de livros. Os habitantes de Pérgamo buscaram então uma alternativa ao papiro e a encontraram em peles de animais, geralmente cabras ou ovelhas, preparadas para servir de suporte para a escrita. Teria surgido assim o pergaminho, palavra derivada do nome daquela cidade. Embora interessante, a veracidade deste fato é, hoje em dia, contestada por muitos estudiosos.

167

Civ. Hebraica

Rei selêucida Antíoco IV Epífanes toma Jerusalém, invade o Templo e saqueia seus tesouros. Nessa ocasião publica um édito que proibe a prática do judaísmo, começando uma campanha de helenização do povo judeu, inclusive com a construção de uma estátua do deus grego Zeus no Templo!

dinastia selêucida foi fundada por Seleuco Nicator, general de Alexandre, o Grande, que na partilha do império alexandrino ficou com a Pérsia e a Mesopotâmia.

167 a 164

Civ. Hebraica

Revolta dos MacabeusMatatias, sacerdote do Templo, juntamente com seus cinco filhos e um grupo de judeus fiéis às tradições, dão início a uma revolta armada contra os selêucidas. Com a morte de Matatias, seu filho Judas Macabeu assume o comando das forças revoltosas. Após dois anos de luta, Macabeu sai vitorioso (164 a.C.), obrigando o rei Antíoco a revogar o édito. O Templo que havia sido profanado pelos selêucidas é purificado, culminando com uma grande festa que passa a ser comemorada anualmente, a festa de Hanukah, palavra que significa "dedicação" ou "consagração" em hebraico. Estabelece-se a dinastia macabeu, também chamada de hasmoneana, que governou Israel até a conquista pelos romanos em 63 a.C.

Nessa época, surgem três seitas entre os judeus: os saduceus, oriundos das altas classes sacerdotais e que apoiavam a dinastia dos macabeus; os fariseus, sem dúvida a facção mais influente, que achavam ser melhor viver sob um regime estrangeiro do que sob um mau governo judeu e os essênios, que não aceitavam as posições helenizantes do governo e se mudaram para o deserto, próximo ao Mar Morto, constituindo uma comunidade de hábitos ascéticos.

150 a 146

Roma Antiga

Terceira Guerra Púnica. A recuperação econômica de Cartago passa a incomodar os romanos, que buscam, então, um pretexto para destruí-la. A ocasião surge quando Cartago reage contra algumas incursões da Numídia (antigo reino do norte da África, localizado aproximadamente onde hoje está situada a Argélia) em seu território. Roma considera esse fato uma violação do tratado de paz assinado por Cartago e envia um exército, comandado por Cipião Emiliano, para atacar Cartago. A cidade foi sitiada e resistiu durante cerca de três anos ao cerco romano. Ao final, os próprios cartagineses atearam fogo à cidade. Cartago foi totalmente destruída e, segundo a lenda, foi salgada para que nela nada crescesse. Roma transformou Cartago na Província da África.

No senado romano, havia um senador, Catão, o Antigo que sempre terminava seus discursos com a frase: "Delenda est Carthago", isto é, "Cartago deve ser destruída".

146

Grécia Antiga

Batalha de Corinto: romanos sitiam e destroem a cidade de Corinto, fato que marca o fim da independência política da Grécia.

139

Roma Antiga / Península Ibérica

Viriato, chefe dos lusitanos, é traído e assassinado. Seu povo ainda continua a luta contra os romanos até cerca de 60 a.C.

133

Roma Antiga / Península Ibérica

Numância, capital dos celtiberos, é tomada pelos romanos, comandados por Cipião Emiliano, após um cerco de 8 meses.

133

Roma Antiga

Átalo, rei de Pérgamo, lega seu reino aos romanos que formam, então, a Província da Ásia.

133 a 27

Roma Antiga

Período conturbado da história romana com guerra civil que desintegra a República e dá origem ao Império. Pode-se dividir esse período em cinco etapas: reformas sociais de Tibério e Caio Gracogovernos de Mário e Silaprimeiro triunviratoditadura de Júlio César e segundo triunvirato.

133 a 132

Roma Antiga

Tibério Graco, ao ser eleito tribuno da plebe em 133 a.C., propõe uma reforma agrária proibindo a existência de latifúndios. A ala conservadora do Senado veta a aprovação dessa lei e busca pretexto para afastá-lo. Quando fica claro que Tibério seria reeleito como tribuno, seus inimigos partem para a violência e o assassinam próximo ao Capitólio em 132 a.C.

123 a 121

Roma Antiga

Caio Graco, herdeiro político das idéias de seu irmão Tibério Graco, é eleito tribuno da plebe em 123 a.C. e inicia um programa político semelhante ao de seu irmão. Reeleito em 122 a.C. continua sofrendo pressões dos conservadores do Senado. Em 121 a.C. é derrotado (talvez, devido a fraudes no processo de eleição) e nada pode fazer para impedir que os novos cônsules revoguem suas iniciativas. Esse fato desencadeia um conflito social. O Senado declara-o inimigo da República. Seus aliados são dizimados. Caio, perseguido pelos membros aristocratas do Senado, comete suicidio.

O fracasso das reformas dos irmãos Graco agravou a crise social de Roma acarretando uma grave guerra civil. Surgem, então, dois governos ditatoriais de militares: Mário (107 a 86 a.C.) e, posteriormente, Sila (82 a 79 a.C.)

107 a 86

Roma Antiga

Governo de Mário: Após uma bem sucedida campanha militar contra a Numídia (reino no norte da África, atual Argélia), o general Mário (Caio Mário) é eleito cônsul em 107 a.C. Reforma o exército estabelecendo o pagamento de soldo aos militares, o que vem a possibilitar a criação de um exército profissional, fundamental para as futuras conquistas dos romanos a partir de Júlio César. Reelege-se cônsul seis vezes, o que violava a constituição da República. A partir de 88 a.C., Sila (Lúcio Sulla), antigo aliado, passa a disputar o poder com Mário.

106 a 43

Roma Antiga

Vida de Cícero, político, escritor e orador romano, famoso pelos seus discursos, entre eles, as "Catilinárias" contra o político Catilina ("até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?") e as "Fílipicas" contra Marco Antônio.

102 e 101

Roma Antiga e Povos Bárbaros

Várias tribos germânicas (cimbrosteutõesmarcomanos) impõem fragorosa derrota ao exército romano no norte da Itália. General Caio Mário assume o comando do exército e derrota os teutões na Gália Transalpina em 102 e os cimbros na Gália Cisalpina em 101.

88 a 80

Roma Antiga

Governo de Sila: Sila (Lúcio Sulla) é eleito cônsul e recebe do Senado a chefia da guerra contra Mitridades, rei do Ponto (reino na costa sul do Mar Negro, parte da atual Turquia). Como Mário ambicionava esse comando decide enfrentar seu antigo aliado. Sila, então, à frente de algumas de suas legiões toma Roma em 88 a.C. obrigando Mário e seus seguidores a fugir. Depois de vencer Mitridades, Sila retorna à Itália em 82 a.C. e em 81 a.C. torna-se ditador. Seu governo fortalece o Senado e restaura o prestígio dos patricios, limitando o poder da plebe. Em 79 a.C. abdica de seus cargos e se retira da vida pública.

74 a 73

Roma Antiga

Revolta de Spartacus: escravos comandados por um gladiador originário da Trácia (antiga região localizada entre a Grécia e as atuais Bulgária e Turquia), chamado Spartacus, se rebelam no sul da Itália. Após três expedições militares fracassadas, Roma envia o general e político Marco Crasso para combater os revoltosos. Os escravos que conseguiram sobreviver ao ataque das forças de Crasso foram presos e crucificados. Diz a tradição que foram cerca de seis mil escravos supliciados ao longo da Via Ápia, em Roma. Spartacus teria sido morto no próprio campo de batalha.

70

Roma Antiga

Pompeu e Crasso assumem o consulado.

65 a 8

Roma Antiga

Vida de Horácio, um dos mais importantes poetas latinos. É de sua autoria o famoso verso "carpe diem ..." "aproveita o dia de hoje; não te fies no amanhã".

63

Civ. Hebraica

General romano Pompeu Magno, chamado para pôr fim a uma guerra civil entre dois irmãos da dinastia hasmoneana, toma Jerusalém. A partir daí, a Palestina (nome que os romanos davam à região) passa a ser uma província romana.

59 a 53

Roma Antiga

Primeiro Triunvirato Romano: aliança política informal entre os generais e políticos Júlio César (cônsul em 59 a.C.), Pompeu Magno e Marco Crasso (que havia vencido a revolta de Spartacus). Esse governo dura até a morte de Crasso, em 53 a.C., quando Júlio César e Pompeu se tornam inimigos.

59 a.C. a 17 d.C.

Roma Antiga

Vida de Tito Livio, historiador latino que escreveu "Desde a Fundação da Cidade" ("Ab Urbe Condita"), famosa História de Roma abrangendo o período que se estende da fundação da cidade até ao reinado de César Augusto.

58 a 52

Roma Antiga

Guerras da Gália: nome atribuído ao conjunto de expedições militares e batalhas em que os romanos, liderados por Júlio César, lutaram contra tribos celtas e germânicas, na região da Gália (aproximadamente, os territórios das atuais França e Bélgica). Nesse período, as legiões de Roma derrotaram os helvécios, os suevos e os belgas. Após a vitória final, a Gália passou a ser uma das principais províncias romanas.

A maior parte das informações conhecidas sobre essas guerras foram extraídas do livro "De Bello Gallico" (Comentários sobre as Guerras da Gália), escrito pelo próprio Júlio César.

55 a 54

Roma Antiga

Expedições romanas à Britânia (nome dado pelos romanos à Ilha da Grã-Bretanha): legiões de Júlio César atravessam duas vezes o Canal da Mancha para lutar contra a tribo celta dos bretões. Essas duas expedições (55 e 54 a.C.) não foram de conquista, visto que os romanos logo retornaram à Gália. Talvez tenham sido apenas punitivas (os bretões apoiavam tribos celtas inimigas de Roma, no oeste da Gália) ou somente visando ao reconhecimento do território.

52

Roma Antiga

Júlio César derrota uma confederação de tribos celtas comandada pelo chefe gaulês Vercingetorix na célebre Batalha de Alésia, marcando o fim das Guerras da Gália (58 a 52 a.C.)

51 a 30

Antigo Egito

Reinado de Cleópatra VII, última rainha do Egito. Em diferentes momentos, reinou conjuntamente com seu pai Ptolomeu XII, seu irmão Ptolomeu XIII, seu irmão e marido Ptolomeu XIV e seu filho Ptolomeu XV. Foi amante de Júlio César de quem teve um filho, Ptolomeu XV, conhecido como Cesarion (pequeno césar). Depois da morte de Júlio César (44 a.C.), tornou-se amante de Marco Antônio, um dos três membros do triunvirato que sucedeu a Julio César.

50

Roma Antiga

Senado, liderado por Pompeu Magno, ordena o regresso de Julio César e a desmobilização de suas tropas.

10 de janeiro, 49

Roma Antiga

Júlio César atravessa o rio Rubicão, no norte da Itália, desafiando Pompeu Magno e o Senado. Diz a tradição que ao cruzar o rio, limite de seu território, teria dito "Alea jacta est" ("A sorte está lançada"), ou seja, a decisão estava tomada e não pretendia retroceder. Tem-se início, então a guerra civil que levaria ao fim da República.

agosto 48

Roma Antiga

Júlio César derrota Pompeu Magno e seus aliados na Batalha de Farsália, na Grécia. A vitória de Júlio César enfraquece o Senado e fortalece sua posição na República.

29 de setembro, 48

Roma Antiga

Ao chegar a Alexandria, no Egito, para onde fugira, Pompeu Magno é assassinado e decapitado por ordem de Potino, regente do faraó Ptolomeu XIII, que pretendia com isso ganhar a simpatia do vitorioso Júlio César.

Quando Julio César chegou a Alexandria, poucos dias depois, foi-lhe apresentada a cabeça de Pompeu, fato que o horrorizou. Ordenou, então, a localização do corpo de Pompeu para dar-lhe um digno funeral romano. O faraó e seu regente não atentaram para o fato de que Júlio César estava concedendo anistia a todos os seus inimigos, aliados de Pompeu, como fizera com Cícero, Cássio e Brutus.

outubro, 48

Roma Antiga

No Egito, Júlio César passa a interferir na política do país, colocando no trono Cleópatra VII, irmã e esposa de Ptolomeu XIII.

Cleópatra se torna amante de Júlio César e deste envolvimento amoroso, nasce um filho: Ptolomeu XV, chamado de Cesarion.

47 a 45

Roma Antiga

Júlio César retoma as províncias ainda sob controle dos aliados de Pompeu, na Ásia, África e Espanha. Ao derrotar Farnaces, rei do Ponto, Júlio Cesar escreve uma carta a um amigo, dizendo a célebre frase: "Veni, vidi, vici" ("Vim, vi, venci").

46

Roma Antiga

Depois de ter sido cônsul por cinco vezes, Júlio César é nomeado ditador por dez anos.

45

Roma Antiga

Senado romano concede a Julio César o cargo de ditador perpétuo.

A oposição do Senado a Júlio César se inicia quando este, já possuindo poder vitalício, passa a almejar que seu cargo fosse hereditário, configurando uma nova monarquia. Esta mudança política era vista pelo Senado como uma traição, já que, no passado, a monarquia havia sido abolida.

15 de março, 44

Roma Antiga

Assassinato de Júlio Cesar: chamado ao Senado, Júlio César é apunhalado por um grupo de senadores que julgavam estar defendendo a República. À frente desses conspiradores estavam dois protegidos de Júlio César: Marco Brutus e Caio Cassius. Segundo a tradição, suas últimas palavras foram: "Até tu, Brutus?".

43 a.C. a 17 d.C.

Roma Antiga

Vida de Ovídio, poeta latino que escreveu entre outras obras, "A Arte de Amar" e "Metamorfoses". No ano 8 foi banido de Roma por César Augusto por motivos nunca devidamente esclarecidos, embora oficialmente se dizia ter sido devido à imoralidade do livro "A Arte de Amar".

agosto, 43

Roma Antiga

Otávio, sobrinho-neto de Julio César e seu herdeiro político, é investido como cônsul e muda seu nome para Caio Júlio César Otaviano, passando a ser conhecido também como Otaviano e, futuramente, César Augusto.

final de 43

Roma Antiga

Segundo TriunviratoOtávioMarco Antônio (general amigo de Júlio César) e Lépido formam um novo triunvirato para governar as províncias romanas.

outubro, 42

Roma Antiga

Batalha de Filipos: legiões do triunvirato derrotam as forças republicanas comandadas por Marco Brutus e Caio Cassius, dois dos principais conspiradores contra Júlio César. Após a derrota, Brutus e Cassius se suicidam.

37

Roma Antiga

Marco Antônio se casa com Otávia, irmã de Otávio.

37 a 4 a.C.

Civ. Hebraica

Reinado de Herodes, o Grande. Apesar de ter sido indicado como rei da Judeia por Marco Antônio, Herodes teve seu poder confirmado pelo novo imperador César Augusto quando este assumiu o trono do império romano em 27 a.C.. O principal feito do governo de Herodes foi ter dado início à reconstrução do Templo de Jerusalém.

Objetivando obter a plena aceitação do povo para a obra, Herodes ordenou que fossem seguidas rigorosamente a planta e as dimensões originais prescritas na Torá (cinco primeiros livros da Bíblia ou Pentateuco) como reveladas por Deus a Moisés. Apesar de extremamente cruel em certas ocasiões, Herodes foi muito bem aceito pelo povo devido à reconstrução do Templo que ficou conhecido como o Segundo Templo, embora fosse, na verdade, o terceiro templo. Herodes não chegou a ver a conclusão da obra que levou cerca de 80 anos para ser concluída.

33

Roma Antiga

Fim do Segundo Triunvirato: Marco Antônio termina o matrimônio com Otávia e se casa com Cleópatra, rainha do Egito. Em consequência, passa a apoiar as pretensões de Cleópatra em fazer de seu filho com Júlio César, Ptolomeu XV, Cesarion, o legítimo sucessor do ditador assassinado, e não Otávio que havia sido designado pelo próprio Júlio César. Otávio e Marco Antônio entram em guerra.

2 de setembro, 31

Roma Antiga

Batalha Naval de Ácio (Actium, na Grécia): A esquadra de Marco Antônio, apoiada pelos navios da rainha Cleópatra, é derrotada pela frota de Otávio.

30

Antigo Egito

Otávio invade o Egito. Cleópatra e Marco Antônio se suicidam. Cesarion, filho de Júlio César e Cleópatra, é assassinado. O Egito se torna uma província romana.

29

Roma Antiga

Otávio retorna triunfalmente a Roma.

27

Roma Antiga

Senado concede a Otávio o título de Augusto, até então só atribuído aos deuses. Esse fato marca, por convenção histórica, o fim da República e o início do Império Romano. A História passa a se referir a Otávio (Otaviano) como César Augusto e o título César passa a ser equivalente a Imperador.

O início do Império foi de relativa estabilidade, sendo por isso denominado de "Pax Romana". Esse período dura até o fim do governo do imperador Marco Aurélio em 180 d. C., a partir de quando começa a lenta decadência do Império, solapado por crises internas e atacado externamente pelas tribos bárbaras. Em 476 d.C., o imperador Rômulo Augústulo é deposto por um chefe bárbaro, marcando oficialmente o fim do Império.

27 a.C. a 14 d.C.

Imp. Romano

César Augusto, com seus amplos poderes, realiza profundas reformas no cenário político, social e econômico de Roma. Inaugura a dinastia Júlio-Claudiana que se estende até o ano de 68 d.C.

Além de César Ausgusto, essa primeira dinastia foi formada por mais quatro imperadores: TibérioCalígulaCláudio e Nero.

19

Imp. Romano

Publicação do poema épico "Eneida", uma das principais obras da literatura latina, escrito pelo poeta romano Virgílio (70 a 19 a.C.).

4

Civ. Hebraica

Morte de Herodes, o Grande. Seu filho Arquelau assume o trono.

c. 7 a 4 a.C.

Cristianismo

Período mais provável do nascimento de Jesus Cristo, em Belém, na Judéia.

 

 

15 Lição: Como foi escrito o N.T. e em que língu

 

Edições paleo-cristãs da Bíblia

Pergaminhos

O códice como livro A análise dos 172 manuscritos bíblicos e dos fragmentos gregos dos primeiros quatro séculos conduziu aos seguintes resultados: 158 provinham de códices, ou seja, da forma de livro que hoje conhecemos, e apenas 14 de pergaminhos (C.H. ROBERTS - T.C. SKEAT, Birth, 38-44). O que é que isto tem de estranho? Até ao século II d.C., o pergaminho era a capa de livro por excelência para os textos literários. O códice, pelo contrário, documentado a partir do século I, atesta a difusão da literatura de consumo. Só no século IV d.C. é que as duas formas se tornaram equivalentes, antes de, no século V, o códice - provavelmente sob influência cristã - se tornar o invólucro decisivo para os textos literários. Os pergaminhos são constituídos por folhas de papiro ou pergaminho coladas umas às outras, formando uma longa tira. O texto é escrito em colunas. Para ler um pergaminho, estende-se e rola-se uma parte de cada vez da esquerda para a direita, movendo as mãos em paralelo para passar de uma coluna para outra com os olhos. O maior pergaminho conservado da Antiguidade vem do Egipto (1150 a.C.) e tem 40,5 metros de comprimento; o pergaminho do templo-biblioteca de Qumran, no Mar Morto, mede 8,2 metros. Diz-se que o Simpósio de Platão foi escrito num rolo de cerca de 7 metros (H. BLANK 75-86). Completamente diferente é o códice (do latim codex, "tronco de uma árvore"). Folhas individuais de papiro, e a partir do século IV também folhas de pergaminho, são dobradas e cosidas com um fio na linha de dobra. Estes "cadernos" podem ser cosidos no verso na quantidade desejada. O "livro" assim formado - ao contrário do pergaminho - é protegido por uma encadernação sólida (H. BLANK 86-96).

Membranae

Os precursores do códice são os chamados membranae, uma espécie de caderno de notas constituído por algumas folhas de papiro fixadas umas às outras. Muito difundidas sobretudo na área cultural romana (cf. Quintiliano, Inst Or X 3.31s.) - em grego não há nome para elas -, eram utilizadas para tomar notas na escola, bem como para documentos públicos e particulares. Se vários destes cadernos forem cosidos e dotados de uma encadernação, temos diante de nós um códice, ou seja, a forma que, ao longo do tempo, foi também utilizada para os textos literários. As primeiras tentativas neste sentido podem ser observadas no final do século I. Na edição, isto marcou de facto uma espécie de revolução, comparável ao que aconteceu no final do século XIX com os populares volumes amarelos da editora Reclam, que eram uma alternativa às edições dos clássicos com encadernações finas. Mais uma vez, foi necessário algum tempo para que a nova forma de "brochura" se tornasse aceitável para os textos literários. O poeta latino Marcial (38/41-103/104 d.C.) compôs um texto publicitário especial - e evidentemente necessário - quando os seus epigramas apareceram numa nova edição (84-86 d.C.) sob a forma de códice. Para atrair os leitores a adquiri-los, apela sobretudo à maneabilidade e à transportabilidade do formato (Ep I,2).

Codices

Mas foi só no século V que o códice se tornou a forma de livro óbvia, mesmo para os textos literários. Pois bem, as Escrituras cristãs apresentam-se desde o início sob a forma de códices. Os vestígios de costura deixados nos papiros testemunham-no ainda hoje. Há muitas conjecturas sobre as razões pelas quais os cristãos - distinguindo-se das convenções editoriais do seu tempo - recorreram ao códice para as suas Escrituras sagradas. Talvez as razões sejam muito mais simples e, ao mesmo tempo, nos falem do locus sociológico da produção do livro: a escrita de muitos manuscritos cristãos - é este o juízo dos especialistas - é menos profissional do que a da maior parte dos pergaminhos da literatura grega. Quase todos os manuscritos do cristianismo primitivo "são obra de homens que, embora familiarizados com a escrita, não estão habituados a escrever livros. E, apesar dos seus esforços para serem tão 'literários' quanto possível, traem a prática documental com que estão mais familiarizados" (C. H. RoBERTS, Book, 26). Entre elas, o facto de os números serem escritos com uma letra sobreposta, ou seja, A = l; B = 2, etc., o que é habitual nos documentos jurídicos e nos actos oficiais; nas transcrições de textos literários clássicos, pelo contrário, os números são escritos por extenso em letras (A.R. MILLARD, Pergament, 67). Por outras palavras: a produção de livros cristãos refere-se a pessoas que trabalham na administração, nos escritórios públicos da "burocracia" urbana ou nos escritórios privados de comerciantes grossistas ou juristas. Para a reprodução das Escrituras cristãs, recorrem à prática (~ 1.2.2) e ao material que lhes é familiar, ou seja, precisamente os cadernos que - como a partir do final do século I se torna ocasionalmente o costume também para os textos literários - podem ser cosidos para se tornarem um códice (G.N. STANTON, ]esus, 178s:). Provavelmente, a diferença no material utilizado só foi notada mais tarde, mas nessa altura foi empregue como um sinal deliberado de distinção - tanto em relação às escrituras sagradas do judaísmo, que ainda estão escritas em rolos, como em relação aos textos pagãos, especialmente os relacionados com o culto (L.W. HURTADO, Artifocts, 80).

A este respeito, é muito elucidativo o facto de os pergaminhos também terem sido usados na vida literária cristã nos séculos II e III d.C., mas não para textos que os cristãos consideravam ser as suas Escrituras sagradas, mas sim para tratados patrísticos (Ireneu, Haer) ou textos litúrgicos, por exemplo (a documentação relevante pode ser encontrada em L.W. HURTADO, Artifocts, 55.57).

Grego antigo

O grego pertence, tal como o latim e o sânscrito (antiga língua sacerdotal indiana), à família das línguas indo-europeias. Comparando várias línguas faladas, algumas já em tempos muito remotos, em quase toda a Europa e numa parte da Ásia (especialmente na Índia e na Pérsia), os linguistas descobriram a sua afinidade e, por conjetura, chegaram a reconstruir, nos seus traços fundamentais, o antepassado comum, ao qual deram o nome de indo-europeu.

Indo-europeu

Trata-se, mais do que de uma língua única, de um grupo de dialectos aparentados, falados, na pré-história, por diferentes tribos instaladas num território cujas fronteiras, embora vastas, não são fáceis de determinar (talvez a Europa centro-oriental); a partir daqui, desde o final do terceiro milénio a.C., o indo-europeu-espanhol é um dos idiomas mais importantes, os povos de língua indo-europeia enxamearam, em várias vagas sucessivas, em direção às suas sedes históricas, onde, também devido ao contacto com as línguas locais, as suas línguas se tornaram ainda mais distintas, mas preservando sempre os sinais evidentes do parentesco original (basta pensar numa palavra muito comum como "pai": Sànscrito pita'r-, grego πατήρ [lê-se patèr], latim pater etc.), pelos aqueus, de língua indo-europeia; encontraram na ilha de Creta a florescente civilização minóica, e precisamente da fusão destas duas culturas nasceu a civilização micénica, cantada por Homero na Ilíada. Mais tarde (talvez por volta de 1100 a.C.), a Grécia sofreu outra invasão destruidora, a dos dórios, cuja língua era igualmente não-europeia.

Grego pré-histórico

O grego pré-histórico original deve ter sido uma língua relativamente unificada (grego comum), mas, em contacto com os idiomas indígenas e devido a acontecimentos históricos subsequentes, fragmentou-se em vários dialectos (jónico, ático, eólico, dórico, etc.), documentados por inscrições e textos literários. No entanto, os dialectos literários são frequentemente muito artificiais e distantes do uso falado real: assim, por exemplo, os poemas homéricos são escritos numa língua composta, de base jónica, mas rica principalmente em eolismos.

Grego clássico

Também hoje estudamos, nas nossas escolas clássicas, o dialeto ático, ao qual damos o nome de grego, ou língua grega, sem dúvida, devido à excelência das obras dos grandes prosadores da época de Péricles (séc. V a.C.) que escreviam nesse dialeto. C.) que escreveram nesse dialeto, como o filósofo Platão e os historiadores Tucídides e Xenofonte. O ático é precisamente o grego que encontrará descrito neste livro; depois de ter dominado o dialeto ateniense nos dois primeiros anos de estudo, lerá, no entanto, textos noutros dialectos nos anos seguintes.

Coiné

 A língua comum, ou coiné (ή κοινή διάλεκτος), baseada no ático mas sem as características mais típicas desse dialeto, não só para a Grécia, mas para todo o mundo mediterrânico como língua de comunicação e cultura. Os desenvolvimentos posteriores do grego bizantino (ou seja, medieval) e moderno derivaram essencialmente da cunhagem, mas uma importante corrente literária, o chamado Atticismo, permaneceu fiel ao mais puro Atticismo do século V durante séculos.