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Especificar os termos é muito importante porque trata-se de uma disciplina aplicada à pesquisa antropologica.
Continuamos com a lição precedente especificando a tarefa dos antropologos na pesquisa do campo.
Investigadores devem estar cientes de que poderiam encontrar problemas éticos em cada passo e envidar todos os esforços para identificar antecipadamente potenciais conflitos.
Aula do dia 13 de Março
Apresentação
A semiologia é uma ciência que estuda todos os sistemas de signos na vida social. O termo tende a ser usado como sinónimo de semiótica embora os especialistas façam algumas distinções entre ambos.
Pode-se dizer que a semiologia trata de todos os estudos relacionados com a análise dos signos, quer linguísticos (vinculados à semântica e à escrita) quer semióticos (signos humanos e da natureza).
O Suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913) foi um dos principais teóricos do signo linguístico, ao defini-lo como a associação mais importante na comunicação humana. Para Saussure, o signo é formado por um significante (uma imagem acústica) e um significado (a ideia principal que temos em mente em ralação a uma qualquer palavra).
O Americano Charles Peirce (1839-1914), por sua vez, definiu o signo como sendo uma entidade de três faces, com um significante (o suporte material), um significado (a imagem mental) e um referente (o objecto real ou imaginário ao qual o signo faz alusão).
De acordo com a semiologia, o signo linguístico tem quatro características fundamentais, que são a arbitrariedade, a linearidade, a imutabilidade e a mutabilidade.
Plano de Sumários
1 PARA UMA LÓGICA Da CULTURA.
Objeto de pesquisa
Os limites da investigação
a finalidade da teoria semióticaComunicação e/ou significado.
O domínio
definições de semiótica
A definição de Saussure
A definição de Peirce.
A inferência e o significadoSinais "natural"
Sinais involuntários.
O estímulo.
O sinal
As informações físicas
Duas hipóteses sobre a cultura.
A produção de instrumentos a utilizar.
A troca de bens.
A troca entre parentes
A Cultura como fenômeno semiótico.2 Significado e comunicação.
UM modelo comunicativo elementar .
Os sistemas e códigos
Os s-códigos, como estruturas .
Informação, comunicação, significado
As informações da fonte.
As informações de um s-código
A transmissão física de informações
A comunicação3 Teoria dos códigos
3.1 . A função semiótica
3.2 . Expressão e conteúdo.
3.3 . Conotação e Denotação
3.4 . Mensagem e texto
3.5 Conteúdo e referente .
3.5.1 A falácia referencial
3.5.2 . O Sinn e Bedeutung
3.5.3 . A falácia extensional
3.6 . O significado como unidade cultural .
3.7 . O interpretante
3.7.1 . A teoria de Peirce
3.7.2 . A variedade dos interpretesIntroduzione: Conceitos básicos
Semiologia é uma ciência que tem o seu começo ainda na antiguidade clássica
Semiologia é uma ciência que tem o seu começo ainda na antiguidade clássica e no contexto das ciências medicas se refere basicamente aos sinais patológicos que os médicos reúnem quando definem a diagnose do paciente.
Etimologicamente é uma palavra de origem grega sendo o primeiro elemento semeion que significa signo e o segundo elemento lógia que significa estudo.
Daí podemos definir que a semiologia é a ciência que estuda o sistema dos signos.
Esta ciência apareceu estruturada pela primeira vez no Curso de Linguística Geral de Ferdinand de Saussure, publicado pelos seus estudantes.
O termo foi usado por algum tempo na Europa, enquanto no mundo anglo-saxonico s designação foi e continua a ser semiótica e foi publicada como teoria geral dos signos pelo filosofo americano Charles Sanders Peirce
Definição
Def: A semiótica é a ciência dos signos e dos processos significativos (semiose) na natureza e na cultura
Escolas:
Várias escolas de semiótica preferem definições mais especificas e restritivas; muitas exigem que a semiótica se ocupe da comunicação humana
1) escola de Greimas
até se recusa a definir semiótica como uma teoria dos signos, postulando, ao contrário, defini-la apenas como uma teoria da significação.
2) Asemiótica propriamente dita iniciou com John Locke (1632-1704)
que, no seu Essay on human understanding, de 1690, postulou uma "doutrina dos signos" com o nome de Semeiotiké, ou com Johann Heinrich Lambert (1728-1777) que, em 1764, foi um dos primeiros filósofos a escrever um tratado específico intitulado Semiotik
3) A doutrina do signo,
que pode ser considerada como semiótica, compreende todas as investigações sobre a natureza dos signos, da significação e da comunicação
na história Platão e Aristóteles eram teóricos do signo e, portanto, semioticistas
Precursores
Galeno de Pérgamo
Na historiada medicina, o primeiro estudo diagnóstico dos signos das doenças, foi feito pelo médico grego Galeno de Pérgamo (139-199), por exemplo, referiu-se à diagnostica como sendo "a parte semiótica" (semeiotikón meros) da medicina.
Semiologia
No século XVIII a literatura médica também começou a empregar o termo sem(e)iologia como alternativa de semiótica, às vezes, com algumas variações de sentido. Naquela altura, a Semeiotica médica foi ampliada para incluir três ramos de investigação:
anamnéstiça,
estudo da história médica do paciente;
a diagnostica,
estudo dos sintomas atuais das doenças;
a prognóstica,
que trata das predições e projeções do desenvolvimento futuro das doenças.
John Wilkins
Entre os precursores encontramos John Wilkins (1614-1672), um dos pioneiros do desenvolvimento das ideias de criptografia, estenografia e de língua universal no século XVII, introduziu, no seu livro Mercury:or the secret and swift messenger, de 1641, o termo semaeologia para designar uma linguagem secreta por senhas ou gestos
Novo Dicionário Aurélio
define o termo semiótica também como «a arte de comandar manobras militares por meio de sinais, e não da voz»
Terminologia
A etimologia do nos remete ao grego semeíon, que significa "signo", e sema, traduzido por "sinal" ou também "signo".
Semio-, uma transliteração latinizada da forma grega semeio-, e os radicais parentes, sema(t)- e seman-, têm sido a base morfológica para várias derivações de vocábulos que dão nome às ciências semióticas. Além das formas semeioticae os rivais terminológicos da semiótica, tais como semiologia, semântica, sematologia, semasiologia, semologia
Semântica e semasiologia
são termos que hoje só se referem ao estudo das significações na linguística. Nos séculos XVII e XVIII, a semântica apresenta ainda sentidos semióticos mais gerais.
John Spencer
John Spencer (A discourse conceming prodigies, 1665), referiu-se à "semantick philosophy" como sendo o estudo das previsões do futuro por senhas
Sematology
é o título de um tratado semiótico que Benjamim Humphrey Smart publicou em 1831. KarI Búhler, o semioticista que influenciou a obra de Roman Jakobson, também empregou o termo sematologia, em 1934, para referir-se à teoria geral dos signos.
George Dalgamo
Foi o primeiro a usar esse termo na sua obra Ars signorum, de 1661, onde definiu sematologia como a doutrina dos signos artificiais
Semiotics,
na forma plural em inglês, é de origem relativamente recente. Charles Sanders Peirce (1839-1914) nunca a usou, preferindo semeiotic. O plural semiotics foi adotado em analogia com as demais formas plurais que, em inglês, denominam ciências, como linguistics, semantics, mathematics ou physics
Semiologia
Designa uma teoria geral dos signos.
Em 1659, o filosofo alemão Johannes Schulteus falou de uma doutrina geral dos signos e do significado, sob o título de Semiologia Metaphysiké.
De Saussure
No nosso século, o termo semiologia ficou ligado à tradição semeiotica fundada no quadro da linguística de Ferdinand de Saussure e continuada por semioticistas como Louis Hjelmslev ou Roland Barthes Sob essas influências, semiologia permaneceu durante muito tempo como o termo preferido nos países românicos, enquanto autores anglófonos e alemães preferiram o termo semiótica.
Alguns autores, porém, começaram a elaborar distinções conceituais entre semiologia e semiótica:
semiótica,
designando uma ciência mais geral dos signos, incluindo os signos animais e da natureza,
semiologia
passou a referir-se unicamente à teoria dos signos humanos, culturais e, especialmente, textuais
Louis Hjelmslev
Semiotica
É um sistema de signos com estruturas hierárquicas análogas à linguagem
Língua
Código de transito
Arte
Música
Literatura
Semiologia
Teoria geral, a metalíngua a metassemiotica desses sistemas que trata desses aspectos semióticos comuns a todos os sistemas
Roman Jakobson,
decidu adoptar semiotica como o termo geral do território de investigaçoes nas tradiçoes de semiologia e da semiótica geral
Platão (427-347)
Platão tratou de vários aspectos da teoria dos signos; definiu signo verbal, significação e contribuiu com ideias críticas para a teoria da escritura. O modelo platónico do signo tem uma estrutura triádica, na qual é possível distinguir os três componentes do signo:
- nome (ónoma, nomos)
- a noção ou ideia (eidos, lógos, dianóema)
- a coisa (prágma, ousía) à qual o signo se refere
Ideias, para Platão, são entidades objectivas que não somente existem na nossa mente, como
Também possuem realidade numa esfera espiritual além do individuo.
No diálogo Crátilo Platão investigou sobre a relação entre
- nome,
- ideias
- coisas
4 O sistema semântico
As oposições do conteúdo
subsistemas, campos, eixos
segmentação do campos semânticos
campos semânticos contraditórios
fisionomia do sistema semântico.
para compreender os problemas é necessário revisitar o contexto no qual aparece uma categoria
cada grande filósofo do passado (e do presente) elaborou, uma semiótica.
Não podemos entender Locke se não levarmos em consideração que a esfera de todo o conhecimento humano se reduz à física, à ética e à semiótica. a filosofia antes de Aristóteles, constata de que a melhor definição do ser é que aquela que diz que o ser é o que a linguagem expressa de muitas maneirasUma semiótica específica é uma gramática de um determinado sistema de signos.
a Semiologia é uma parte da Linguística; mais
precisamente, a parte que se encarrega das grandes unidades significantes do discurso.a Semiologia tem por objeto, então, qualquer sistema de signos, seja qual for sua
substância, sejam quais forem seus limites: imagens, os gestos, os sons melódicos, os objetos e os complexos dessas substâncias que se encontram nos ritos, protocolos ou espetáculos, se não constituem "linguagens", são, pelo menos, sistemas de significação.Ciências Auxiliares
Linguística,
a Teoria da Informação,
a Lógica Formal
Antropologia Estrutural
fornecem novos meios à
análise semânticaA linguagem è um sistema semiológico que organiza Objetos, imagens, comportamentos
A mensagem linguística contem as significações da substância visual, (é o caso do cinema, da publicidade, das historietas em quadrinhos, da fotografia de imprensa etc.),
mensagem icônica estrutura com o sistema da língua os conjuntos de objetos (vestuário, alimentos), sistematizados pela mediação da língua, recorta os significantes (sob a forma de nomenclaturas) e denomina os significados (sob a forma de usos ou razões)
A linguagem concebe um sistema de imagens ou. objetos, dando-lhes significados
A substância recebe sentido e existência quando é denominada, pela linguagem.
a "verdadeira linguagem" é mediação de significado não só como modelo mas também como componentes
Lógica é apenas um outro nome para Semiótica, e vice-versa) onde são analisados os signos, sua divisão triádica básica. suas classes. as noções de significado. de interpretante. etc . bem como as normas e a natureza das combinações dos signos em proposições e juízos
- A imaginação è aquela faculdade que nos representa as imagens sensíveis sem a presença actual dos seus objectos
- A faculdade de sentir é aquela que nos representa as imagens corpóreas com presença actual dos seus objectos
- A memoria é a faculdade que nos permite de lembrar aquilo que já temos percebido
- A reflexão é aquela faculdade através da qual a nossa alma considerando em si mesma conhece as sua próprias percepções
- O sentido interno é aquela faculdade que representa o que se passa dentro de nós mesmos, isto é, na nossa própria alma
O entendimento se manifesta pelas nossas ideias juízos discursos e métodos
- as ideias são simples conhecimentos que temos dos objectos
- os juízos consistem na união ou separação das ideias que já temos adquirido
- os discursos são aquelas operações do entendimento onde juntamos pelo menos dois juízos para demonstrar uma verdade
- aquilo que é gostoso é também agradável
- a maçã é gostosa
- logo a maçã é também agradável
- o método consiste na ordem natural com a qual dispomos os nossos juízos e discursos para mais facilmente conseguir a verdade
todos nós alcançamos naturalmente os simples conhecimentos dos objectos, todos nós julgamos e discorremos e todos sabemos usar dos nossos juízos e discursos quando alcançamos qualquer verdade.
A lógica nos fornece os preceitos e as regras para evitar de cometer erros com o nosso entendimento
Se nós seguíssemos a luz da verdade não precisaríamos dessas regras ma sendo que caímos em mil enganos assim precisamos de uma faculdade baseada acima das leis da nossa natureza que nos ensine o bom uso da nossa razão
As leis da natureza que a lógica usa para regular a nossa razão são as mesmas que nós seguimos quando abraçamos a verdade
Quando nós afirmamos uma verdade é porque o objecto é tão claro e evidente em nós que não deixa lugar a duvidas
Consequências:
- não devemos afirmar nenhum objecto sem não formos obrigados a tal por um conhecimento claro e evidente do tal objecto
Lógica é apenas um outro nome para Semiótica, e vice-versa onde são analisados os signos, sua divisão triádica básica. suas classes. as noções de significado. de interpretante. etc . bem como as normas e a natureza das combinações dos signos em proposições e juízos
para compreender os problemas é necessário revisitar o contexto no qual aparece uma categoria.
Cada grande filósofo do passado (e do presente) elaborou, uma semiótica.
Não podemos entender Locke se não levarmos em consideração que a esfera de todo o conhecimento humano se reduz à física, à ética e à semiótica. a filosofia antes de Aristóteles, constata de que a melhor definição do ser é que aquela que diz que o ser é o que a linguagem expressa de muitas maneiras.
Uma semiótica específica é uma gramática de um determinado sistema de signos.
A Semiologia é uma parte da Linguística; mais precisamente, a parte que se encarrega das grandes unidades significantes do discurso.
Objecto da Semiologia
A Semiologia tem por objeto, então, qualquer sistema de signos, seja qual for sua
substância, sejam quais forem seus limites: imagens, os gestos, os sons melódicos, os objetos e os complexos dessas substâncias que se encontram nos ritos, protocolos ou espetáculos, se não constituem "linguagens", são, pelo menos, sistemas de significação.
ciências auxiliares
a Linguística,
- a Teoria da Informação,
- a Lógica Formal
- a Antropologia Estrutural
fornecem novos meios à análise semântica
linguagem
A linguagem è um sistema semiológico que organiza Objetos, imagens, comportamentos
A mensagem linguística contem as significações da substância visual, (é o caso do cinema, da publicidade, das historietas em quadrinhos, da fotografia de imprensa etc.),
mensagem icônica estrutura com o sistema da língua os conjuntos de objetos (vestuário, alimentos), sistematizados pela mediação da língua, recorta os significantes (sob a forma de nomenclaturas) e denomina os significados (sob a forma de usos ou razões).
A linguagem concebe um sistema de imagens ou. objetos, dando-lhes significados
A substância recebe sentido e existência quando é denominada, pela linguagem.
a "verdadeira linguagem" é mediação de significado não só como modelo mas também como componentes.
Lógica é apenas um outro nome para Semiótica, e vice-versa) onde são analisados os signos, sua divisão triádica básica. suas classes. as noções de significado. de interpretante. etc . bem como as normas e a natureza das combinações dos signos em proposições e juízos
De Saussure
o objecto do nosso estudo é o produto social depositado no cérebro de cada um
a língua não menos que a fala é um objecto de natureza concreto
a semiologia é dotada de uma lógica diadica ou seja é composta por dicotomias o que parece ser um elemento essencial para a compreender.
Diadas
- sincronia - diacronia
- língua - fala
significante – significado
língua
um sistema de signos com um conjunto estático
conjunto de relações a rede que compõem esse sistema de signos
sincrónico
tudo aquilo que se relaciona ao aspecto estático da ciência
diacrónico
é evolutivo histórico
def. de língua
estrutura formada pelas convenções sociais que constitui um sistema ou esquema utilizado pelos falantes
trata-se de uma convenção estabelecida pelos homens que possui um conjunto de signos partilhados.
é no interior do sistema que os significados dos signos tornam-se concretos
a língua é um sistema que conhece a sua ordem própria
a língua é um sistema sinfónico independentemente da como é executado
fala
execução dum sistema
aspecto individual da linguagem
representa a participação dos indivíduos na forma de um acto lê linguagem
língua-fala
mas a língua é um acto social
a fala acto individual
a língua é a linguagem menos a fala, é o conjunto dos hábitos linguísticos os signos compostos por duas faces
1) significante
2) significado
significante
impressão mental do signo é imotivado arbitrário em relação ao significado
significado
ideia ou conceito que fornece sentido ao significante
signo
une um conceito a uma palavra é puramente mental
uma convenção não apolítica do significado que veicula
referente
um existente real ou imaginário
objecto do significado
um componente levado pelo significante
signo união de duas faces
1) significado
2) significante
significação
processo que une o significado ao significante
todos os signos linguísticos e todas as palavras são motivadas
motivação origina a participação de algo que possa ser referido a alguma coisa
seja o significante como o significado existem no cérebro ou melhor na mente humana porque são representações psíquicas originadas na percepção
são identificados pelos sentidos e merecem ser chamados significante e significado, ou seja expressões aprendidas enquanto conceitos
os signos linguísticos
não são abstrações ma associações ratificadas pelo consentimento colectivo cujo conjunto constitui a língua tem a sua sede no cérebro
cognição
consiste em saber como como devem pensar os executores do sistema
algo de restritivo a nível simbólico porque se pode pensar somente mediante os signos convencionais
a capacidade cognitiva é construída antes dos pensamentos convencionais
o pensamento é caótico e recebe ordenamento só através da língua
psicologicamente o pensamento é uma massa caótica amorfa e indistinta
pensamento é como una nebulosa onde nada é necessariamente delimitado
na sociedade o que é que permanece? Um sistema de signos que realmente plasma o que os membros desse grupo efectivamente pensam
a linguagem tem dois eixos:
1) o sintagma
2) a associação
sintagma
sintagma: eixo de execução da linguagem numa forma de cadeia sequencial designada por relações sintagmáticas
sintagma é representado pela frase expressa na fala no Registro escrito da língua
no discurso os termos são encadeados em relações especificas baseadas no caracter linear da língua: um sintagma é a frase
- níveis dos sintagma são 3
- 1) fonológico
- 2)morfológico
3) sintáctico
fonológico
consoantes e vogais presentes numa frase
morfológico
formação das palavras de um sintagma
sintáctico
elementos determinantes e determinados
relação sintagmática
nenhuma mensagem tem sentido por si mesma os elementos componentes uma mensagem tem sentido somente quando os correlacionamos na nossa memória da língua com os demais elementos linguísticos com os quais ele forma um sistema nenhuma mensagem tem sentido em si mesma porque os elementos dependem uns dos outros para resultarem num significado
valor: é uma grande ilusão considerar um termo simplesmente como a união de um certo som com um certo conceito. Defini-lo seria isola-lo do sistema do qual faz parte e donde lhe é atribuído o significado
o valor de um termo não é dado isoladamente ma pelo conjunto que o acompanha dos demais termos concorrentes e relacionados
o valor de qualquer termo é determinado por aquilo que o rodeia
Hjelsmlev
por uma palavra pouco importa o conceito literal que ela denota pois há que compara-lo com os seus sinónimos para alcança-lo
o que importa numa palavra não é o som em si, mas as diferenças fónicas que permitem distinguir esta palavra de todas as outras, pois são elas que levam à significação
o valor se distingue da significação pois é um elemento que condiciona essa significação
significação é a união de significante com significado
o valor se destina aos elementos
a significação é o resultado total do processo
o valor de uma palavra é o resultado da presencia ou ausência dos termos vizinhos ou concorrentes. A significação depende do valor determinado
Hjelmslev 1943
prolegómenos a uma teoria da linguagem
escola de linguística estrutural - circulo linguístico de Copenhagen
problema de fundo: quais são as formas invariáveis do sistema signico?
glossema como base explicativa de todas as áreas da Linguistica
por de Saussure a língua não é substância mas forma
toda a língua é expressão e conteúdo
linguística estrutural = conjunto de pesquisas que se baseiam na hipótese que é legitimo basear-se na linguagem como entidade autónoma de dependências internas ou seja duma estrutura
linguagem é a totalidade constituída por língua e fala
é essencialmente uma entidade autónoma constituída por dependências externas
a fala é subordinada à língua que é um sistemas de signos que constituem o objecto especifico da linguística estrutural a linguística é semiologia cujo objecto é a semiótica, ou seja um sistema de signos
a semiologia é a estrutura existente e subjacente aos factos sociais da linguagem na teoria da linguagem devem ser estudados os textos que são:
fala,
escrita,
gestos
códigos
a língua não é o único sistema de signos
teoria da linguagem tem como objecto um processo de reconhecimento dos textos por meio duma descrição não contraditória e exaustiva do texto
o procedimento analítico de Hjelmslev leva a aceitar a estrutura, toda a descrição científica do objecto pressupõe que seja concebido como uma estrutura
toda a descrição científica pressupõe que o objecto da descrição seja concebido como uma estrutura que permite de reconhecer vínculos entre as partes que o constituem
somente através da comparação com outras línguas se pode alcançar a compreensão de uma língua objecto
somente através da comparação com outras línguas se pode alcançar a compreensão de uma língua objecto
a supremacia da estrutura é inevitável
não é necessário referir-se à dados da experiência para justificar a teoria da linguagem
para examinar um testo preciso do método dedutivo-analítico
precisa de calcular as combinações dos elementos e ser mais geral possível para ser uma verdadeira teoria
a linguagem depende de um sistema de signos e a língua depende de um dispositivo de execução
em quanto sistema de signos a linguagem deve fornecer a chave do sistema conceptual e a chave da natureza psíquica do homem
a linguagem como sistema social devia contribuir para caracterizar a nação
dicotomia entre significante e significado
significante = plano de expressão
plano de expressão subdividido em dois níveis
a) forma de expressão = regras paradigmáticas e sintácticas
- uma mesma forma pode ter duas substâncias distintas
- 1 - fónica
2 – gráfica
b) substância de expressão = sequência de sons transmitidos inclui
- 1 - zonas fonéticas de sentido
- 2 -perfil mediano da boca de um único significante separam-se diferentes substancias
sustâncias fónicas
a substância da expressão é o potencial fonético que permite de articular as palavras
o que importa na palavra não é o som em si
a substância da expressão corresponde a diversos sistema
- fonético
- escrito
gestual
à substância da expressão concorrem aspectos sociais e culturais
a forma da expressão refere-se a uma estruturas de relações abstractas regras e valores posições e oposições que combinam unidades de expressão
o significado corresponde ao plano de conteúdo que possui estes níveis
forma do conteúdo
substância do conteúdo ou pensamento
forma de conteúdo:
organização formal dos significados entre si e da substância do conteúdo
é arbitrária e invariável em relação à matéria e funciona como uma fronteira um limite estabelecido sobre a substância que é variável, refere-se ao significado produzido por regras significativantes
substância do conteúdo:
é o pensamento ou seja as ideias e o conceito que não existem fora da língua
é o pensamento, massa sem forma que serve para ser moldada trata-se de um sistema de posições ou de estruturas que atribuem natureza posicional
cada lingua: possui o seu padrão e um nível linguístico de significados
matéria de expressão
são possibilidades amorfas físicas usadas como artifícios expressivos serve para serem moldadas pela sociedade
o signo de Hjelmslev
as formas de conteúdo e de expressão são invariáveis
as substâncias contêm as variáveis dos signos
Barthes
actividade estruturalista
operação do decompor
operação do compor
por aquilo que concerne o sistema estrutural
- a estrutura de De Saussure não deixa espaço de acção ao sujeito
- as funções determinam o significado
o sistema se sustenta quando os indivíduos cumprem com as funções
funcionalismo
- põe ênfase no conceito de função
- Função é uma relação entre elementos
é a relação entre os elementos e o sistema
estrutura
são partes que cumprem seu papel junto ao sistema
funcionalismo linguístico
- nasce com a escola de Praga
membros: Mathesius, Havranek, Mukarovski, Jakobson
- a linguagem é um sistema funcional que serve ao objectivo da comunicação
mantém-se em equilíbrio não estático mas dinâmico
- funções: o modo de realização do subjecto face ao mundo externo
função. estética = direcciona o Focus de actuação no sujeito
Jakobson
signos tem uma origem icónica e indicial
portanto semiótica tem como objecto a comunicação de qualquer mensagem
O signo é, pois, composto de um significante e um significado. O plano dos significantes constitui o plano de expressão e o dos significados o plano de conteúdo
significados implicam, por parte dos consumidores de sistemas (isto é, "leitores"), diferentes saberes (segundo as diferenças de "cultura")
significante
A natureza do significante sugere, de um modo geral, as mesmas observações que a do significado: é um puro relatum, não se pode separar sua definição da do significado
A única diferença é que o significante é um mediador: a matéria é-lhe necessária; mas, de um lado, não lhe é suficiente e, de outro lado, em Semiologia, o significado também pode ser substituído por certa matéria: a das palavras
Lição do dia 1 de Maio 2015
HJELMSLEV
Hjelmslev não subverteu a concepção saussuriana da Língua/Fala, mas redistribuiu-lhe os termos de maneira mais formal. Na língua em si (que fica sempre oposta ao ato da fala), Hjelmslev distingue três planos:
1) o esquema, que é a língua como forma pura (Hjelmslev hesitou em dar a esse plano o nome de "sistema", "pattern" ou "armação"): trata-se da língua saussuriana, no sentido rigoroso do termo; será, por exemplo, o r francês definido fonologicamente por seu lugar numa série de oposições;
2) a norma, que é a língua como forma material, já definida por certa realização social, mas independente ainda dos pormenores dessa manifestação: será o r do francês oral, seja qual for sua pronúncia (mas não o do francês escrito);
3) o uso, que é a língua como conjunto de hábitos de uma determinada sociedade: será o r de certas regiões.
Entre fala, uso, norma e esquema, as relações de determinação são variadas:
- a norma determina o uso e a fala;
- o uso determina a fala mas também é por ela determinado;
- o esquema é determinado, ao mesmo tempo, pela fala, pelo uso e pela norma.
Vemos aparecer assim, de fato, dois planos fundamentais:
1) o esquema, cuja teoria se confunde com a teoria da forma e da instituição;
2) o grupo Norma-Uso-Fala, cuja teoria se confunde com a teoria da substância e da execução; como — segundo Hjelmslev
- —a norma é uma pura abstração de método
- e a fala uma simples concretização ("um documento passageiro"), reencontra-se, para terminar, uma nova dicotomia, Esquema/Uso, que se substitui ao par Língua/Fala.
O remanejamento hjelmsleviano, entretanto, não é indiferente: ele formaliza radicalmente o conceito de Língua (sob o nome de esquema) e elimina a fala concreta em proveito de um conceito mais social, o uso; formalização da língua, socialização da fala, este movimento permite passarmos todo o "positivo" e o "substancial" para o lado da fala, todo o diferencial para o lado da língua, o que é vantajoso, como veremos daqui a pouco, por levantar uma das contradições colocadas pela distinção saussuriana da Língua e da Fala.
Seja qual for sua riqueza, seja qual for o proveito que dela se possa tirar, tal distinção não tem quadrado, na verdade, sem colocar alguns problemas. Indicaremos aqui três deles.
- O primeiro é o seguinte: será que se pode identificar a língua com o código e a fala com a mensagem? Esta identificação é impossível segundo a teoria hjelmsleviana; Pierre Guiraud a recusa, porque, segundo ele, as convenções do código são explícitas e as da língua são implícitas, mas ela é certamente aceitável na perspectiva saussuriana, e André Martinet a leva em conta nb.
- Análogo problema pode ser colocado ao interrogarmo-nos a respeito das relações entre a fala e o sintagma; a fala, já o vimos, pode ser definida, além das amplitudes da fonação, como uma combinação (variada) de signos (recorrentes); no nível da língua em si, todavia, já existem certos sintagmas cristalizados (Saussure cita uma palavra composta como magnanimus); o limiar que separa a língua da fala pode então ser frágil, já que é aqui constituído por "certo grau de combinação".
E eis introduzida desde então a análise dos sintagmas cristalizados, de natureza linguística (glótica) todavia, visto que se oferecem em bloco à variação paradigmática (Hjelmslev denomina tal análise a morfo-sintaxe); Saussure notara esse fenómeno de passagem: "Hã também, provavelmente, toda uma série de frases pertencentes à língua, as quais o indivíduo não tem mais de combinar por si mesmo." Se esses estereótipos pertencem à língua, e não mais à fala, e se se verificou que numerosos sistemas semiológicos os utilizam, trata-se então de uma verdadeira linguística do sintagma, que se deve prever, necessária
para todas as "escrituras" fortemente estereotipadas.
- O terceiro problema, enfim, que indicaremos aqui, concerne às relações entre a língua e a pertinência (isto é, do elemento propriamente significante da unidade); identificou-se (o próprio Trubetzkoy), às vezes, a pertinência e a língua, rejeitando assim da língua todos os traços não-pertinentes, isto é, as variantes combinatórias. Esta identificação, entretanto, causa problema, pois existem variantes combinatórias (dependentes, portanto, à primeira vista, da fala) que são, contudo, impostas, isto é, "arbitrárias": em francês, é imposto pela língua que o l seja surdo após uma surda (onde) e sonoro após uma sonora (ongle), sem que estes fatos deixem de pertencer à simples Fonética não à Fonologia; vê-se a consequência teórica: é preciso admitir que, contrariamente à afirmação de Saussure ("na língua só há diferenças"), o que não é diferenciativo possa assim mesmo pertencer à língua (à instituição)?
Martinet assim pensa; Frei tenta poupar a Saussure a contradição; ao localizar as diferenças nos subfonemas: p não seria, em si, diferencial, mas somente, nele, os traços consonântico, oclusivo, surdo, labial etc. Não è exatamente este o momento de tomar partido a respeito de tais problemas; de um ponto de vista semiológico, reter-se-á a necessidade de aceitar a existência de sintagmas e de variações não-significantes que sejam contudo "glóticas", vale dizer, que pertençam à língua; esta linguística, pouco prevista por Saussure, pode adquirir uma grande importância em qualquer lugar onde reinarem os-sintagmas cristalizados (ou estereótipos), o que è sem dúvida o caso das linguagens de massa, e sempre que variações não-significantes formarem um corpo de significantes segundos, o que é o caso das linguagens de muita conotação: o r "roulé" é uma simples variação combinatória no nível da denotação, mas na linguagem de teatro, por exemplo, ele ostenta o sotaque camponês e participa, consequentemente, de um código, sem o qual a mensagem de "ruralidade" não poderia ser emitida nem percebida.
Liçao do dia 15 de Maio 2015
PERSPECTIVAS SEMIOLÓGICAS
- O alcance sociológico do conceito Língua/Fala é evidente. Cedo se sublinhou a afinidade manifesta entre a Língua saussuriana e a concepção durkheimiana da consciência coletiva, independente de suas manifestações individuais postulou- se até uma influência direta de Durkheim sobre Saussure; Saussure teria seguido de perto o debate entre Durkheim e Tarde. Sua concepção da Língua viria de Durkheim e sua concepção da Fala seria uma forma de concessão às ideias de Tarde acerca do individual. Esta hipótese perdeu a atualidade, porque a Linguística desenvolveu sobretudo, dentro da ideia da língua saussuriana, o aspecto de "sistema de valores", o que levou a aceitar a necessidade de uma análise imanente da instituição linguística: imanência que repugna à pesquisa sociológica. Não é então, paradoxalmente, na área da Sociologia que encontraremos o melhor desenvolvimento da noção Língua/Fala mas sim na da Filosofia, com Merleau-Ponty, provavelmente um dos primeiros filósofos franceses a ter-se interessado por Saussure, ou porque tivesse retomado a distinção saussuriana sob a forma de uma oposição entre fala falante (intenção significativa no estado nascente) e fala falada {"fortuna adquirida" pela língua, que lembra bem o "tesouro" de Saussure), ou porque tivesse alargado a noção, ao postular que qualquer processo pressupõe um sistema: assim elaborou-se uma oposição doravante clássica entre acontecimento e estrutura, cuja fecundidade se conhece em História. A noção saussuriana teve também, sabe-se, um grande desenvolvimento na área da Antropologia; a referência a Saussure é demasiado explícita na obra inteira de Claude Lévi-Strauss para que seja mistério nela insistir; lembraremos somente que a oposição entre o processo e o sistema (entre a Fala e a Língua) se reencontra concretamente na passagem da comunicação das mulheres às estruturas do parentesco; que para Lévi-Strauss a oposição tem um valor epistemológico: o estudo dos fatos da língua depende da interpretação mecanista (no sentido lévi-straussiano, isto é, por oposição ao estatístico) e estrutural, e o estudo dos fatos da fala liga-se ao cálculo das probabilidades (macrolinguística) ; por fim, que o caráter inconsciente da língua naqueles que nela colhem sua fala, postulada explicitamente por Saussure, reencontra-se numa das mais originais e fecundas posições de Claude Lévi-Strauss, a saber que não são os conteúdos que são inconscientes (crítica aos arquétipos de Jung), mas as formas, isto é, a função simbólica: ideia próxima da de Lacan, para quem o próprio desejo é articulado como um sistema de significações, o que acarreta, ou deverá acarretar, descrever de novo modo o imaginário coletivo, não por seus "temas", como se fez até agora, mas por suas formas e funções; digamos mais grosseiramente, mas mais claramente: mais por seus significantes do que por seus significados. Vê-se, por estas indicações sumárias, como a noção Língua/Fala é rica de desenvolvimentos extra ou metalinguísticos. Postularemos, pois, que existe uma categoria geral Língua/Fala, extensiva a todos os sistemas de significação; na falta de algo melhor, conservaremos aqui os termos Língua e Fala, mesmo se não se aplicarem a comunicações cuja substância não seja verbal.
- Vimos que a separação entre a Língua e a Fala constituía o essencial da análise linguística; seria vão, pois, propor logo de saída esta separação para sistemas de objetos, imagens ou comportamentos que ainda não foram estudados sob um ponto de vista semântico. Podemos somente, para alguns dos sistemas propostos, prever que certas classes de fatos pertencerão à categoria Língua e outras à categoria Fala, dizendo logo que, nessa passagem semiológica, a distinção saussuriana está exposta a modificações, as quais cumprirá precisamente observar. Tomemos o vestuário, por exemplo: impõe-se, sem dúvida, distinguir aqui três sistemas diferentes, conforme a substância envolvida na comunicação. No vestuário escrito, ou seja, descrito por um jornal de moda por meio da linguagem articulada, não há "fala", por assim dizer: o vestuário descrito jamais corresponde a uma execução individual das regras da moda, mas é um exemplo sistemático de signos e de regras: é uma Língua em estado puro. Segundo o esquema saussuriano, uma língua sem fala seria impossível; o que torna o fato aceitável aqui é que, de um lado, a língua da Moda não emana da "massa falante", mas de um grupo de decisão, que elabora voluntariamente o código, e, de outro lado, que a abstração inerente a qualquer Língua está aqui materializada sob a forma da linguagem escrita: o vestuário de moda (escrito) é Língua no nível da comunicação indumentária e Fala no nível da comunicação verbal. No vestuário fotografado (supondo que, para simplificar, ele não é traduzido por uma descrição verbal), a Língua se origina sempre do fashion-group, mas não mais se apresenta em sua abstração, pois o vestuário fotografado é sempre usado por uma mulher individual; o que é oferecido pela fotografia de moda é um estado semi-sistemático do vestuário; pois, de um lado, a Língua de moda deve ser inferida aqui de um vestuário pseudo-real e, de outro lado, a portadora do vestuário (o manequim fotografado) é, por assim dizer, um indivíduo normativo, escolhido em função de sua generalidade canónica, e que representa, consequentemente, uma "fala" cristalizada, desprovida de qualquer liberdade combinatória. Finalmente, no vestuário usado (ou real), como o havia sugerido Trubetzkoy, reencontra-se a clássica distinção entre a Língua e a Fala: a Língua indumentária é constituída:
- 1) pelas oposições de peças, encaixes ou "pormenores", cuja variação acarreta uma mudança do sentido (não tem o mesmo sentido usar uma boina ou um chapéu-côco);
- 2) pelas regras que presidem à associação das peças entre si, seja ao longo do corpo, seja na largura; a Fala indumentária compreende todos os fatos de fabricação anónima (o que já não subsiste praticamente em nossa sociedade) ou de uso individual (medida da roupa, grau de propriedade, de gasto, manias pessoais, associações livres de peças ); quanto à dialética que une aqui a indumentária (Língua) e o traje (Fala), ela não se parece à da linguagem; certamente, o traje é sempre colhido na indumentária (salvo no caso da excentricidade, a qual, aliás, também tem seus signos), mas a indumentária, hoje pelo menos, precede o traje, já que vem da "confecção", isto é, de um grupo minoritário (embora mai anónimo do que no caso da Alta Costura).
- Tomemos agora outro sistema de significação: a comida. Aí reencontraremos, sem dificuldade, a distinção saussuriana. A Língua alimentar é constituída:
- 1) pelas regras de exclusão (tabus alimentares);
- 2) pelas oposições significantes de unidades que ficam por se determinar (do tipo, por exemplo: salgado /açucarado);
- 3) pelas regras de associação, seja simultânea (no nível de um prato), seja sucessiva (no nível de um cardápio);
- 4) pelos protocolos de uso, que funcionam talvez como uma espécie de retórica alimentar. Quanto à "fala" alimentar, muito rica, esta compreende todas as variações pessoais (ou familiais) de preparação e associação (poder-se-ia considerar a cozinha de uma família, sujeita a certo número de hábitos, como um idioleto). O cardápio, por exemplo, ilustra muito bem o jogo entre a Língua e a Fala: qualquer cardápio é constituído por referência a uma estrutura (nacional ou regional e social), mas essa estrutura é preenchida diferentemente conforme os dias e os usuários, exatamente como uma "forma" linguística é preenchida pelas livres variações e combinações de que tem necessidade um falante para uma mensagem particular. A relação entre a Língua e a Fala estaria aqui bastante próxima daquela que encontramos na linguagem: é, por alto, o uso, ou seja, uma espécie de sedimentação de falas, que constitui a língua alimentar; os fatos de inovação individual (receitas inventadas), todavia, podem adquirir aí um valor institucional; o que falta, em todo caso, e contrariamente ao sistema do vestuário, é a ação de um grupo de decisão: a língua alimentar constitui-se somente a partir de um uso largamente coletivo ou de uma "fala" puramente individual.
- Para terminar, arbitrariamente aliás, com as perspectivas da distinção Língua/Fala, daremos ainda algumas sugestoes concernentes a dois sistemas de objetos, muito diferentes certamente, mas que têm de comum o dependerem ambos de um grupo de decisão (de fabricação): o automóvel e o mobiliário. No automóvel, a "língua" é constituída por um conjunto de formas e "pormenores", cuja estrutura se estabelece diferencialmente pela comparação dos protótipos entre si (independentemente do número de suas "cópias"); a "fala" é muito reduzida, pois, em igual posição, a liberdade de escolha do modelo è extremamente limitada: só funciona em relação a dois ou três modelos e, dentro de um modelo, quanto à cor ou guarnição; mas talvez fosse necessário aqui transformar a noção de objeto automóvel em noção de fato automóvel: reencontraríamos então na conduta automóvel as variações de uso do objeto que constituem ordinariamente o plano da fala; o usuário não pode, de fato, agir aqui diretamente no modelo para combinar-lhe as unidades; sua liberdade de execução apóia-se num uso desenvolvido no tempo e dentro do qual as "formas" provindas da língua devem, para atualizar-se, passar pela mediação de certas práticas. Finalmente, o mobiliário, último sistema de que gostaríamos de dizer duas palavras, constitui, também ele, um objeto semântico: a língua é ao mesmo tempo formada pelas oposições de móveis funcionalmente idênticos (dois tipos de armários, dois tipos de camas etc.) e de que cada um, segundo seu "estilo", remete a um sentido diferente, e pelas regras de associação das diferentes unidades ao nível da peça ("mobília"); a "fala" è formada aqui seja pelas variações insignificantes imprimidas a uma unidade pelo usuário ("ajeitando" um elemento, por exemplo), seja pelas liberdades de associação dos móveis entre si.
- Os sistemas mais interessantes, aqueles que ao menos estão ligados à sociologia das comunicações de massa, são complexos sistemas em que estão envolvidas diferentes substâncias; no cinema, televisão e publicidade, os sentidos são tributários de um concurso de imagens, sons e grafismos; é prematuro, pois, fixar, para esses sistemas, a classe dos fatos da língua e a dos fatos da fala, enquanto, por um lado, não se decidir se a "língua" de cada um desses sistemas complexos é original ou somente composta das "línguas" subsidiárias que deles participam, e, por outro lado, enquanto essas- línguas subsidiárias não forem analisadas (conhecemos a "língua" linguística, mas ignoramos a "língua" das imagens ou a da música). Quanto à Imprensa, que podemos considerar, razoavelmente, como um sistema de significação autónoma, ainda que nos limitemos a seus elementos escritos, ignoramos ainda quase tudo de um fenómeno linguístico que parece ter nela um papel capital: a conotação, vale dizer, o desenvolvimento de um sistema de sentido segundo, parasita, se se pode assim dizer/da língua propriamente dita; este sistema segundo também é uma "língua" em relação à qual se desenvolvem fatos de fala, idioletos e estruturas duplas. Para estes sistemas complexos ou conotados (os dois caracteres não são exclusivos), já não é possível então predeterminar, mesmo de maneira global e hipotética, a classe dos fatos de língua e a dos fatos de fala.
- A extensão semiológica da noção Língua/Fala não deixa de colocar certos problemas que coincidem, evidentemente, com os pontos em que o modelo linguístico não mais pode ser seguido e deve ser ajeitado. O primeiro problema concerne à origem do sistema, ou seja, à própria dialética entre a língua e a fala. Na linguagem, não entra na língua nada que não tenha sido ensaiado pela fala, mas, inversamente, fala alguma é possível (vale dizer, não responde à sua função de comunicação), se ela não é destacada do tesouro da língua. Este movimento é ainda, parcialmente ao menos, o de um sistema como a comida, ainda que os fatos individuais de inovação nele possam tornar-se fatos de língua; mas, para a maioria dos outros sistemas semiológicos, a língua é elaborada, não pela "massa falante", mas por um grupo de decisão. Neste sentido, pode-se dizer que, na maioria das línguas semiológicas, o signo é verdadeiramente "arbitrário", já que se funda, artificialmente, por uma decisão unilateral; trata-se, em suma, de linguagens fabricadas, de "logotécnicas"; o usuário segue essas linguagens, nelas destaca mensagens ("falas"), mas não participa de sua elaboração; o grupo de decisão que está na origem do sistema (e de suas mudanças) pode ser mais ou menos estreito; pode ser uma tecnocracia altamente qualificada (moda, automóvel); e pode ser também um grupo mais difuso, mais anónimo (arte do mobiliário corrente, confecção média). No entanto, se este caráter artificial não altera a natureza institucional da comunicação e preserva certa dialética entre o sistema e o uso, é porque, de um lado, por ser sofrido, o "contrato" significante nem por isso é menos observado pela massa dos usuários (senão, o usuário seria marcado por certa dessocialidade: não pode comunicar mais do que sua excentricidade), e, de outro lado, as línguas elaboradas "por decisão" não são inteiramente livres ("arbitrárias"); sofrem a determinação da coletividade, pelas seguintes vias, ao menos:
- 1) quando nascem novas necessidades, consecutivas ao desenvolvimento das sociedades (passagem a um vestuário semi-europeu nos países da África contemporânea, nascimento de novos protocolos de alimentação rápida nas sociedades industriais e urbanas);
- 2) quando imperativos económicos determinam o desaparecimento ou a promoção de certos materiais (tecidos artificiais);
- 3) quando a ideologia limita a invenção das formas, sujeita-a a tabus e reduz, de algum modo, as margens do "normal". Pode-se dizer, mais amplamente, que as elaborações do grupo de decisão, isto é, as logotécnicas, são, elas próprias, apenas, os termos de uma função sempre mais geral ou seja, o imaginário coletivo da época: a inovação individual è assim transcendida por uma determinação sociológica (de grupos restritos) e estas determinações sociológicas, por sua vez, remetem a um sentido final, de natureza antropológica.
- O segundo problema colocado pela extensão semiológica da noção Língua/Fala diz respeito ao "volume" que se pode estabelecer entre as "línguas" e suas "falas". Na linguagem há uma desproporção muito grande entre a língua, conjunto finito de regras, e as "falas" que vêm alojar-se sob essas regras e constituem um número praticamente infinito. Pode-se presumir que um sistema como a comida apresente ainda uma diferença considerável de volumes, visto que, dentro das "formas" culinárias, as modalidades e as combinações de execução continuam sendo um número elevado; mas vimos que em sistemas como o automóvel ou o mobiliário, a amplitude de variações combinatórias e associações livres é fraca: há pouca margem — reconhecida pela própria instituição ao menos — entre o modelo e sua "execução": são sistemas em que a "fala" é pobre e, num sistema particular como a moda escrita, essa fala é até praticamente nula, de tal modo que se trata aqui, paradoxalmente, de uma língua sem fala (o que só se torna possível, já o vimos, porque essa língua é "sustentada" pela fala linguística). Se é verdade que haja línguas sem falas ou de fala muito pobre, isto não impede que seja forçosamente necessário revisar a teoria saussuriana, segundo a qual a língua não é senão um sistema de diferenças (e neste caso, sendo inteiramente "negativa", ela se torna inapreensível fora da fala), e completar o par Língua/Fala por um terceiro elemento, pré-significante, matéria ou substância, e que seria o suporte (necessário) da significação: numa expressão como "um vestido comprido ou curto", o "vestido" não é senão o suporte de um variante (comprido/curto), que pertence plenamente à língua indumentária: distinção desconhecida da linguagem, em que como o som é considerado como imediatamente significante, não pode ser decomposto em um elemento inerte e um elemento semântico. Seríamos levados a reconhecer assim nos sistemas semiológicos (não-lingúísticos) três planos (e não dois): o plano da matéria, o da língua e o do uso; isto permite evidentemente explicar os sistemas sem "execução", já que o primeiro elemento assegura a materialidade da língua; arranjo tanto mais plausível quanto se explica geneticamente: se, nesses sistemas, a "língua" necessita de "matéria" (e não mais de "fala"), é porque eles têm geralmente uma origem utilitária, e não significante, contrariamente à linguagem humana.
Lição do dia 20 de Maio de 2015
Saussure:
a Linguagem,
é uma realidade inclassificável , não se pode isolar, porque participa,
- do físico,
- do fisiológico e
- do psíquico,
- do individual e
- do social. è uma instituição social a linguagem é sempre socializada, mesmo no nível individual, pois, quando se fala a alguém, tenta-se sempre de falar sua linguagem, principalmente seu vocabulário
A Língua
- um puro objeto social abstracto,
- conjunto sistemático das convenções necessárias à comunicação, indiferente à matéria dos sinais que o compõem, conjunto de formas e pormenores
- é a linguagem menos a Fala: é, ao mesmo tempo, uma instituição social e um sistema de valores. é a parte social da linguagem ao qual temos de submeter-nos em bloco se quisermos comunicar; é produto social autónomo como um jogo com as suas regras, só se pode manejá-lo depois de aprende-lo
- è um sistema de valores, constituído por um pequeno número de elementos onde se colocam, diferencialmente, outros valores correlativos é um sistema de valores contratuais (em parte arbitrários, imotivados) que resiste às modificações do indivíduo
Fala
- Parte individual da linguagem: fonação, realização das regras e combinações contingentes de signos graças às quais o falante pode utilizar o código da língua para exprimir o pensamento pessoal" (poder-se-ia chamar de discurso),
- e depois os "mecanismos psicofísicos que lhe permitem exteriorizar estas combinações"; é certo que a fonação
- Fala se constitui pelo retorno de signos idênticos: que se repetem de um discurso a outro e num mesmo discurso, combinados segundo a diversidade infinita das palavras
- porque a Fala é essencialmente uma combinação um ato individual e não a uma criação pura
Lingua e fala
- a língua só é possível a partir da fala: os fatos da fala precedem sempre os factos da língua (é a fala que faz a língua evoluir),
- a língua constitui-se no indivíduo pela aprendizagem da fala (não se ensina a gramática e o vocabulário, isto é, a língua, de um modo geral, aos bebés).
- A Língua é, em suma, o produto e o instrumento da Fala
- Na linguagem, não entra na língua nada que não tenha sido ensaiado pela fala
Idioleto
é "a linguagem falada por um só indivíduo jogo inteiro dos hábitos de um só indivíduo designa
1) a linguagem do afásico que não compreende outrem, não recebe uma mensagem conforme seus
próprios modelos verbais,
2) O estilo de um escritor
3) a linguagem de uma comunidade linguística
Estruturas duplas de Jakobson
A relação geral Código/Mensagem:
A) dois casos de circularidade
1) discursos acrescentados ou mensagens dentro de uma mensagem (M/M): é o caso geral dos estilos indiretos;
2) nomes próprios: o nome significa qualquer pessoa a quem esse nome é atribuído e a circularidade do código se torna evidente (C/C):-João significa uma pessoa chamada João;
B) dois casos de acavalamento (overlapping )
1) casa de autonímia ("Cão é uma sílaba"): a palavra é empregada aqui como sua própria designação, a mensagem "acavala-se" sobre o código (M/C); esta estrutura é importante, pois recobre as "interpretações elucidantes", vale dizer, as circunlocuções, os sinónimos e as traduções de uma língua a outra;
2) os shifters (ou "engatadores") constituem, indubitavelmente, a mais interessante estrutura dupla; o exemplo mais acessível do shifter é dado pelo pronome pessoal (eu, tu) , "símbolo indiciai" que reúne em si o laço convencional e o laço existencial: eu só pode, com efeito, representar seu objeto por uma regra convencional (que faz com que eu se torne ego em latim, ich em alemão etc), mas por outro lado, ao designar o proferidor, só pode referir-se existencialmente à proferição (C/M); Jakobson lembra que os pronomes pessoais por muito tempo passaram por ser a camada mais primitiva da linguagem (Humboldt), mas que, segundo ele, se trata, ao contrário, de uma relação complexa e adulta entre o Código e a Mensagem.
Signo
O significado e o significante são, os componentes do signo Signo, na verdade, insere-se numa série
de termos afins: sinal, índice, ícone, alegoria são os principais rivais do signo Signo é como uma moeda: esta vale e permite comprar, mas vale também com relação a outras moedas, de valor mais forte ou mais fraco. cada signo se torna um elemento da Língua
ÁULAS primeiro SEMESTRE 2015
Capítulo 1 Introdução
1.1 O que é lógica?
1.2 Raciocínio e inferência
1.3 Argumentos . . . . . .
1.4 Sentenças, proposições, enunciados
Capítulo 2 Lógica e argumentos
2.1 Validade e forma .
2.2 Validade e correção.
2.3 Dedução e indução .
2.4 A lógica e o processo de inferência
2.5 Um pouco de história
Capítulo 3 Preliminares
3.1 Linguagens .
3.2 Linguagens artificiais
3.3 Uso e menção .
3.3.1 Nomes de expressões
3.3.2 Uma simplificação .
3.4 Linguagem objecto e metalinguagem
3.5 O uso de variáveis .
Capítulo 4 Conjuntos
4.1 Caracterização de conjuntos
4.2 Conjuntos especiais .
4.3 Relações entre conjuntos .
4.4 Operações sobre conjuntos
4.5 Propriedades e relações
4.6 Funções .
4.7 Conjuntos infinitos
Capítulo 5 Introdução ao CQC
5.1 Lógicas .
5.2 Introduzindo o CQC .
5.3 Algumas características da-lógica clássica
Capitulo 6 A Sintaxe do Cálculo de Predicados (I)
6.1 Símbolos individuais .
6.2 Constantes de predicado e fórmulas atómicas .
6.3 Operadores e fórmulas moleculares .
6.4 Sinais de pontuação .
6.5 Quantificadores e fórmulas gerais
Capítulo 7 A Sintaxe do Cálculo de Predicados (ll)
7.1 Linguagens de primeira ordem
7.2 Proposições categóricas
7.3 Quantificação múltipla
Capítulo 8 Interpretações
8.1 Significado e verdade
8.2 Idéias básicas
Capítulo 9 Valorações
9.1 Lógica proposicional
9.2- Funções de verdade
9.2.1 Negação .
9.2.2 Conjunção
9.2.3 Disjunção
Os homens não tardam a adaptar-se às descobertas da ciência e aos feitos da técnica, a ciência apenas realizou e afirmou aquilo que os homens haviam antecipado em sonhos. A Terra é a própria quintessência da condição humana e, ao que sabemos, sua natureza pode ser singular no universo, a única capaz de oferecer aos seres humanos um habitat no qual eles podem mover-se e respirar sem esforço.
As «verdades» da moderna visão científica do mundo, embora possam ser demonstradas em fórmulas matemáticas e comprovadas pela tecnologia, já não se prestam à expressão normal da fala e do raciocínio. Atualmente as ciências são forçadas a adotar uma «linguagem» de símbolos matemáticos que, embora originalmente destinada a abreviar afirmações enunciadas, contém agora afirmações que de modo algum podem ser reconvertidas em palavras.
A era moderna trouxe consigo a glorificação teórica do trabalho, e resultou na transformação efetiva de toda a sociedade em uma sociedade operária.
A confusão ou a repetição complacente de «verdades» que se tornaram triviais e vazias — parece ser uma das principais características do nosso tempo.
Há três atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e ação. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra.
Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente a condição de toda vida política. Assim, «viver» e «estar entre os homens» (inter homines esse), ou «morrer» e «deixar de estar entre os homens» (inter homines esse desinere). A separação da morte real é que não é final porque nenhuma criatura viva pode suportá-la durante muito tempo.
A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua existência. as condições da existência humana — a própria vida, a natalidade e a mortalidade, a mundanidade, a pluralidade e o planeta Terra — jamais podem «explicar» o que somos embora vivamos agora, e talvez
tenhamos que viver sempre, sob condições terrenas, não somos meras criaturas terrenas.
Aristóteles distinguia três modos de vida
A vida na polis é não apenas dirigida pelo superior discernimento do filósofo, mas não tem outra finalidade senão
tornar possível o modo de vida filosófico.
O pensamento è secundário no discurso; mas o discurso e a ação eram tidos com coevos e coiguais, da mesma categoria e da mesma espécie; e isto originalmente significava não apenas que quase todas as ações políticas,
na medida em que permanecem fora da esfera da violência, são realmente realizadas por meio de palavras, porém, mais fundamentalmente, que o ato de encontrar as palavras adequadas no momento certo, independentemente da informação ou comunicação que transmitem, constitui uma ação. Somente a pura violência é muda, e por este motivo a violência, por si só, jamais pode ter grandeza.
A essência da Filosofia vem da Metafísica, que depende da Lógica. A Metafísica é a ciência da realidade. A realidade é aquilo que existe independentemente do que pensamos a seu respeito, pois “vivemos num mundo de forças que atuam sobre nós, sendo essas forças, e não as transformações lógicas do nosso próprio pensamento, que determinam em que devemos por fim acreditar”.
O real é aquilo que não é o que pensamos, mas o que permanece independente do nosso pensamento
A Metafísica se fundamenta na conduta humana diante do mundo, nos “tipos de fenômenos com os quais a experiência do homem está tão saturada que ele, usualmente, não lhes dá atenção particular”
A Metafísica consiste no resultado da aceitação absoluta dos princípios lógicos, não só como logicamente válidos, mas como verdades do ser.
Mas ao se afirmar que a Metafísica trata das coisas como elas são, deve-se ter em mente que tais afirmações tenham passado antes pela Lógica para a constatar que sejam verdadeiras
O factos são confrontados com as teorias, porque é objeto da Lógica conectar os fenômenos especiais que ela descobre com as experiências gerais derivadas de outras fontes
As Ciências Especiais apelam para a Lógica, seja nas questões gerais e abstratas que requerem as concepções da Metafísica. Aqueles que negligenciam a filosofia também fazem uso de teorias metafísicas tanto quanto os outros, só que “rudes, falsas e mundanas”.
Como é que se inter-relacionam a Estética, Ética e a Lógica? Como é que a condição do bem ético condiciona por sua vez o bem lógico e como é que o bem estético condiciona o bem ético?
A Lógica considera “aquelas coisas cujo fim é o de representar alguma coisa”. A Lógica é a ciência dos signos
O âmago da Lógica reside na classificação e na crítica dos argumentos, que são três: abdução (hipótese), dedução (necessidade), indução (probabilidade). Nenhum argumento pode existir sem que “se estabeleça uma referência entre ele e alguma classe especial de argumento”
O raciocínio é construído para um particular e generalizado para todos. O pensamento não se fixa na particularidade de um elemento, mas nas propriedades gerais que valem para todos.
Assim, a “Lógica é simultanea ao raciocínio” é raciocínio, na medida em que depende do raciocínio necessário, e leva à percepção da generalidade e da continuidade
A lógica é ciência positiva - ainda que indague não só o que é, mas o que deveria ser - pois afirmando a verdade positiva e categórica é capaz de mostrar que o que se considera bom, realmente o é; e é a razão certa, o esforço certo para categórizar os factos positivos
A Lógica é dependente da Ética, que por sua vez é dependente da Estética. Esta dependência fica clara quando se entende que a Estética na concepção peirceana é aquela ciência preocupada com o que deveria ser o fim supremo da vida humana: “o estado de coisas que é admirável por si só, sem relação com qualquer razão ulterior”.
É a Ética que define o fim e, portanto, é impossível ser racionalmente lógico a não ser em bases éticas.
A Lógica se ocupa do raciocínio como uma forma de actividade deliberada ou de conduta ética, e tem com objetivo especificar e discriminar boas e más formas de raciocínio. “Raciocínio é necessariamente um ato voluntário sobre o qual podemos exercer controle.”
A Lógica não só estabelece regras que deveriam ser, mas também é a análise das condições de obtenção de algo que tem o propósito como um ingrediente essencial. A Lógica é “o estudo dos meios de atingir a meta do pensamento e é a ética que define esta meta”.
A Lógica apela para a Ética para fixar as suas regras. Ao fim de bem raciocinar “é absolutamente necessário possuir não apenas virtudes como as da honestidade intelectual, da sinceridade e um real amor pela verdade, o estudo da ética permite uma ajuda do todo indispensável para a compreensão da lógica”.
O pensamento é uma operação lógica, uma relação que se opera por mediação, desenvolvimento ou processo. O Pensamento é uma forma de ação e de raciocínio é um tipo de ação deliberada; chamar um argumento de ilógico, ou uma proposição de falsa é um tipo específico de julgamento moral.
O fim último não pode depender dos caminhos particulares que acidentalmente nós percorremos. O fim último não depende de contingências. Esse fim último, capaz de ser perseguido durante a vida e o nosso agir, deve ser imutável, doutra forma não seria um fim último.
“um objetivo que não puder ser perseguido e adotado de forma consistente é um mau objetivo e não pode ser chamado propriamente, de forma alguma, de fim último.”.
O hábito só se constitui exercendo o autocontrole, preparando uma ação futura. “o pensamento é uma espécie de conduta submetida ao autocontrole”.
O autocontrole consiste
O homem se esforça por moldar os seus ideais, confrontando-os com os outros que o mundo oferece, pois inconstância é odiosa para ele. Ele imagina quais conseqüências acarretariam seus ideais, e se pergunta que qualidades estéticas estas consequências teriam.
O caminho da Lógica vai do vago ao definido. A ordem aparece como uma tendência do universo a adquirir hábitos. O que é uma lei da natureza? É um hábito adquirido. Se o universo adquire hábito ele deve ter um substrato mental. Aquisição de um hábito é a característica mais fundamental da mente