Uma outra questão crucial nesta dimensão é a das trocas entre etnógrafo e informantes. Sabendo-se de antemão que as partilhas serão desiguais em virtude de cada uma das partes ter coisas bastante diferentes a oferecer, há quem opte por “profissionalizar” a relação, atribuindo gratificações monetárias aos sujeitos que participam na pesquisa (cf. Dunlap & Johnson, 1999), e há quem nitidamente prefira outro tipo de intercâmbios, como a realização de favores do dia-a-dia (Adler, 1993), a prestação de apoio em situações de conflito com a lei (Irwin, 1972; Adler, 1993), a simples escuta do outro

 

Through candid discussions with young and old Nicaraguans, men and women, Lancaster constructs an account of the successes and failures of the 1979 Sandinista Revolution, documenting the effects of war and embargo on the cultural and economic fabric of Nicaraguan society. He tracks the break up of families, surveys informal networks that allow female-headed households to survive, explores the gradual transformation of the culture of machismo, and reveals a world where heroic efforts have been stymied and the best hopes deferred. This vast chronicle is sustained by a rich theoretical interpretation of the meanings of ideology, power, and the family in a revolutionary setting

 

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    Em primeiro lugar, importa assinalar que um   método de investigação (como a etnografia) não deve ser confundido com uma técnica de recolha ou tratamento dos dados: estas últimas são conjuntos relativamente estáveis e padronizados de procedimentos de auscultação e medição do real que recorrem a suportes instrumentais também relativamente estandardizados. O método, por sua vez, tem um carácter menos concreto, menos palpável. De acordo com de Bruyne et al (1991: 27), o método é "uma praxiológica da produção dos objectos científicos" (objecto científico entendido como grelha teoricamente construída que simultaneamente permite a leitura e a constituição da realidade). O método debruça-se assim tanto sobre os processos e os procedimentos de pesquisa como sobre os produtos criados através desses processos e procedimentos. Pode então ser entendido como o cimento que sustenta, pelo recurso do investigador às suas capacidades reflexivas e críticas, as diversas fases e dimensões da pesquisa - da articulação teoria-prática à selecção das técnicas e análise de dados

 

 

 

O carácter reflexivo da investigação em sociologia, cada vez mais reconhecido e salientado pela comunidade científica da disciplina, significa que quem investiga faz parte do mundo que analisa e que o produto do seu trabalho é indesligável do modo da sua produção.Daqui decorre a impossibilidade de, contrariamente à crença positivista, o investigador poder exprimir as suas observações numa linguagem neutra. Significa igualmente que, ao contrário do que supunha um naturalismo empirista ingénuo, o investigador não pode assumir que a sua presença nos settings naturais lhe permite o acesso à realidade “tal como ela é”. O reconhecimento do carácter reflexivo da investigação exige assim que o cientista analise o seu papel e a sua prática no contexto da pesquisa que está a desenvolver.
Esta concepção de pesquisa afigura-se então indissociável de uma dada noção de objectividade. Neste sentido, objectividade não significará uma correspondência de verdade entre os dados da pesquisa e uma realidade externa que eles supostamente traduzem. Objectividade significará sim o fornecimento de material e argumentos que permitam compreender o processo de produção da pesquisa e os dados gerados através desse processo. Só assim se pode objectivar, isto é, dar conta de qualquer noção útil para a constituição de uma imagem compreensível do mundo.
Esta é uma visão do método e da actividade científica distinta daquela que tem a sua origem no quadro epistemológico em que o produto é sinónimo de conhecimento e o processo pouco significativo, em que o método se arrisca a ser reduzido a uma espécie de receita ou subjugado a uma tecnologia, burocratizando-se e esvaziando-se de conteúdo, passando a ser apenas forma - ou formato, como acontece em tipos estereotipados de research-design (cf. De Bruyne et al, 1991: 30-31).
O método etnográfico, por seu lado, tende a inverter a lógica do design estereotipado, pois conforme bem assinalam Hammersley e Atkinson não é possível determinar a priori o curso de uma etnografia, sendo o trajecto da pesquisa constantemente redefinido (1983: 28). Procurando constantemente a integração das diferentes fases da pesquisa com o seu enquadramento teórico e epistemológico, abrindo o investigador à possibilidade de ser surpreendido em virtude de o método ser ordenado em função do real e não o real em função do método (Fernandes, 1998: 29), promovendo a transformação pessoal do investigador através da

 

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